Capítulo 33 - Arthur

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Helena me olhava, provavelmente analisando meu jeito de agir perto daquela indígena. Após conversarmos muito com a Kaayra e Urakin, convencemos eles a ir com Andira e que era o melhor a se fazer, mas isso tivemos que convencer até Andira...
Era compreensível eles não quererem. São querubins, desconfiam das coisas e prezam o bem dos outros. Estávamos seguindo Andira até o acampamento dela, Helena estava ao meu lado.

Arthur: fique tranquila, eu só quero você. *pego a mão dela* Só tenho olhos para você, minha Fantasminha.
Helena: Acho bom... *retribuí o gesto*

Após um tempo andando, finalmente chegamos a um acampamento que claramente havia sido montado as pressas. Andira nos guiou até a única "barraca", onde, pelo visto, ela dormia e ficava durante o dia.

Kaayra: ainda não entendi o porquê de"vossa senhoria" *falo isso em tom de zombação* não quer anjos em seu território.
Andira: você é híbrida de anjo e humano e não sabe o porquê de algo tão simples? A verdade é que essa sua laia aí jurou guerra contra deuses etéreos como eu e os deuses gregos.
Helena: hmm... se isso for verdade, tá explicado a enorme antipatia de Dionísio com você, Kay.
Urakin: provavelmente é exatamente por isso... muitos milênios atrás, Miguel jurou guerra contra os deuses etéreos porque eles são... qual é a expressão correta Arthur?
Arthur: humanos mais desenvolvidos. Os Ofanins ficaram de fora dessas guerras, não somos adeptos a coisas assim...
Kaayra: é por isso que você parece não gostar de mim, Andira?
Andira: de você eu ainda não me decidi se gosto ou não... Mas de seu amigo Querubim eu de fato não gosto. Mas... uma coisa é certa
Hazel: o que?
Andira: talvez vocês sejam aqueles que eu estou aguardando...
Leo: explica moça...
Andira: como oráculo, tive visões de heróis que viriam livrar minha casa dos anjos que a roubaram.
Annabeth: anjos podem roubar templo de deuses?
Arthur: não exatamente... Mas faz sentido agora.
Urakin: sim... os anjos que sequestraram Ablon devem ter feito algo para expulsar Andira do templo e agora usam o lugar como esconderijo e base.
Kaayra: então o meu pai provavelmente está nesse templo?
Andira: creio que está sim. Só me responde uma pergunta, mocinha?
Kaayra: eu?
Helena: ou eu?
Andira: a das asas.
Kaayra: dependendo da pergunta, respondo sim.
Andira: por que está andando junto de híbridos de deuses e mortais?
Kaayra: papai e mamãe não podiam cuidar de mim, pois achavam que eu correria perigo em excesso. Mamãe invocou meu pai Poseidon e pediu o sangue dele. Poseidon deu sangue grego e romano pra mim e uns meses depois fui enviada pro acampamento onde meio-sangues vivem.
Helena: mas qual é a dessa pergunta?
Andira: achei curioso ela dizer o nome de um deus que os anjos juraram matar... e não sabia da parte do sangue de Poseidon... Mas isso explica a coloração das asas.
Leo: só por curiosidade... então agora a senhora não vai mais nos expulsar?
Andira: não, não irei... Eu querendo ou não, vocês são importantes para que eu retome a minha casa. Irei mostrar para vocês o caminho até ela e, caso consigam completar a missão de vocês, poderei ajudá-los, de alguma forma, a voltar para casa.
Helena/Kaayra: por mim pode ser.
Annabeth/Urakin: precisamos fazer um plano de ataque antes.
Helena: isso é com vocês dois, preguiça.
Andira: *ignoro Helena* vocês dois estão certos, precisam fazer um plano de ataque.
Leo: eu tenho um
Kaayra: chegar lá é atacar?
Leo: exatamente.
Urakin/Annabeth: não vou nem comentar nada...

Kaayra, Annabeth e Urakin sentaram no chão e começaram a bolar o plano a partir de um desenho que fizeram de como deve ser o templo, após pedirem informações para Andira, e com muitos "e se". Enquanto eles bolavam planos, Helena e Hazel conversavam aos cochichos e Leo montava algo. Sentei no chão perto de Helena e me "desliguei" da realidade, deixando minha cabeça vagar para o futuro.
Isso provavelmente é muito clichê, mas tudo que minha mente pensou foi um futuro de certo modo feliz ao lado de Helena, acompanhando ela em sua aventuras como semideusa e aí... Enquanto pensava, eu me decidi que abandonaria as fileiras de Gabriel mesmo em um momento de certo modo crucial da Guerra Civil entre os alados.
A terra parecia mais divertida de se viver. Nela poderia, para sempre, ficar com Helena, o que seria maravilhoso. Além do mais ainda teríamos, nós dois, Kaayra, um milagre entre semideuses, para fazer companhia e irritar um pouco.

*******

Haviam se passado 1 hora e, finalmente, as 3 cabeças guerreiras do grupo voltaram um plano que julgaram que seria bom.

Annabeth: pelo o que Andira contou, a maioria dos cômodos do templo são selados com magia para apenas seres autorizados ou prisioneiros dela possam entrar, então o único local que sobra para Ablon ser mantido preso é no centro do templo, onde tem uma sala de rituais.
Arthur: faz sentido, geralmente esses locais são amplos e tem uma mesa onde é perfeito para se prender e torturar alguém. Além do mais, se ocorrer uma luta...
Urakin: também é o local perfeito para a mesma.
Kaayra: não sabemos a natureza dos anjos, mas a julgar pela escolha da Floresta Amazônica como local para se esconder, um deles provavelmente é um... um... qual o diacho do nome mesmo?
Urakin: Ishim. Mais provavelmente um da terra ou água.
Kaayra: isso, obrigado.
Helena: mas qual o plano em si?
Urakin: eu irei entrar primeiro no lugar, para tentar achar o local exato onde Ablon está e para ver se não há perigo. Sou o mais silencioso do grupo.
Annabeth: em seguida, quando ele der o sinal, iremos todos para a entrada. Kaayra, Hazel, e Leo Helena irão até Ablon que ou estará preso em algo de água/gelo ou em alguma coisa de terra.
Hazel: faz sentido. E quanto a você, Urakin e Arthur?
Annabeth: ficaremos de guarda para o caso do inimigo aparecer de repente.
Helena: e agora uma pergunta muito importante: o que fazemos se esse plano não funcionar?
Annabeth/Kaayra: improvisamos no estilo grego.

Um Milagre Entre SemideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora