Cap. XXXV - Escolhas Difíceis

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Nota da autora 1) Sugestão de música: Where's my love - SYML.

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Draco Malfoy estava com a cabeça apoiada na janela do seu quarto olhando a chuva cair no quintal. Uma batida o interrompeu. Como das outras vezes, Draco não se mexeu. Ele não tinha forças para lidar com ninguém. 

O fio de esperança que ele tinha de Sarah acordar, estava se desfazendo como açúcar na água. 

-Draco, eu sei como ajudá-la. 

Narcisa Malfoy sussurrou em um tom apreensivo na porta. Draco virou lentamente seu pescoço em direção à Sarah. Já fazia cinco dias desde a reunião e a garota ainda estava desmaiada. 

Em um impulso, Draco caminhou até a porta com os ombros baixos e abriu uma fresta da mesma. Imediatamente, Narcisa mediu Draco com o olhar. Seus cabelos estavam bagunçados, sua camisa suja e seu rosto pálido. Ele não tinha sinal de rubor nas suas bochechas e grandes marcas roxas se alocavam ao redor dos seus olhos. 

-O que você quer? 

Draco sibilou para a sua mãe. Narcisa fingiu não sentir dor ao receber o tratamento áspero do seu filho. 

-Me deixe entrar. Eles não podem me ouvir. 

Narcisa murmurou com a voz grave. Draco suspirou e franziu a testa antes de desfazer um feitiço para a porta.

Imediatamente, Narcisa lançou um olhar preocupado para Sarah. A mãe de Draco tentou se aproximar da garota, mas fora impedida pelas mãos do seu filho bloqueando o caminho. 

-Não se aproxime dela. Você fez isso com ela, Narcisa. 

Draco grunhiu em fúria. Seu maxilar estava tenso e seus olhos marejados de lágrimas desesperadas. Narcisa engoliu em seco e cerrou os lábios em frustração. 

-Vocês me negaram uma vida normal... Vocês me fizeram ser um monstro! 

Draco continuou a gritar com a voz embargada. Ele sabia que estava magoando sua mãe... Mas, não conseguia evitar. Sua dor precisava ser direcionada à alguém. 

-Os sangue ruim não são a escória da sociedade bruxa, Narcisa. Vocês são.

Draco finalizou a frase com um gosto amargo na boca. Narcisa não respondeu. Ela estava muito perplexa com a violência das palavras de Draco para se defender. A dor de ver Sarah assim também a consumia. Mas, Narcisa aprendera a esconder suas emoções com elegância. 

-Isso é um vira-tempo legítimo. Eu roubei do escritório de Lucius para você usar. Volte no tempo e conserte as coisas, Draco. 

Narcisa articulou com a voz fria para Draco. A bruxa esticou a corrente do objeto mágico em direção à luz do quarto fazendo-o reluzir um brilho prata.

Draco nunca soube da existência do objeto em sua família, mas certamente já ouvira falar sobre seu poder de mudar o tempo. E das suas consequências também, caso algo desse errado. 

-Não era essa a solução que você esperava, querido?

Narcisa indagou com ironia para Draco. Seus olhos estavam semicerrados e pequenas linhas de expressão estavam começando a se formar na sua testa pálida.

-A única maneira é fazer Sarah me odiar. Ela não pode se apaixonar por mim.

Draco refletiu em voz alta. Sua mente estava a mil com pensamentos descoordenados. Ele estava certo. Sarah o amara no seu pior momento e o seguira até seu destino final, independente de qualquer coisa. 

O Acordo e o Segredo de Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora