Sunshine

Família Uzumaki

Os braços quentes e finos envolviam seu pescoço com uma  delicadeza singela enquanto assegurava-se em mantê-la bem próxima, abraçava a cintura delgada, as vezes suas mãos viajavam pelas costas macias sobre o vestido de festa, simples e bonito, enquanto balançam o corpo de um lado para o outro continuamente. Naruto estava em casa, ali, nos braços de sua amada.
Como era boa aquela sensação de reciprocidade, ele amava e era amado de volta.
A música se repetia, tocava e tocava, vários casais haviam passado por aquela pista de dança, vários casais beijaram, rodopiaram, trocaram carícias, mas eles continuavam ali, só balançando em silêncio.
O cheiro doce e único que vinha de Hinata agora estava nele também, em seus lençóis e onde quer que ele fosse, havia comida fresca em sua geladeira, um jardim também, havia uma casa, uma grande e bonita.
Tudo para ela.
Hinata não gostava de luxo, muito embora fosse uma princesa, desde muito pequena tinha gosto pela simplicidade e pela ex-Hyuuga morariam no velho apartamento, mas ela era sua esposa e estava grávida do primeiro filho e para o Uzumaki sua família merecia nada menos que o melhor e assim ele o fez, queria a maior das casas no mais luxuoso dos bairros. Hinata, no entanto, escolheu um lugar pacato e confortável.
— Daqui você poderá ver seu pai todos os dias, como no apartamento e nosso filho ira brincar aqui e quando olhar para cima, também o verá, querido — dissera, e ele chorou mais uma vez, a olhando.
No salão, Naruto pensava, enquanto se deixava embalar pelo ritmo dos passos lentos, quantas vezes havia falado "tadaima" na esperança de ser respondido de volta?  Sempre ouvia o silêncio da solidão, às vezes, a dor era tão gritante que nem mesmo seus clones espantavam aquele vazio, esteve tanto tempo sozinho que se pegou assustado nos primeiros dias que acordou ao lado da esposa, agora não se via sem ela.

Quantas vezes chorou desde que se casara?  Havia perdido as contas, chorou quando ela lhe fez um bolo de aniversário, chorou quando descobriu as duas gestações, mesmo sendo um bobo, fora ele quem notara as mudanças de primeira, estava sempre atento a tudo o que acontecia com sua mulher, chorou pelo simples motivo de ser amado
O

que faria se ela caísse em batalha?
Tinha tanto medo de perde-la que pediu que largasse as missões depois do nascimento de Himawari, não fora fácil convencê-la, mas quando a viu voltar gravemente ferida, não conteve o próprio medo, chorou, implorou e seu coração só se acalmou quando a viu prometer, mas ainda tinha medo, possuía pesadelos, as vezes, era ele quem a matava, perdia o controle da biju.
—  O que foi? — ela sussurrou quando sentiu os brancos masculinos envolver seu corpo em um abraço possessivo.
— Eu amo você — ele disse contra a pele fina no pescoço da mulher.
— Eu também o amo, muito.
— Vamos para casa, Hime…
— Você quer ir? — ele balançou a cabeça observando-a sorrir — Vá se despedir do Shikamaru-san, irei pegar as crianças.
— Certo.
Ele foi, abraçou o amigo e desejou mais uma vez felicidades pelo ano de vida completado, os olhos azuis capturaram a esposa, linda, delicada e gentil, Himawari dormia e Boruto parecia tão cansando que tropeçava nos próprios pezinhos coçando os olhos, ele era tão parecido com si, o cabelo e os olhos de safira que flagram o pai e logo foi estendendo os braços, manhoso.
Era mesmo dengoso.
Com o menino deitado em seu ombro, o Uzumaki aproximou-se da esposa levando a mão enfaixada até o rosto da bebê adormecida, acariciado a face com dois riquinhos.
— Tudo certo?
— Sim.
— Então vamos.
Shikamaru admirava a cena, aquele sequer parecia o menininho desordeiro que vivia gritando pelas ruas que um dia seria Hokage, de fato, ele estava a um passo de concluir seu objetivo de criança, mas Naruto, agora, estava completo, não havia mais a sombra do abandono e desprezo, era adorado, um herói e tinha uma família, agora, havia quem respondesse "okaeri"
Em casa, o Uzumaki admirava a esposa terminar de arrumar Boruto na cama, depositando um beijo suave na testa do menino, sussurrando o quanto ele era amado, o coração de Naruto estava quente e transbordava...
— Querido? — ela o olhou curiosa quando ele segurou seu braço escorregando a mão até o rosto pequeno e gentil.
— Obrigado.
— Naruto…
— Você é meu maior sonho, Hime, eu só estou aqui por você e eu te amo mais do que achei que fosse possível amar alguém.
— Meu bem… — Hinata sempre fora a mais cuidadosa, além de esposa, era uma amiga carinhosa e prestativa, o Porto-seguro que ele sempre sonhou.
As lágrimas eram uma droga, impediam de vê-la com clareza, por isso as espantou, queria mais do que tudo colocar aquele amor em palavras, mesmo assim jamais seria suficiente.
— Eu sempre achei que meu maior sonho era ser Hokage, mas eu não ligo para isso se não tiver você — sua testa encontrou a dela que chorava lindamente — Você me deu dois novos objetivos para lutar, eu vou lutar por você, por eles até não ter mais forças, Hime, essa é uma promessa e eu nunca volto atrás na minha palavra, porque esse é meu jeito ninja.