rager teenager

dear old me, dear old you

Lalisa estava em silêncio com o copo já vazio enquanto observava as pessoas em volta. Ao seu lado, mas não tão próximo, estava um homem que devia estar nos seus cinquenta anos, concentrado em seu maço de cigarro. Ao notar que Lalisa lhe encarava, tratou de tirar outro do bolso do casaco.

— Aceita um?

— Não, eu não fumo – ela tentou ser educada, achando engraçado a forma que ele lidou com seu olhar. Assim que ele se virou para frente, quis fazer uma pergunta. – Está aqui só para fumar e encarar as pessoas?

— E você que está sozinha?

— Você também está.

— Pelo menos eu estou lidando bem com isso.

Lalisa revirou os olhos, mas não pôde rebater aquela. Assim que as meninas saíram de cima, achou uma boa ideia ir ao bar mais próximo como fazia todos os dias com suas amigas de Gyeongju, mas não era difícil perceber que não era a mesma coisa.

— A minha noiva cantava ali – ele disse de repente, apontando para o palco que estava vazio – mas um moleque deu um jeito de fazer com que ela fosse demitida, e agora ela tá sem fazer o que mais gostava.

— Sabe qual é o nome dele? – Ela perguntou curiosa, aquele era o lugar onde Roseanne cantava, não podia ser só uma coincidência.

— É Lee alguma coisa, ele é o único dos quatro que eu nunca conversei diretamente.

— Lee? Lee Minhyuk?

— É, algo assim.

Lalisa franziu as sobrancelhas confusa, Minhyuk nunca foi a pessoa mais legal, mas era inacreditável que pudesse fazer algo daquele tipo.

— Quer saber? Ele é mesmo um babaca – iniciou, irritada de repente – eu não o suporto, minha amiga estava certa. Se eu pudesse, colocaria ele em uma caixa e mandava de volta para Gyeongju.

O homem parecia nem ouvir mais o que Lalisa falava, já que se virou e fez um sinal, para pedir algo.

— Deseja mais um copo, Senhor Choi? – Lalisa arregalou os olhos ao ouvir aquela voz.

— Sim, por favor – ele respondeu. – Estava falando da sua banda agora com essa menina, acho que ela é nova por aqui.

— Ela é sim, espero que esteja gostando do bar.

Lalisa continuou do mesmo jeito, petrificada, se perguntando se Roseanne teria ouvido algum comentário seu. Poucos minutos depois, quando o homem já tinha ido embora, Lalisa foi se virando aos poucos, encontrando ela do outro lado, com os cabelos em um rabo de cavalo e um avental preso na cintura. Ela estava muito bem, e Lalisa não tinha como negar.

— Vai me dizer que isso foi uma coincidência também?

— Na verdade foi sim – Roseanne sorriu cínica. – Vai querer alguma coisa?

— Não, obrigada – Lalisa respondeu curta. – Por acaso, ouviu o que eu falei sobre Minhyuk?

— Mais ou menos, mas até que eu entendo. Ele pode ser bem difícil na hora de nos proteger.

— Minhyuk protegendo alguém? – Lalisa perguntou em tom de deboche. – Eu realmente perdi muita coisa.

— Então por que não pergunta?

Roseanne se inclinou, ficando mais próxima do rosto de Lalisa, esta que engoliu em seco e logo desviou o olhar.

— Seria invasivo.

— Eu não acho – Roseanne tirou o avental em seguida e jogou em uma cadeira. – Escolhe um lugar, e nós vamos.

— O que está fazendo? Não vão te demitir?