Dia 6
— Que merda é essa? — Becca disse assim que chegamos na cozinha.
Agora estávamos sozinhos e a sua expressão não era nada boa.
— O que? — Estava confuso.
— Essa aposta. — Ela disse brava. — Só me deixou ficar aqui por causa de uma aposta?
Eu comecei a rir, o que fez a garota ficar ainda mais brava e me dar um soco forte no braço.
— Caralho. — Reclamei ainda rindo. — O que eu ganharia em te deixar ficar aqui? A aposta foi entre os três. Eu não tenho nada com isso.
— Eles não falaram dessa forma. — Ela estava desconfiada.
— Rebecca, a aposta era sobre quanto tempo demoraria para que eu "brincasse de casinha" com você. — Falei conforme me lembrava — o fato de eu querer que vocês fiquem aqui não tem nenhuma relação com a aposta.
A garota me encarou confusa, como se quisesse falar algo.
— Você gosta de mim? — Ela finalmente falou.
— Eu quero ficar bem com você. — Continuei. — Mas só isso. Estou sendo sincero com você, Rebecca. O máximo que teremos é uma amizade. Isso se você não pisar na bola novamente.
Estava sendo sincero. Eu não conseguia mais confiar na loira à minha frente. Rebecca me mostrou que sempre se importou apenas com ela e eu não entraria novamente em suas confusões. Algo me prendia a ela e eu sabia bem que era o bebê. Eu só queria entender essa necessidade que eu sentia de protegê-lo, sendo que eu nem o conhecia. Sempre colocava na minha cabeça que esse bebê não era meu, mas mesmo assim eu não deixava de pensar que era.
Eu estava rendido. E fodido. Completamente fodido. Esse bebê acabou com todas as minhas estruturas.
— Eu quero que vocês fiquem aqui não porque eu quero ficar com você, mas porque eu me preocupo com esse bebê. — falei e a garota concordou com a cabeça, se afastando.
(...)
Dia 7
Igual ao dia anterior, na ultima noite também havia dormido com a Rebecca em seu quarto. Diferente do passado, agora estávamos tentando realmente ter uma amizade. Aquilo faria bem para o bebê futuramente. Eu resolvi deixar tudo para trás e perdoar o que a loira havia me feito, porém perdoar não quer dizer esquecer e esse era o principal motivo de não querer algo a mais. Mesmo com tudo isso, a garota sempre deixava claro as suas prioridades e agora eu enxergava com clareza.
Rebecca vivia para ela e, agora, para o bebê que habitava sua barriga. Ela faria o possível e o impossível para alcançar seus objetivos e agora eu não queria mais fazer parte daquilo. Foi difícil superá-la da primeira vez. Eu me vi submerso em mais álcool e drogas do que estava acostumado, chegando a quase outra overdose. Numa dessas o squad se desfez, ou melhor, eu me desfiz. Uma amizade de infância e uma alma quebrada. Tudo por causa de um coração aos pedaços.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Califórnia ▪ Nate Maloley
Fanfiction▪ Continuação de Texas ▪ Após 3 anos desaparecida, Becca retornou para a vida de Nathan Maloley.