001. death doesnt say goodbye

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──── North Yorkshire, 1812

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──── North Yorkshire, 1812

     Margaret Percy era uma das garotas mais fortes que muitos conheciam, perdendo o pai quando era muito nova e sendo a segunda mais velha do falecido Duque de Northumberland, a garota teve que tomar conta da casa após o difícil luto da mãe.

O que ela não esperava, era que seu futuro seria marcado por perdas, já que em menos de dois anos os Percy perderam dois infantes e um adolescente para as doenças da época, restando assim apenas Margaret, Mary, o futuro Duque Arthur e sua doente mãe Jane Percy.

Agora cinco anos após a morte de seu pai e irmãos, Meg precisa cuidar de sua mãe acamada. Morar na parte rural da Inglaterra pode ter um lado bom, como a calmaria, não ter que se preocupar com bailes e fingir estar feliz ou apaixonado por quem seu parente escolher, mas ao mesmo tempo acabava ficando longe de tudo, o que muitas vezes fizesse com que situações emergentes tivessem que esperar o tempo necessário entre a cidade londrina e a capital Northallerton. Como naquele exato momento.

──── Não se preocupe mamãe, o Doutor Thorne já está a caminho. ──── Disse Margaret preocupada olhando a respiração da mãe diminuir aos poucos.

A Duquesa Viúva olhou para seus três filhos sobreviventes e pediu com a voz calma para que eles se aproximassem da mesma. Havia conflito e medo nos olhos de cada um, mostrando o quão importante Jane era para os mesmos.

  ──── Meus queridos, nós sabemos que a viagem de Londres para Northallerton é longa e que infelizmente o Dr. Thorne não irá conseguir chegar... ──── Mary não conseguiu olhar para o rosto da mãe enquanto sabia que aquilo era na verdade um discurso de despedida, Meg percebeu e logo tomou a mão da irmã mais nova para si. ──── Mas eu quero que saibam que eu vivi uma ótima vida, fui muito amada e apenas por ter vocês ao meu lado já torna a minha partida mais fácil. Eu amo vocês queridos, mas será que poderiam me dar um minuto a sós com Margaret? 

Arthur pegou gentilmente Mary pelos braços, visto  que a mesma estava com dificuldade de respirar devido a situação e apenas concordou com a cabeça, mas não antes de dar uma última olhada para sua mãe.

──── Minha doce e prestativa Maggie, eu sei o quanto se importa com a nossa família, mas eu como mãe posso dizer que seus irmãos já estão crescidinhos demais para uma babá... ──── Falou Jane sorrindo e respirando fundo antes de tossir. ──── Me prometa que irá viver a sua vida, se apaixonar, ir para bailes e principalmente, criar sua própria família, meu amor.

Margaret já não aguentava mais guardar o choro e aos poucos as lagrimas e soluços foram saindo do seu peito. Era demais para a morena perder a mãe, ela não sabia se iria aguentar, afinal como alguém deveria suportar tanta perda em menos de cinco anos? No fundo, ela sabia que não conseguiria cumprir a promessa para a mãe, pois se ela perdesse mais alguém, não saberia o que iria acontecer com si mesma.

──── A senhora sabe que não posso prometer algo assim mamãe, Mary só tem 18 anos, ela ainda não sabe nada da vida, e agora que Arthur irá receber seu título ele quase nunca virá para North Yorkshire.

──── Maggie, você só tem 22 anos, nunca foi o seu papel tomar conta de seus irmãos, eu falhei com você, querida e por isso espero que faça o que peço, seus irmãos sabem cuidar de si próprios e se algo acontecer, sei logo eles lhe chamariam. Margaret Percy, me prometa que irá viver por você.

Vendo que sua voz estava ficando cada vez mais fraca e sua respiração quase nula, a jovem não pensou duas vezes antes concordar com a cabeça e aos poucos sentia seu coração se quebrar.

──── Ah, mais uma coisa querida, venda esta fazenda e vá para Londres, faça tudo que uma garota de sua posição deveria fazer. Aqui só lhe trará péssimas lembranças. Eu amo você e seus irmãos, nunca se esqueça disso.

Essas foram suas últimas palavras, seu último pensamento foi o bem estar de seus queridos filhos, ao perceber a falta de pulso de Jane, Margaret começou a gritar. Gritar de dor, raiva, de tudo que pudesse lhe fazer mal e sem perceber Arthur e Mary entraram as pressas com o Doutor Thorne ao lado, fazendo que ele apenas dissesse o óbvio. 

Jane Percy estava morta.

E o luto que os Percy estavam sentindo era absurda, afinal perderam mais parentes em alguns anos, do que algumas pessoas em toda a sua vida, mas assim como fizeram antes, eles sabiam que tinham que seguir em frente.

Eles decidiram enterra-la ao lado de seu marido e falecido Duque, seria uma cerimônia fechada, com poucos pessoas, no máximo os vizinhos mais próximos e os tios que viviam nas cidades vizinhas ou até na capital. Todos estavam de preto e enquanto os homens estavam de terno, camisa e chapéu todo preto, as mulheres estavam de luvas, vestidos e chapéus pretos. Mas Margaret estava magoada demais, não conseguia nem olhar para seus próprios parentes, ela decidiu que iria usar um chapéu que continha um véu preto, cobrindo o seu rosto para mostrar seu respeito aos que estavam ao redor e pedir privacidade.

Arthur e Mary cumprimentaram a todos, sempre sendo muito cordiais e chamando os convidados para a recepção que eles iriam fazer na fazenda Launte depois. Porém tudo que Meg conseguia fazer era concordar a cabeça e olhar para os lados, a procura de algo ou alguém e foi nesse momento que ela percebeu que não tinha mais ninguém em que pudesse contar, já que quem tomava contava de seus irmãos era ela e isso a fez considerar a promessa de sua mãe, mas sabia que nada era um conto de fadas, e ela era a prova viva disso.

BELIEVER, bridgertonsOnde histórias criam vida. Descubra agora