Natasha Bastos
Durante o percurso até sei lá onde estamos indo, penso em mil coisas que eu poderia fazer caso ele tentasse me matar...
não seria tão extremo assim, ou seria?— Fala comigo, me distrair para que eu não faça besteira. -ele fala ríspido-
— O que é besteira pra você?
— Meter o carro numa ribanceira seria uma boa. -Ele começa a rir, depois limpa novamente o nariz com as costas da mão-
— João! -aperto forte o estofado do carro-
— Estou brincando. -ele me olha rápido- calma, por que tem tanto medo de mim assim?
— Só pode estar brincando. -reviro os olhos-
Ele estaciona o carro no meio de um matagal, se eu fosse morta ali, demoraria uns três anos pra me encontrar.
— Pra que tão longe assim da vida urbana? -forço uma piada, já estava começando a soar frio-
— Gosto de vim aqui pra pensar, sabe? -ele se vira pra mim e termina de desligar o carro-
— Entendi... -sorrio e ligo a luz da frente, pra não ficarmos totalmente no escuro-
— Olha, eu entendo que te assustei e tudo mais, mas eu realmente gostaria de tentar do início sabe...
— Ah. -não retiro o sorriso forçado da boca-
— Não vai falar nada? -ele invoca-
— Não é isso, João. -passo a mão pelo meu rosto- minha opinião é contrária da sua, sabe?
— Não, me explica você. -ele cruza os braços e me encara-
— Não acho que combinamos em alguma coisa como namorados, mas sim como somente amigos... -continuo- como por exemplo, eu gosto de pessoas normais e você é meio louco. -começo a rir mas ele permanece ali parado sem expressões-
— Não brinque com isso, por favor. -ele se explica com movimentos nas mãos- vai continuar trabalhando pra mim? Não vai?
— Nã...
— Lembrando que você tem um contrato, claro. -ele me corta no ato, e eu tenho que aceitar-
— Não, claro que eu continuaria, não é pra tanto assim. -solto um riso pelo nariz e desvio o olhar-
— A gente podia ir tentando aos poucos, o que acha? -ele segura minhas mãos- por exemplo, quando quiser sair, você fala e saímos, até estarmos bem pra um relacionamento? O que acha?
— Mas eu já disse que...
— Que bom que você aceitou. -ele me puxa pra um abraço- Sinto que sem você eu cometeria alguma loucura contra a minha vida. Eu amo você, sabe disso.
Só consigo segurar um sorriso mais forçado do mundo no rosto enquanto ele vomita tudo que planejou para o nosso futuro, ele tinha dificuldade em aceitar um não.
— Você poderia me deixar em casa? Já está tarde. -falo alto para que ouvisse-
— Claro, claro. -ele sorri e liga o carro novamente- não estou longe do seu prédio, parei por aqui perto pra isso mesmo.
Só balanço a cabeça como concordância e observo a paisagem passar pela janela do carro.
Realmente não demora para que finalmente ele me deixasse em casa, finalmente.— Obrigada. -retiro o cinto e ele segura meu braço-
— Quer que eu suba pra dormir com você? Poderíamos reorganizar os planos e não ir trabalhar amanhã, se quiser. -ele abre um sorriso doce-
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𝐎 𝐬𝐢𝐧𝐜𝐫𝐨𝐧𝐢𝐬𝐦𝐨 𝐝𝐨 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐨𝐥𝐡𝐚𝐫
Teen Fiction𝓘𝓷𝓭𝓲𝓬𝓪çã𝓸: /+𝟏𝟔 𝓢𝓲𝓷𝓸𝓹𝓼𝓮: Nessa história com certeza a Nerd não vai ser atrapalhada e solitária. O Popular não vai ser tão galinha, mas vai conquistar muitos corações. A garota solta e transparente, vai ser fisgada pelo menino intel...