Ele já estava cansado de andar e ainda não estavam nem na metade do caminho. Elise havia dado um remédio para Cassandra, para amenizar a dor enquanto ela costurava sua perna, que a deixara maluquinha. Ela não calara a boca por um segundo, e não falava nada que fizesse sentido.
— ...Ai a mamãe brigou com ele por ter destruído o livro. Você já conheceu meu irmão? O nome dele é Nikolás...
— Eu sou o Nikolás.
— Não é não. O Nikolás tem chocolates e divide eles comigo.
— Se eu tivesse chocolates eu dividiria eles com você.
Um homem montado em um cavalo vinha em sua direção, ele puxou Cassandra para o canto da estrada para não serem atropelados.
— Olha, um cavalo! — Gritou Cassandra empolgada.
— Shhh.
O homem olhou para eles de um jeito estranho enquanto passava.
— É um cavalo, a Holly ama cavalos. Você já conheceu a Holly?
— Não, eu nunca conheci ela.
— Você ia gostar dela. Eu amo a Holly, ela disse que me amava também.
— Que bom. — Disse Nikolás, sem saber o que responder.
— Cadê ela?
— Ela quem?
— A Holly, eu quero ver ela.
— Não vai dar agora.
— Por que não? Eu estou com saudade. O Nikolás deixaria eu ver a Holly.
— Maninha, a Holly está dormindo.
— Quando ela vai acordar?
— Ela está em um sono muito profundo, e vai ficar brava se nós a acordarmos.
— Não, essa não é ela. A Holly não fica brava. Ela está sempre sorrindo, ela tem um sorriso... — Ela bocejou. — Eu estou com sono.
— Por que não dorme?
— Eu vou poder encontrar a Holly?
— Vai, claro que vai.
— Tudo bem então. Mas não tem cama aqui.
— Estamos indo até a cama.
De fato, haviam chegado até uma pousada no meio da estrada. Nikolás tinha um pouco de dinheiro em seus bolsos, que poderia usar para pagar por um quarto. Ele entro no estabelecimento. O lugar não passava de uma sala com um balcão a esquerda, uma escada a direita, e uma porta de frente para a porta de entrada.
— Posso ajudá-los? — Perguntou a moça atrás do balcão.
— Você não é a Holly. — Disse Cassandra.
— Ignore ela, nós queremos um quarto.
— Espere ai, eu conheço vocês.
— Não, acho que não.
— Ah, que idiota. Perdão vossas altezas.
— Olha, não precisa de formalidades, nós só queremos um quarto para passar a noite, e depois você pode esquecer que nos viu, está bem?
— É claro.
Nikolás tirou o dinheiro do bolço e o colocou no balcão.
— É o suficiente?
— É sim, venham comigo. — Disse a mulher os guiando escada acima até um quarto que cheirava a mofo.
— Perdão, mas esse é o único que temos.
— Esse está ótimo. Obrigado.
— Não tem de quer.
A mulher saiu e fechou a porta atrás de si.
— Pronto, agora você tem uma cama.
— Ela é fedida.
— É, mas somos melhores do que principezinhos mimados, certo?
— Eu sou uma princesa?
— Sim, você é.
— A Holly também, né?
— É claro. Agora vamos dormir.
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Reino de Asas e Redenção - Livro 2
FantasyA coisa mais importante para os flyers não é o poder, mas sim suas asas, a capacidade de ser levado por e através do vento. As asas é o que os leva de volta ao lar. Um flyer sem suas asas é um flyer morto. Mas ela está viva, e lutará por seu povo. ...