Capitulo 5

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— Eu posso andar. — Disse Cassandra após saírem da cidade.

— Nós precisamos achar um curandeiro pra você.

— Claro, porque com certeza nós vamos encontrar um curandeiro no meio da estrada, e é claro que ela vai ajudar dois príncipes fugitivos.

— O que a gente vai fazer?

— Porque a gente? Você está inteiro ai, corre, some daqui, vai atrás da Ariela. Eu vou ficar muito bem morrendo em uma floresta.

— Isso não é hora para o seu humor mórbido, Cass. — Nikolás parou um pouco para pensar. — Já sei!

— O que?

— A prisão.

— O quê?

— Sempre a curandeiros na prisão e ela fica bem perto daqui. Podemos ir até lá, achamos um curandeiro, ele te cura, e nós vamos para o chalé.

— Para o chalé?

— É, eu estou supondo que o H. levou as outras para lá.

— Está bem, mas como vamos entrar na prisão?

— Nós não. Eu vou entrar, você vai ficar me esperando escondida do lado de fora. E chaga de fazer perguntas, vamos logo.

Eles saíram andando, Cassandra mais mancando do que andando. A prisão de fato não ficava muito longe dali. Em alguns minutos eles chegaram. Era uma construção grande, com altos muros de pedra, haviam dois homens armados guardando o portão do lado de fora. Havia um matagal bem ao lado, eles andaram até lá o mais discretamente possível, mas os guardas estavam um pouco distraídos.

— Cass, me espere aqui. Eu vou tentar ser o mais rápido possível.

— Nik, você tem certeza? Não vale a pena arriscar sua vida por mim.

— Vale sim, agora se esconde ai.

— Como você espera entrar?

— Escalando.

Nikolás foi até uma parte do muro, onde não podia ser visto pelos guardas, era mais alto do que a casa de Dália, mas não tão alto quanto as torres do palácio, ele já havia as escalado várias vezes, mas sempre com a ajuda de uma corda. Ele segurou uma das pedras e apoiou o pé em outra, e foi fazendo isso até que conseguisse chegar ao topo, não havia sido fácil, mas ele havia conseguido afinal. Ele se sentou em cima do muro, havia um grande pátio inteiro cercado por guardas.

A prisão havia sido construída em volta de uma mina de diamantes, os presos eram obrigados a trabalhar nela e toda pedra encontrada ia para o tesouro do rei. Naquele momento os guardas estavam relaxados, e os prisioneiros deveriam estar dormindo. Ariela era um ser de luz por ter aceitado sua pena e ficado ali por dez meses, se ela tivesse tentado escapar antes, ela com certeza conseguiria.

Havia uma pequena casa ao lado da prisão, as luzes estavam acesas, e ele conseguiu ouvir algumas risadas, não haviam guardas por ali. Nikolás andou com certa dificuldade sobre o muro, até a parte de trás da casa, e desceu do muro. Ninguém havia notado sua presença, ainda. Ele andou até a frente da casa, e a única coisa que ele conseguia pensar era em como seu pai deveria selecionar melhor seus guardas, eles estavam todos dormindo, ou bêbados ou conversando fora dos postos.

Talvez eles estivesse com um pouco de sorte naquela noite, mas só um pouco. Havia um aviso na porta da casa. Entrada permitida apenas a curandeiras. Ele virou a maçaneta, e abriu a porta. Haviam várias garotas sentadas em volta de uma mesa, bebendo vinho. Uma delas se voltou para ele.

— Nikolás?

— Elise?

— O que você está fazendo aqui?

— Eu te pergunto o mesmo.

— Me tornei curandeira, Ériko não te contou?

— Seu irmão e eu não temos conversado muito ultimamente.

— Agora responda a minha pergunta.

— É complicado explicar, mas preciso da sua ajuda, Cassandra está lá fora, uma flecha perfurou sua perna.

— Espere um pouco, eu já volto.

Elise subiu uma escada, e alguns minutos depois voltou com uma maleta.

— Vamos.

— E quanto aos guardas?

— O que tem eles?

— Eu não posso ser visto.

— Eu não sei o que você aprontou, mas já olhou para aqueles homens? Eles não vão repara em você. 

Reino de Asas e Redenção - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora