Capitulo 6

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Ele já estava cansado de andar e ainda não estavam nem na metade do caminho. Elise havia dado um remédio para Cassandra, para amenizar a dor enquanto ela costurava sua perna, que a deixara maluquinha. Ela não calara a boca por um segundo, e não falava nada que fizesse sentido.

— ...Ai a mamãe brigou com ele por ter destruído o livro. Você já conheceu meu irmão? O nome dele é Nikolás...

— Eu sou o Nikolás.

— Não é não. O Nikolás tem chocolates e divide eles comigo.

— Se eu tivesse chocolates eu dividiria eles com você.

Um homem montado em um cavalo vinha em sua direção, ele puxou Cassandra para o canto da estrada para não serem atropelados.

— Olha, um cavalo! — Gritou Cassandra empolgada.

— Shhh.

O homem olhou para eles de um jeito estranho enquanto passava.

— É um cavalo, a Holly ama cavalos. Você já conheceu a Holly?

— Não, eu nunca conheci ela.

— Você ia gostar dela. Eu amo a Holly, ela disse que me amava também.

— Que bom. — Disse Nikolás, sem saber o que responder.

— Cadê ela?

— Ela quem?

— A Holly, eu quero ver ela.

— Não vai dar agora.

— Por que não? Eu estou com saudade. O Nikolás deixaria eu ver a Holly.

— Maninha, a Holly está dormindo.

— Quando ela vai acordar?

— Ela está em um sono muito profundo, e vai ficar brava se nós a acordarmos.

— Não, essa não é ela. A Holly não fica brava. Ela está sempre sorrindo, ela tem um sorriso... — Ela bocejou. — Eu estou com sono.

— Por que não dorme?

— Eu vou poder encontrar a Holly?

— Vai, claro que vai.

— Tudo bem então. Mas não tem cama aqui.

— Estamos indo até a cama.

De fato, haviam chegado até uma pousada no meio da estrada. Nikolás tinha um pouco de dinheiro em seus bolsos, que poderia usar para pagar por um quarto. Ele entro no estabelecimento. O lugar não passava de uma sala com um balcão a esquerda, uma escada a direita, e uma porta de frente para a porta de entrada.

— Posso ajudá-los? — Perguntou a moça atrás do balcão.

— Você não é a Holly. — Disse Cassandra.

— Ignore ela, nós queremos um quarto.

— Espere ai, eu conheço vocês.

— Não, acho que não.

— Ah, que idiota. Perdão vossas altezas.

— Olha, não precisa de formalidades, nós só queremos um quarto para passar a noite, e depois você pode esquecer que nos viu, está bem?

— É claro.

Nikolás tirou o dinheiro do bolço e o colocou no balcão.

— É o suficiente?

— É sim, venham comigo. — Disse a mulher os guiando escada acima até um quarto que cheirava a mofo.

— Perdão, mas esse é o único que temos.

— Esse está ótimo. Obrigado.

— Não tem de quer.

A mulher saiu e fechou a porta atrás de si.

— Pronto, agora você tem uma cama.

— Ela é fedida.

— É, mas somos melhores do que principezinhos mimados, certo?

— Eu sou uma princesa?

— Sim, você é.

— A Holly também, né?

— É claro. Agora vamos dormir. 

Reino de Asas e Redenção - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora