capitulo 16 • presságio

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Pov' Lydia

Eu fui me deitar um pouco tonta. Tomei um longo e relaxante banho para ver se passava um pouco do efeito da bebida. Estava com uma angustia no meu peito. Não sei se era por conta da bebida ou porque o casamento da bonnie seria daqui à dois dias. Visto apenas uma camiseta grande que eu tinha comprado errado, me deito na cama e cinco segundos depois, caio no sono.

Não entendo, como eu vim parar aqui? Esse lugar é... frio, sujo, sombrio e me da calafrios. Parecia um... Cemitério. Estava rodeado por túmulos e lápides, era medonho e assustador. Porque estou aqui? Porque meu subconsciente me mandou aqui? Porque estou descalça? Podia sentir o gelo que tornava os meus pés a pisar na frieza do mármore desse piso.

Olho para os lados e não encontro ninguém. Porque estou sozinha? O céu estava nublado, num azul estranhamente acinzentado. Era um lugar enorme, com lápides estranhamente assustadoras, com estátuas ao lado que eu podia sentir um arrepio. Comecei a andar devagar, pé por pé em frente.

Consigo enxergar cadeiras. Algumas estavam de pé, já outras, despedaçadas no chão. Porque as cadeiras estavam ensanguentadas? Jarros de sangue estavam despejados nas cadeiras. Porque tinha cadeiras nesse lugar? Andei mais pra frente, onde tinha um arco repleto de flores... Flores mortas. Isso soava como... como... Um altar de casamento.

Tudo ali era frio, e medonho. Cadeiras despedaçadas envolvendo sangue e um arco de casamento com flores mortas. Me viro para olhar melhor o lugar. Desviando para cada canto onde minha vista alcança. Tudo parecia... destruído, abandonado como se algo tivesse acontecido nesse lugar. Algo ruim... Andei mais para frente perto do arco. Toquei nas flores cujas pétalas cai em uma facilidade só pelo meu toque.

Acelero os meus passos, e reparo que após o arco, no chão estava repleto de terra. Parecia um buraco, mas um buraco enorme pelo excesso de terras despejadas na borda. Chego mais perto e, dou um pulinho para trás quando me deparo com uma cova. Cheio de corpos estavam despejados dentro da cova, não sei como cabia tantos mas podia reconhecer todos eles. Porque todo mundo estava dentro da cova? Possivelmente morto? A pele ressecada de mármore dos vampiros me apavora.
Eu ia gritar, eu precisava gritar. Um alto e agudo grito espontâneo me invade.

Eu acordo.

Acordo aos berros. Meus gritos no sonho foi tão intenso que acabei gritando ao acordar. Fico apavorada, porque eu sonhei com isso? Será que é um aviso? Isso me preocupa muito.
Ouço passos de alguém se aproximando. Alguém tenta abrir a porta, mas estava chaveada.
Me levanto rapidamente, ainda com a cabeça sem rumo. Vou até a porta e destrancar a porta. Me deparo com Damon, seus olhos exalam preocupação.

— Ouvi você gritando... — Ele analisa minha cara pálida.

Eu puxo ele para dentro do quarto e fecho a porta. Ao me virar para falar com ele, só consegui me envolver em seus braços. Foi automático, como se eu precisasse sentir seu abraço e me sentir segura. O ato foi tão inesperado que percebo que ele fica meio sem reação, mas retribui o abraço. Eu abraço forte o mesmo, não querendo soltar. Sinto uma sensação de segurança ao estar envolvida nos seus braços. Ele põe sua mão em meus cabelos, acariciando num gesto delicado e calmo.

Ele se afasta levemente seu corpo do meu, ainda segurado os meus braços. Ele leva suas mãos até o meu rosto e segura, com uma delicadeza. Inclina o meu rosto frustado e pálido para cima para poder encará-lo. Ele olha nos fundos dos meus olhos, com uma preocupação em seu olhar.

— O quê aconteceu? — Sua voz era calma e clara, como um cochicho. Seus olhos azuis não desviam do meu.

— Eu... — Desvio o olhar com a voz trêmula e rouca. Sinto que estava prestes a começar a chorar, mas tentava me segurar ao máximo. — Não entendo... — Fui até minha cama com passos longos. Me sento, ele foi até mim.

Eu estava péssima. Amedrontada e preocupada, coisas que não combina bem. Não entendo o significado desse sonho, e eu devo me preocupar com isso pois sinto que é um sinal. Eu sinto.

Ele me encara sem falar nada, sua presença ali estava me acalmando.

— Tive um pesadelo horrível... — Dei de ombros. — Na verdade, acho que foi uma premonição.  — Ele me encara com aflição.

— Eu tava... Num cemitério e... — Minha voz fica trêmula e meus olhos começam a marejar. — Tinha um arco de casamento, parecia muito ser um casamento... — Tento explicar claramente com os olhos atento.

— Logo depois... Tinha uma cova com... todo mundo dentro. — Meu punho foi rapidamente até meus olhos enxugar as lágrimas que estavam caindo.

Ele percebe minha aflição e se senta mais de mim. Leva minha cabeça até seu peito me envolvendo com seus braços. Ele não tinha muito o que dizer nesse momento em que estou assutada, mas sabia como me confortar e acalmar.

— Quem estava nessa cova? — Ele parecia sério. Passava as mãos nos meus fios de cabelo.

— Todo mundo... — Sinto um nó no estômago. — Todo mundo que está aqui.

— Isso foi um presságio? — Ele não entendia muito bem as premonições de banshee. — Provavelmente sim. — Respondo.

— Algo vai acontecer no casamento do Enzo e Bonnie? — Sua voz exala preocupação. — Sim. — Eu encaro com tensão. — Mas podemos evitar. — Tento parecer otimista.

— Não sei o que significa, só sei que algo de ruim pode acontecer. Não sei como vai acontecer e nem quem vai fazer acontecer. — Fico um pouco estérica.

— Ei... — Ele envolve suas mãos em meu maxilar. — Fique calma. — Sua voz era tão boa de ouvir. — Descanse um pouco, tente não pensar nisso. — Ele deposita um beijo na minha testa.

— Se eu dormir é provável que eu tenha uma continuação disso. — Reviro os olhos. — Você está cansada, Lydia. — Ele põe uma mecha atrás da minha orelha. — Precisa dormir.

Ele se prepara para ir embora do quarto. — Você se importa de ficar aqui comigo? — Eu não iria conseguir dormir, pelo menos não sozinha. Ele me lança um olhar compreensivo. — Claro que não.

Então eu me deito na cama, ele se deita ao meu lado e puxo a coberta. Ele parecia tímido, mas eu só queria ficar perto de alguém que me transmite segurança. E de certa forma, me sinto segura com ele. Me deito no seu ombro, onde seu braço envolve minhas costas, acariciando num gesto delicado. Não sei se ele iria dormir, mas o quarto ficou num silêncio tão agradável, só consiga ouvir sua respiração e seu coração batendo... sim, o seu coração de vampiro.

Não percebo quando tinha dormido, mas ao acordar me sinto um pouco melhor. Ele não estava ali, era óbvio que não iria ficar junto comigo até eu acordar, mas pelo menos me tranquilizou e me fez ter uma bao noite de sono, pois não tive nenhum pesadelo envolvendo premonição.

Depois de me levantar e ajeitar, vou até a cozinha na esperança de encontrar Bonnie. Falta um dia para o seu casamento e se tem possibilidade de acontecer algo, ela precisa saber.

Ao chegar, já vejo Damon, Bonnie, Stefan, Enzo e Rebekah conversando. Eles cochicham baixo quando percebem que eu estava me aproximando, com olhares de canto para mim.

— Você contou? — Fico incrédula ao dizer num tom julgamento para Damon. — Eles precisavam saber. — Ele ficou com um olhar envergonhado.

— Mas eu que ia contar! — Lanço um olhar zangado para o mesmo. — Você não tem que se meter e responder por mim. — Fico frustada por esse ato. Eu que queria contar com os meus detalhes para Bonnie, ele não sabe direito o que eu vi, que raiva.

Eles me olhavam com cautela e preocupação. Desviavam o olhar entre os mesmos.
— O quê exatamente você viu? — Bonnie parecia interessada na minha explicação.

Depois de algumas horas, eu explico detalhadamente o que eu vi. Eles trocam olhares surpresos e amedrontados. Podia sentir que isso não era boa coisa.

— Então nosso casamento vai virar um massacre. — Enzo via ironia nisso. — Que legal. — Ele me olha como se eu tivesse culpa.

— E como impedimos isso? — Rebekah me fez uma pergunta no qual eu não faço ideia do que responder.

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