III

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_Ginecologista.

Depois daquele desastre e minha covardia, eu voltei para a sala de aula, com o coração na mão, e sem o meu precioso chocolate.

Sentei em minha carteira e peguei o meu diário, ele nem de longe era a coisa mais segura como deveria ser, mas era o meu porto seguro.

° Querido diário, eu estou prestes a ter uma parada cardíaca de tanto que o meu coração está batendo, o motivo? Aquele louco tentou me beijar, mas eu não estou pronta.

Claro, certamente eu já tenha beijado ele, MAS quando eu não estava sóbria, e mesmo já tendo ido para a cama com ele, não muda o fato que posso beija-lo, NÃO, NÃO, séria vergonhoso.

o que tanto escreve aí? – tomei um susto que dei um pulinho na cadeira.

— aí que susto! – pus a mão no peito e respirei fundo.

— tá fazendo o quê? – fui puxando o meu diário lentamente até tirar das vistas da garota ocidental.

— nada de interessante.

— hum, bela tentativa estrangeira. - puxou um dos meus cachos grosseiramente, oh se eu tivesse coragem, já ia levar bofa!

— ainda bem que chegou! - Renata falou assim eu ultrapassei a porta.

— não começa que eu não estou pra graça! – falei de mau humor pra vê se ela se toca.

— dane-se, no caminho pra cá marquei um ginecologista pra você.

— hahaha muito engraçado, tá cheia de graça hoje Renata. – passei por ela para fazer o meu caminho direto ao meu quarto, mais quem foi que disse que eu tenho um dia de paz?

— mas eu não estou brincando, a consulta é para daqui a pouco. – parei bruscamente e me virei para ela.

— não brinca com isso, eu não estou pronta para ir ao ginecologista!

— Você nunca foi a um?? – neguei, pois era a mas pura verdade, nunca havia ido. – você é louca?!

— eu tenho vergonha!

— se veste agora que nos já estamos saindo.

— até parece! Tu é minha mãe por acaso?!

☀️

Num é que a vaca conseguiu me arrasta até aqui?, Ela sentada ao meu lado confiscando os meus documentos parece minha mãe, e olha que nem amigas somos.

— isso não é necessário, Renata. – sussurrei baixo pois naquele consultório poderia sair uns ecos meio alto.

— É necessário sim, você devia ter ido ao ginecologista depois que parou sua primeira menstruação.

— eu tinha quatorze anos. – resmunguei me arrastando na cadeira, uma péssima forma de querer esconder o rosto.

— dane-se (s/n), ajeita essa postura menina!

Erros da adolescência Onde histórias criam vida. Descubra agora