Sakura acordou atordoada num lugar totalmente estranho. Sua primeira reação foi olhar para sua barriga e suspirou aliviada ao ver que sua filha ainda estava ali, bem protegida. Ou pelo menos achava que sim.
Só algum tempo depois, quando sentiu dormência nos braços, que percebeu que ambos estavam presos por correntes. Sacudiu os mesmos com força sentindo um pequeno sinal de desespero crescer no seu peito.
- Alguém me ajuda! - gritou com toda a força que tinha, mas só ouviu o próprio eco. A luz que vinha de pequenas goteiras do telhado permitiu que ela enxergasse, mesmo que pouco, ao seu redor: um quarto pequeno e sujo com apenas um colchão fino no qual estava em cima.
Queria tanto tocar na sua barriga e confortar sua filha, mas as correntes estavam firmes em seus pulsos, quase impossibilitando qualquer movimento seu. Tentou se lembrar do que havia acontecido consigo: ela entrou no consultório e trocou algumas palavras com o médico antes de se sentir sonolenta. Depois disso, não se lembrava de mais nada.
A porta da frente rangiu com força ao ser aberta e Sakura pulou com o susto. Ver Shisui ali lhe causou mais confusão, mas seu interior a alertava do perigo. Devagar, poucas peças foram se encaixando: a chegada repentina de Shisui á Konoha depois do incêndio na filial da Grécia; sua pouca participação na investigação do caso e outras coisas minuciosas foram fazendo sentindo para Sakura.
Ah não. Foi ele. E não Tobirama como todos pensavam.
Shisui encarava a rosada com um sorrisinho sarcástico e começou a se aproximar da mesma com os braços para trás. Se agachou e por fim suspirou ao está cara a cara com a mesma.
- Como vai, minha querida? - ele tentou não soar falso, mas foi em vão. E então sua mão foi até a barriga de Sakura, mas não sem levar um chute da mesma.
- Eu não sou sua querida. - a Uchiha rosnou furiosa, o que serviu apenas para aumentar a diversão de Shisui. Cruzou os braços na altura do peito e Sakura pôde ver uma arma em sua mão.
Tentando formular as palavras, Shisui começou a brincar com os diversos anéis que ocupavam seus dedos.
- Acho que você é inteligente pra saber o que está acontecendo aqui, então vou poupar explicações desnecessárias. Por enquanto. - e então esboçou um sorriso magnífico.
Sakura o olhava com nojo. Como já pensou em gostar daquele podre?
- Por que? - sussurrou quase inaudível enquanto sentia seus olhos se encherem d'água. - Por que tá fazendo isso?
Satisfeito pela pergunta, o Uchiha se sentou perto dela como se fossem melhores amigos e estivessem jogando conversa fora.
- Essa família é o câncer daquela cidade maravilhosa que é Konoha. Você não sabe porque é uma forasteira insignificante que acabou de entrar, mas eu - apontou a arma para si mesmo - sei de tudo. Você realmente conhece Fugaku, o senhor de meia idade muito simpático que ocupa a presidência daquela corja? Hm? E Mikoto? A velha assanhada que só sabe fazer festinha pra abafar o escândalo que envolve essa família de merda há anos?
Sakura estava chocada pela forma como Shisui se referia a própria família. Como ele podia falar assim de Mikoto? A mulher, pelo que soube, cuidou dele e de Obito desde que eram crianças. Era uma mulher maravilhosa.
- E-eu ainda não entendo... - a mulher murmurou olhando para o chão.
Ele riu.
- Se antes eu achava que você era burrinha, agora eu tenho certeza. - riu mais uma vez. - Vejamos. Por onde eu começo...
Sakura se encolheu subitamente ao sentir uma dor aguda, mas fraca, no seu abdômen. Era diferente de tudo o que já tinha sentido. Arfou alto e então a dor passou com a mesma velocidade que surgira.
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A Prometida
RomanceDesde seu nascimento, Sakura Haruno havia sido prometida à Sasuke Uchiha para garantir a renomada aliança comercial entre o clã Haruno e o clã Uchiha. Com o passar dos anos e com o casamento cada vez mais próximo, ela se viu forçada a detestar o se...