Total de palavras: 3.157
Os olhos se abrem e se deparam com um ambiente escuro com um aroma familiar. Mas não era necessária iluminação alguma para que ela pudesse enxergar onde estava, ou melhor, o que tinha acontecido. O sangue gelou conforme os sentidos foram recobrados e a dor em seu corpo se transformou em mais uma prova do seu crime, ou do crime que cometera junto dela.
— Não, não, não, não, não! — Ahri começa a murmurar sozinha, se mexer era difícil e a culpada pelo seu estado estava bem ao seu lado, aparentemente tendo uma ótima soneca — Evelynn, puta que pariu, o que fizemos? — a loira começou a falar cada vez mais alto.
— Hey Foxie... — resmungou a mais velha, irritada por ter sido acordada com os "berros" da outra — Não dá pra discutirmos isso mais tarde? Ainda estou exausta.
— Eve! — censurou a coreana, entendendo muito bem o que ela quis dizer com "exausta" — Pode me soltar?
Afinal, não obstante em tê-la seduzido, a americana estava lhe agarrando com força e mesmo com o despertar de Ahri, se recusou a deixá-la se levantar da cama.
— Por que quer sair daqui? — perguntou, acariciando com cuidado o braço alheio, estava cheio de arranhões recentes — Podemos conversar sobre o que quiser aqui mesmo.
Conversar. Foi a última coisa que as duas fizeram desde que se enfiou no apartamento da melhor amiga. Ahri suspirou, tentando se recordar de como tudo isso começou, sua cabeça estava latejando, deve ser efeito de alguma bebida que Evelynn oferecera, mas não se lembrava de estar realmente bêbada quando...
— Você quer vir pra minha casa? — a voz sensual de Evelynn ressoou pelo telefone.
— Pra quê, pra você tentar me seduzir de novo? — respondeu Ahri num tom seco.
Ela se lembrava muito bem de ouvir uma risadinha maliciosa do outro lado da linha.
— No... — mesmo com ela afirmando que "não", Ahri estava pronta para reforçar suas dúvidas quanto à índole da amiga — No, no, no! — como se tivesse antecipado que a coreana não acreditaria em si, Evelynn fez questão de repetir e interromper sua fala antes mesmo da voz da loira se fazer presente mais uma vez — Nós só vamos conversar, eu prometo... Tudo bem? Venha!
Aquele "tudo bem?" soara quase como um gemido aos ouvidos de Ahri, a loira tinha que admitir pra si mesma que as capacidades de Eve de transformar até mesmo um diálogo simples como esse em um poderoso artifício encantador era assustador e estrondoso, assim como a sua beleza ímpar. Não à toa que a americana cantava músicas com letras muito mais quentes e explícitas do que ela e fizera um grande sucesso no ocidente pela potência vocal sedutora, esse era um conceito que combinava com Evelynn, não apenas na música, como pra vida.
Evelynn pode ser descrita como a pior dos demônios sexys que o inferno abrigava.
— Você não quer? — a pergunta se assemelhou a um ronronado manhoso, Ahri estava perto de ceder aos caprichos da mais velha, aquele maldito timbre gostoso lhe seduzira como o canto de uma sereia — Eu prometo que vamos apenas conversar. Venha!
— Vou confiar na sua palavra, Eve. É só uma conversa! — respondera por fim, aceitando o convite.
Definitivamente, Ahri fizera uma escolha ruim ao simplesmente confiar que Evelynn não ia dar um jeito de tudo acabar... Assim. Como sempre acontece.
— Merda, Eve! — a loirinha continua tentando escapar do abraço da mais velha, sem muito sucesso.
— Se continuar se mexendo, vai fazer os arranhões doerem mais... — alertou — E por favor... Não se faça de santinha, Ahri.
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Conversa「 ahrilynn 」
FanfictionAhri estava cansada. Da indústria da música, do público, das críticas, e principalmente, cansada de passar por tudo isso sozinha. Sendo assim, restava-lhe afogar suas mágoas com alguém. Contudo, seu maior dilema era entrar em contato com Evelynn, su...