Rey não queria ouvir nada, de ninguém. Estava mais do que esgotada das pessoas pisarem em cima dela como se fosse lixo. Ela era alguém, com sonhos, com sentimentos. E naquele momento, tudo que sentia era raiva. Ben entendeu aquilo, sem questionar suas ações, mesmo que surpreso. A volta para Londres fora silenciosa. A garota de olhos verdes estava implacável, parecia que havia construído um muro ao seu redor.
Na aula, Ben só conseguia analisar a namorada. A mesma estava de novo com aquela energia eufórica, dançando sem parar. Se esforçando mais do que o necessário. Ele estava preocupado, acima de qualquer coisa.
Blake, que ainda parecia não saber da situação atual, se aproximou dele sorrateiramente, pedindo ajuda com a posição de seu corpo, sorrindo e segurando onde podia nele. O ódio foi sentido de longe, a morena não acreditava no que via, com o sangue fervendo tanto que queria dar mais uns três socos naquela mulher.
Com a aula finalizada, saiu batendo pé, enquanto o rapaz tentava alcança-la.
— Rey, espera. — Tocou no braço dela com cautela.
— O que foi? — Virou com a energia de uma leoa, implacável.
— Ei, o que houve? Por que parece brava comigo?
— Brava? Brava? Eu estou puta! — Ela passou a mão na testa suada. — Você sabe o que aquela garota fez para mim e ainda deixa ela ficar de gracinha.
— Rey, eu sou professor, eu não estou de gracinha. E sim, eu sei muito bem quem Blake é.
— Você realmente não percebe a maneira que ela te olha?
— Claro que percebo.
— E gosta. — Ela riu incrédula.
— Eu nunca disse isso.
— Ela me provoca, o que ela falou me machucou, você entende? Como quer que me sinta vendo essa garota jogada em cima de você?
— Você quer que eu faça o que exatamente? Quer que eu bata nela?
— Está insinuando algo? Por que se estiver, fale de uma vez.
— Violência não é a resposta. Então por favor se acalme e tente agir racionalmente. Eu entendo você sentir ciúmes mas... — Rey ergueu a mão com a boca formada em um "O" completo.
— Como é que é? Você está defendendo ela?
— Não... — Ben coloca a ponta dos dedos na testa franzida. — Eu não estou defendendo ela. Nem deixando ela dar em cima de mim. Nem nada disso. Eu só quero que você se acalme.
— Pois adivinha só, Ben solo, eu acabo de ficar ainda mais puta da vida!
— Rey...
— Chega, se é isso que você pensa, então melhor a gente...
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𝐈𝐧𝐯𝐢𝐬𝐢𝐛𝐥𝐞 𝐒𝐭𝐫𝐢𝐧𝐠
RomanceRey sonha em ser dançarina de elite, para ela, a dança é muito mais do que apenas movimentos ritmados, é onde se encontra, é como sua casa, um porto seguro. Com uma história familiar complicada e uma irmã diabólica, que desde pequena compete em tudo...