Notas do AutorOlá, e depois de um ano estamos de volta. Vocês acreditam? Pois é, nem eu. Espero que todos estejam bem e se cuidando durante a pandemia. Muito obrigada pelos faves e comentários durante esse tempo. Eu sei que nessa época o refúgio para muitos é a leitura, então eu prometo que vou tentar atualizar com mais frequência.
• Esse é o último capítulo que eu escrevi com base completamente nos momentos do livro/ série. (Os primeiros capítulos/primeiro episódio é tudo pra mim). Então a partir do próximo tudo começa a ficar mais original.
• Eu revisei esse capítulo um milhão de vezes, então se tiver qualquer erro, eu peço um milhão de desculpa.
Espero que gostem, boa leitura!! =)************************************************************************
JON
Não eram muito os momentos no qual, Jon se sentia grato por ser um bastardo, como um, tinha a "honra" de se esgueirar pelo salão, e ser abraçado pelas sombras, onde ninguém notaria sua presença, e se notassem lhe ignorariam e dariam olhares de desgosto, falariam pelas costas e sussurrariam como sempre faziam quando seu pai e irmãos não assistiram. Nesses poucos momentos, ele agradecia por não ter que manter as aparências, poderia beber mais de uma taça de vinho e rir abertamente com os soldados mais novos, como naquela noite durante o banquete, enquanto se fartava de carne e pão e até deixava escapar alguns pedaços para seu lobo em baixo da mesa, que se deliciava silenciosamente naqueles poucos momentos, Jon quase poderia se esquecer de ser um bastardo, os homens que normalmente o zombavam lhe tratariam como um igual, ou talvez a embriaguez não lhes permitissem o distinguir na mesa.
Contudo, estes momentos eram raros, e no final do dia, as lembranças de que era um bastardo sempre voltavam. Nesta noite, eram as palavras amargas da senhora Catelyn que o traziam de volta à realidade, já estava acostumado com tratamento que recebia da mulher, pois era assim desde que se lembrava, toda vez o olhava com um olhar odioso, mas naquele dia, as palavras pareciam ter lhe atingido da pior maneira, como o corte de uma faca enferrujada, lhe causando calafrios no estômago.
"O Rei e a Rainha não irão gostar de um bastardo se sentando a mesa com seus filhos e filhas. É certo que eu não gostaria."
Disse rancorosa, tentará até proibir a entrada de Jon no salão, seu meio-irmão Robb fora quem interviu por si, dizendo que seria bobagem. O desgosto de ser contrariada por seu legítimo ficou estampado no rosto da mulher, que amaldiçoou aos sete. Por sorte, seus olhos de águia ainda não tinham o notado no salão, ou quem sabe suas preocupações fossem maiores que um bastardo qualquer. Afinal, a senhora não descansou um segundo sequer desde o anúncio da vinda do rei para Winterfell, os gastos com o banquete e para que tudo fosse do melhor durante a estadia da comitiva. Meistre Luwin andava pelo salão, com um livro em suas mãos anotando rodo e qualquer mínimo gasto, das velas que se apagavam aos barris de cerveja quê os empregados traziam para o festim, Jon os observará trabalhando, mas a está altura já perdera as contas mas
com toda certeza o Meistre não perderá. No entanto, o bem-estar da família real não eram as únicas preocupações da senhora do norte, as razões por trás da visita do Sul, já se espalhavam pelo norte. A morte de Jon Arryn trouxera luto e um vazio no cargo de mão do rei, e este vazio seria logo preenchido com o senhor seu pai, uma ordem do próprio Robert Baratheon, camuflada como um pedido do direito de anos de amizade. Para oficializar o pedido, a união das casas também fora anunciado, logo, sua meia irmã Sansa iria para o sul prometida para Joffrey Baratheon, o mais velho do rei, o casamento era uma prova que Robert não aceitaria que Eddard negasse o cargo. Tão pouco conhecendo seu pai como conhecia, duvidava que este negaria a honra não o deixaria. E Nem mesmo as súplicas da senhora Catelyn eram capazes de causar recusa.
"Um Stark deve permanecer no norte" dizia para quem em Winterfell quisesse ouvir, não escondia sua insatisfação com a união, não queria perder suas filhas para o sul. Robb reclamara que sua mãe o estava deixando louco com seus anseios, mas Jon conhecia bem seu meio-irmão para saber que a ideia também não o confortava. A ninguém para ser exato, mesmo sua relação com Sansa não sendo a melhor, mesmo que ela o odiasse, o bastardo não queria que sua meia irmã acabasse em um casamento ruim, e para ele Joffrey seria de todo um péssimo pretendente. Theon fora quem contará sobre o príncipe, em como era mimado, e exalava todo o orgulho ou a arrogância dos Lannister, para Jon, ele não passava de um "idiota real", como Robb se referia ao rapaz. E quando o viram, suas suspeitas aumentaram. Tinha um olhar superior, e quando chegou montado em um azarão olhou Winterfell como se fosse a escória, e a todo momento lançava sorrisos galanteadores para Sansa, está se derretia com a interação.
Diferentemente de Aria, Sansa sempre fora uma sonhadora, de que um dia se casaria com um príncipe se tornando princesa e futuramente rainha. Por isso, quando a jovem soube da união, não havia um pingo de tristeza em seu rosto, nem mesmo com a ideia de ficar longe de sua família. Estava vivendo seu sonho de criança, estava prometida a um príncipe, e por mais ruim que ele fosse aos olhos de Jon, Sansa não o via assim. Já fantasiara sobre isso por tanto tempo, como seria uma filha para rainha, sobre como era o castelo, e que seria melhor amiga da princesa, então não podia conter ou esconder sua felicidade. Tomando seus pensamentos, a risada do rei atravessou o salão sobressaindo até mesmo os instrumentos dos músicos que animavam o salão, ele abraçava e beijava uma camponesa sem o menor pudor. O homem acabou se tornando uma grande decepção para Jon, afinal, cresceu ouvindo as histórias de seu pai e as suas aventuras com o rei e como este reivindicou o trono de ferro, o quanto era forte, suas habilidades e inteligência em batalha, o melhor dos guerreiros o "demônio do tridente" que acabava com seus adversários com um único golpe de sua marreta. Mas agora, nem de longe parecia com o guerreiro das histórias, era gordo e bêbado, e Jon duvidava que ele poderia combater se alguém o desafiasse.
- Bem na frente da rainha. - um dos homens de sua mesa falou, chamando a atenção de Jon.
- Se ela quisesse poderíamos fazer o mesmo. - disse o outro.
- Você não daria conta da rainha. - zombou mais um e todos caíram na gargalhada.
Jon os ignorou, muito se era dito sobre a rainha, a mais bela mulher dos sete reinos. Observando-a, era de fato deslumbrante, e o garoto de certa forma sentia por ela, estava sendo humilhada na frente de todos pelo próprio marido, mas ele era rei, não haveria nada que ela pudesse dizer. Jon viu quando a senhora Catelyn olhou com pesar e constrangimento para a rainha que não retribuiu se estivesse afetada com a cena do rei, não demonstrava, permanecia impassível, trocando algumas palavras com a senhora do norte, e distribuiu alguns sorrisos um deles sendo para Sansa.
O bastardo conhecia muito bem sua meia irmã, para saber que ficara feliz em ter recebido o carinho da rainha, mas sua animação fora logo se esvaindo quando começou uma conversa com a princesa, o sorriso de sua meia irmã sumiu, a viu ficando tão vermelha quanto seus cabelos, sansa deu as costas para a princesa após um breve reverência. Jon continuou observando a cena, bem a tempo de ver a dama de companhia lhe beliscar o braço, pela primeira vez naquela noite, bem, desde que começará a reparar na jovem durante o festim, viu a rir, e podia notar ser de fato sincero, já que a dama parecia se esforçar para não rir também.
Uma multidão entrou no campo de visão de Jon, os camponeses davam as mãos girando animados pelo salão enquanto à música ficava ainda mais animada, alguém tentou levar a princesa para o baile, mas está empurrou a dama de companhia que rapidamente fora puxada pela multidão arrancando mais um sorriso da princesa, no entanto, tão rápido quanto veio se esvaiu, no instante em que a rainha se dobrou para lhe dizer algo. Jon não pode deixar de se sentir curioso, ainda mais quando um brilho escorria pela bochecha bem esculpida da princesa, a todo momento os servos lhe cumprimentavam, os homens lhe exaltavam tanto quanto a mãe, escutou história de como era a favorita do rei, e o quanto ele se gabava da princesa, em sua cabeça, como uma estaria exalando felicidade, mas ali, sentada no centro do banquete parecia completamente infeliz e agoniada.
- Pensei que se sentava com seus irmãos a mesa. - uma voz familiar lhe tirou de sua inércia. Jon se virou para olhá-lo, enquanto seu lobo saiu de baixo da mesa para farejar o estranho que se aproximava de seu dono.
- Tio, Benjen. - abraçou o homem animado. Jon sentiu-se feliz, admirava tanto o homem a sua frente.
Seu tio lhe retribuiu o abraço, se afastando e analisando o sobrinho, este crescera desde a última vez que o virá alguns meses atrás, estava mais próximo de um homem agora.
- E então? Não costuma se sentar à mesa com seus irmãos? - repetiu, notou a carranca que se formou rapidamente no rosto do mais jovem.
- Sim, mas a senhora Catelyn supôs que seria um insulto para a família real um bastardo se sentando junto a eles. - Jon olhou para os convidados que nem sequer o notaram.
- Estou vendo. - O tio seguiu os olhos do mais novo, observando os convidados, tentando trazer sua atenção comentou - meu irmão não está muito festivo.
- Nenhum deles está. Estão todos descontentes. - comentou suas observações da noite, um bastardo tinha que aprender a ler as pessoas, e enxergar a verdade por trás delas. Seu tio concordou, então a risada estridente ecoou mais uma vez pelo salão. - Bem, nem todos estão. - disse com humor, Benjen sorriu discretamente.
- O rei de fato sabe como aproveitar um banquete.
- Meu pai o levou até as criptas essa tarde, a rainha não queria que ele fosse, mas ela nem teve tempo para ficar irritada já que a princesa a envergonhou na frente de todos.
Ben lançou um olhar cauteloso em direção ao mais novo, o observará de longe desde que entrou no salão, e por mais que soubesse que Jon era de fato atento, como Ned sempre lhe contava, reparou que o mesmo estava curioso demais em relação a algo, ou melhor, alguém e isso entregava o quão jovem de fato era.
- Não deixa passar muitas coisas, não é? - Jon finalmente prestou atenção em seu tio, estufou o peito com orgulho, sentindo a coragem ou talvez fosse as muitas taças de vinho que tomará.
- Seria de bom uso na patrulha. - pediu finalmente, ultimamente pensava mais e mais sobre fazer o juramento, queria seguir os passos de honra de seu tio.
- Creio que sim - Benjen concordou, não querendo alimentar os desejos do rapaz, sabia que muitos destes vinham apenas pela hostilidade de sua cunhada, ela não facilitava a vida do garoto, não agora, e nem antes.
- Sou melhor em montar e com espadas do que qualquer um neste castelo. - Jon continuava a apresentar suas realizações, não que seu tio não soubesse sobre elas, Eddard o deixava ciente por meio dos corvos.
- Notáveis realizações. - bebeu um gole de seu vinho e voltou a olhar multidão, esperando que Jon deixasse o assunto.
- De fato são. - respondeu mais irritado, percebeu o que seu tio fazia, já o tinja feito antes quando o assunto surgirá em uma de suas visitas. - Então me leve com você quando regressar a patrulha. Meu pai lhe dará a permissão se pedir. - Continuou.
Benjen olhou o rapaz, e a certeza em seu pedido, sentiu por ele, vivia em um lar hostil, mas ainda tinha um, e sua vida era melhor que a da maioria dos bastardos.
- A muralha é um lugar duro para um rapaz, Jon.
- Eu sou praticamente um homem feito, tenho 17 anos e a certeza de que quero me juntar a Patrulha da Noite, tio. - disse firme, seu tom exaltado vendo que seu tio não o levava a sério, atraiu a atenção de algumas pessoas próximas.
Estava cansado de refletir sobre o assunto, em uma das noites que não conseguia dormir, imaginou como seria daqui a alguns anos, Robb herdarão o senhorio e comandaria exércitos. Mais tardar, Rickon e Brann se tornariam vassalos de sua casa. Suas irmãs se casariam e iriam para o sul com seus maridos e teriam uma nova casa, como de fato já estava acontecendo. E ele, bem... que lugar poderia um bastardo ocupar? Considerado ainda que a senhora Catelyn não o aprovaria no norte visto que seu pai se fosse. Pensou em outros Snows que conhecerá em Winterfell, a maioria não passava de servos para suas famílias, ou pedintes no mercado. Mas os que mais entravam em sua mente eram aqueles que não eram sequer lembrados, como os bastardos do rei, crianças e mais crianças, que ninguém nem mesmo imaginava quem poderiam ser. A ideia de não servir a nenhum propósito era a que o assustava mais, pelo menos na patrulha, estaria fazendo e defendendo algo.
- Não sabe o que está pedindo, Jon. Somos uma irmandade juramentada, não temos casa, não temos esposas, não temos família, nossa amante é a honra.
- Um bastardo também pode ter honra. - respondeu impaciente. - Estou pronto para prestar o juramento.
- Não entende, é só um rapaz, não um homem. - Seu tio respondeu duro.- Não entende o que pede, e do que abrirá mão, pelo menos até ter conhecido uma mulher não pode compreender o que estará deixando para trás.
- Isso não me interessa. - Jon o cortou ríspido, trazendo ainda mais atenção para eles.
Benjen gargalhou, o causando ainda mais a irritação de seu sobrinho, antes que pudesse rebater, seu tio se inclinou para ele segurando um de seus ombros.
- Não lhe interessa? Se continuar encarando a princesa, temo que ela derreterá como neve em seu lugar. - zombou, Jon desviou os olhos de seu tio desvencilhando do toque, sentiu-se constrangido. - A sua sorte, é que o rei está bêbado demais para notar que não tira os olhos da filha preferida dele, ou nem mesmo a amizade com seu pai o salvaria. - passou a mão pelo rosto. - Não sabe o que irá perder, Jon. Se soubesse não estaria ansioso para fazer o juramento.
Ah, mas ele sabia, não era como se a ideia de se deitar com uma mulher não lhe fosse convidativa, falava com Robb e até mesmo Theon sobre o assunto, na maioria das vezes apenas escutava, já tinha até mesmo os acompanhado em um dos bordéis de Winterfell, mas quando pensava que talvez aquela mulher acabasse gerando um bastardo, se sentia enojado, não seria ele a trazer mais um ao mundo.
Suspirou cansado, olhou para seu tio e então aos homens na mesa, que nem disfarçavam seus interesses, os ignorou assim como a seu tio, e saiu a passos largos do salão sendo acompanhado apenas por seu lobo, escutou seu nome ser chamado, mas Benjen logo fora levado pela multidão que continuava dançando animados. As conversas, as risadas e a música foram ficando cada vez mais distantes, do lado de fora o assobio do vento era a única música, assim como os murmúrios dos bêbados que vez ou outra cambaleavam sem rumo pelo pátio. O silêncio era o que precisava, com a intensidade de seus próprios pensamentos, mas estes estavam sendo mais altos que o próprio festim, e não queria nem a está companhia. Então caminhou até uma das cocheiras, e agarrou uma das espadas de madeira que as crianças usavam para treinar, e bateu repetidamente em seu adversário de palha, normalmente, mesmo em um treino gostava de se mostrar habilidoso, mas não agora, queria apenas se distrair de suas frustrações e raiva.
Fantasma que até então observava o dono com curiosidade, se levantou assumindo uma posição de ataque, chamando a atenção de Jon, que acompanhou os olhos atentos, vendi Tyrion Lannister se aproximar com certa cautela.
- Me perguntou o que ele lhe fez. - Ele apontou para onde Jon baterá anteriormente. Não respondeu ao anão, apenas analisava, ainda não tivera contato com ninguém da corte real, lembrou de todas as maneiras e como deveria se dirigir a algum deles, mas a voz de Aria o chamando de duende era a única coisa que lhe vinha a mente, e como não queria o ofender, decidiu pelo silêncio. Tyrion Lannister nem de longe se parecia com um, não tinha toda aquela glória dourada, era apenas um homenzinho, que se, o que fosse dito pelos homens fossem verdadeiras, era tão bêbado quanto o rei, e se mantinha gastando o dinheiro da família em bordéis.
- Esse animal, é um lobo? - O anão perguntou com fascínio.
— Um lobo gigante. - respondeu Jon.
- Oh! Maravilha. São incríveis criaturas. - se aproximou ainda mais, se segurando na vontade de tocar a fera.
- Como conhece sobre eles? Pelo que sei não são animais comuns no sul - Jon perguntou curioso e viu o homem torcer a expressão em um sorriso.
- Pelo que sei não estavam sendo nem animais do norte. - Jon concordou, de fato era verdade, até a ninhada que encontrara com seu pai e irmãos, há muito não se via lobos ao sul da muralha. — Livros, rapaz. - o Lannister continuou. - Podem te levar aos mais longes lugares e lhe apresentar as criaturas mais distintas. - disse pensativo. - Sou Tyrion Lannister. - estendeu a mão em cumprimento para Jon, que retribuiu o gesto.
- Eu sei quem você é.
- E eu sei que és o bastardo de Ned Stark. - Jon Largou a mão do homem apertando os lábios em uma fina linha e lhe deu as costas, sentindo a irritação voltando. - Eu o ofendi, desculpa, não tenho muito jeito com as palavras. - Jon parou em seu lugar, não queria ser desrespeitoso com alguém da corte, não tinha o direito para tal - Vamos lá, já lhe pedi desculpas. - Jon virou em seus calcanhares e encarou o homenzinho. - Mas não pode negar que seja o bastardo. - o jovem se manteve firme em seu lugar, controlando a vontade de dar as costas novamente.
- Lorde Stark é meu pai. - Jon respondeu sentindo sua voz baixa.
- Mas a Senhora Catelyn não é sua mãe, o que faz de você, um bastardo. - Tyrion empurrou mais uma vez, Jon não respondeu apenas desviou o olhar do anão. - Deixe-me lhe dar um conselho, bastardo. - Jon não sabia dizer se era divertimento que ouvia na voz do Lannister, ele parecia apreciar dizer a palavra como se fosse a melhor das refeições, ainda, permaneceu em silêncio enquanto o homem se aproximava. - Nunca se esqueça de quem você é, o resto do mundo certamente não vai, use como uma armadura, e então isso nunca irá o magoar. - Disse por fim, e então fora sua vez de dar as costas para Jon, a quem o encarava perplexo.
- O que sabe você sobre ser um bastardo? - O anão virou para ele com um sorriso sarcástico e se aproximou novamente.
- Todos os anões são bastardos aos olhos de seus pais. - Jon pensou em respondê-lo, pois tinha suas dúvidas de que fosse a mesma coisa, afinal, não fora deslegitimado, e no final dos dias, por mais engraçado ou vergonhoso que fosse ainda tinha Lannister em seu nome. Mas antes que pudesse responder, a movimentação nas ameias chamou sua atenção, a princesa estava lá, apoiada olhando para o céu, seu rosto sendo iluminado apenas pela luz de uma das tochas acesa. Tyrion seguiu o olhar do bastardo, tendo a mesma visão de sua sobrinha, não tinha a visto em alguns dias, e agora mesmo de longe e no escuro podia ver o quanto estava desgastada, tinha suas dúvidas que fosse apenas da viagem, conversaria com ela pela manhã. Olhou novamente para o bastardo no norte, este se mantinha focado, riu minimamente, finalmente atraindo a atenção do nortenho, que o encarou.
- Agora vejo ser um jovem ambicioso, bastardo. - Voltou seus olhou a para sua sobrinha, tal como Jon, como se sentisse o olhar de ambos, desceu olhar até eles, e quando notou o tio, pela segunda vez naquela noite a Baratheon sorriu verdadeiramente - Vê, ela tem uma queda por coisas pobres e quebradas. - Lynora acenou para Tyrion, o braço levantado logo fora levado em um forte puxão, Sor Jaime Lannister se juntou a ela, os dois pareciam discutir, enquanto a princesa se debatia para se solta, e então surpresa lhe tomou quando a princesa deferiu um tapa no rosto do cavalheiro, aproveitando a também surpresa de Jaime para escapar. - E como pode perceber, é uma mulher notável. — Tyrion o olhou mais uma vez naquela noite, lendo o rosto do rapaz. - Fique longe da cova dos leões, bastardo.
Não entenderá as palavras do homem, mas não teve tempo de perguntar, pois o mesmo já entrava no salão novamente. Jon olhou novamente para as ameias o regicida permanecia no mesmo lugar com uma mão alisando o rosto onde fora atingindo pela princesa. Estava longe para ver sua expressão com certeza, mas o Lannister notou seu olhar.
- Perdeu algo? — perguntou, sua voz ecoando pelo pátio de Winterfell. O garoto não responderá, apenas se virou e caminhou para longe, não queria mais uma discussão, ou conselhos de alguém, principalmente de quem era privilegiada pela corte, a dor aguda em sua cabeça apontava que já tivera demais por uma noite, e decidiu se retirar para dormir e descansar de vez seus pensamentos.
Ainda podia sentir o aperto de Jaime em seu braço, e acariciou o lugar na expectativa que a dor passasse, sem dúvidas mais tarde teria as marcas dos dedos do homem. Se o norte não fosse tão frio, um vestido de mangas curtas seria uma ótima escolha para tomar café com seu pai no dia seguinte. Lynora respirou fundo mais uma vez, criando coragem de voltar para o salão, com esperança que Cersei já estivesse devidamente cansada em manter a pose de boa rainha, e logo se retirasse, mas estava sendo boba, com toda certeza a mulher seria capaz de aguentar aquele banquete se fosse para lhe torturar. Sentiu o espartilho de seu vestido ainda mais apertado cada vez que puxava o ar, estava exausta de forçar os seus pulmões, para um sorriso, para uma conversa agradável, tudo fora desgastante demais. As ameaças de seu tio não ajudavam, Lynora nunca entendeu em que ponto o homem passou a odiá-la, talvez, apenas notou que com certo tempo, o sentimento era recíproco. Lágrimas começaram a descer por seu rosto novamente quando lembrou de suas palavras.
"Precisa causar uma boa impressão para o futuro herdeiro de Winterfell, pois logo estará carregando seus bebês por aí, e então estará presa para sempre no sul, com um casamento ou de outra forma de qualquer maneira."
A queimação em seu estômago retornou, sentiu um embrulho desejando colocar para fora o pouco que comera. Segurou o ar, esperando que a ajudasse a se recompor, queria mostrar que o confronto não tinha lhe atingido, que tudo aquilo pouco importava, mas tudo dava indícios que a procura de Cersei estava chegando ao fim, tinha finalmente arranjado um marido para Lynora, e este seu pai parecia aprovar, tendo em vista sua insinuação mais cedo. Mas a princesa se agarrava a fina esperança das promessas de seu pai quando era apenas uma criança.
Respirou fundo mais uma vez e caminhou até a entrada do salão, os músicos ainda estavam animados, tais como os aldeões, o cheiro de suor, bebida e carne se misturavam no salão. Observou tudo atentamente, fazia um tempo desde que tivera um banquete tão animado, o último fora na comemoração do vigésimo terceiro ano do nome de seu tio Renly, a celebração durara por várias noites é claro que, seu pai não a deixou aproveitar nem metade da primeira noite.
Lembrando dele, correu os olhos pelo salão e notou que seu já não estava mais presente, provavelmente se retirou com alguma prostituta, sua mãe permanecia sentada na mesa elevada, seu irmão Joffrey agora estava ao seu lado e quando este a notou lhe deu um sorriso sádico, decidida a ignorá-lo pelo resto da noite, procurou entre os camponeses, finalmente encontrando sua dama. Rhea estava do outro lado do salão, conversava com um rapaz e sorria sem mostrar os dentes e então soube que esta era ela sendo gentil, mas suas sobrancelhas erguendo demonstrando uma falsa surpresa, era um sinal que não desfrutava da conversa, provavelmente o estranho tentava lhe encantar de todos os modos. Sua dama era alguém difícil de não se notar, ainda mais pelos homens, tinha uma beleza delicada, lábios carnudos e cabelos loiros brilhantes, sem dúvida, um banquete aos olhos. Quando a dama a notou, suspirou aliviada, e quase suplicou por ajuda, Lynora não conteu uma risadinha e quando pensou em caminhar para ajudá-la, o aperto em seu braço a, a diferença era que o toque era bem mais delicado.
- Me daria a honra de uma dança, princesa? - Lynora encarou a mão estendida do nortenho, e sua postura exageradamente cortês, questionou suas opções e percebeu que não teria nenhuma, ainda mais quando pelo canto do olho pode ver o senhor do norte com sua atenção para eles, tal como Cersei, não poderia se dar ao luxo de envergonhar a seu pai mais uma vez, e recusar uma dança com o filho do anfitrião. Não o respondeu, apenas sorriu minimamente e pegou a mão estendida para si.
- Sou Robb Stark. - Se apresentou, a encarando com ansiedade.
- Lynora. - disse simplesmente. Notando que a princesa não lhe daria mais palavras, a levou até um espaço mais aberto no salão, para pudessem se movimentar. A Baratheon não pode deixar de se sentir sufocada novamente, principalmente quando parecia que todos prestavam atenção nos dois jovens. Os olhos azuis que lhe encaravam com uma intensidade acolhedora não melhoravam a situação, decidiu focar em um ponto logo atrás do rapaz, não o encararia, seria o melhor.
- Pensei que as princesas soubessem dançar. - Robb comentou, definitivamente os passos desajeitados e lentos que ambos davam ao ritmo rápido da música, não poderia ser considerado uma dança.
- Devo ter pulado essa aula quando estava aprendendo sobre como agradar meu marido.-disse mais para si mesma, o nortenho se engasgou com sua própria risada, arrancando mais olhares dos curiosos. Lynora arqueou a sobrancelha para Robb, sem o entender normalmente os filhos dos lordes não gostavam quando ela respondia daquele modo, bem, não gostavam quando ela respondia de modo geral, pois não estavam acostumados, mas seu pai a ensinará a não se curvar.
- Vejo que o divirto. - Disse sem humor, enquanto voltava a olhar para seu ponto de distração.
O sorriso de Robb morreu, mais ainda quando a princesa pisou em um de seus pés, o jovem suspeitou que não fora sem querer.
- Vejo que não está no clima para festas. — Devolveu no mesmo tom. Lynora voltou seu olhar para o rosto de Robb, estava sério, mas ainda tinha um olhar amável em seus olhos azuis.
- Não estou. - disse sincera. - Mas creio que seria grande ofensa para minha mãe se eu o recusasse.
Ele sorriu abertamente, era de certa forma acolhedor.
- Bem, acredito que ofensa maior que a da recepção não teria. - Robb zombou, Lynora cerrou os olhos, e se sentiu constrangida por breve, vendi que o mesmo zombava de si. - Não se preocupe, meus irmãos e eu adoramos.
- Definitivamente os divirto. — Lynora repetiu-se, dessa vez, em um tom mais amigável.
Robb assentiu com a cabeça, feliz de que a princesa se soltou em sua presença.
- Vamos fazer um trato? Eu te libero desta dança, se você me prometer que deixará que lhe mostre Winterfell amanhã.
Lynora parou bruscamente, cerrou os olhos com desconfiança. Robb gargalhou mais uma vez da expressão da jovem. - Precisa relaxar princesa, realmente quero dizer isto, irei lhe liberar da dança. Mas amanhã, te mostrarei Winterfell, faço questão. Seria de grande vergonha se negasse me convite, carregaria por gerações. - continuou com um tom divertido.
- Tudo bem por mim. - disse indiferente, não sabia como reagir com a consideração do rapaz.
- Está certo então. - Robb se afastou, e deu uma leve reverência a princesa, e então se afastou a deixando sozinha.
Não demorou para que Rhea estivesse em suas costas.
- Pelos deuses Lynora, de que maneiras ofendeu o rapaz? - A princesa rolou aos olhos, e a ignorou enquanto rumava a seus aposentos. - Já não basta o que disse a irmã dele.
- Sua confiança em mim, é comovente. - deu as costas para se retirar.
- Conte-me o que disseste, Lyn. - Rhea perguntou impaciente.
- Não disse nada. Ele me convidou para cavalgar e eu aceitei.
Rhea saltou em seu lugar, dando pulinhos animados.
- Não se anime, apenas aceitei para que me dispensasse da dança.
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Espero que tenham gostado, como eu disse lá em cima, este é o último dos capítulos de introdução, agora a gente começa a entrar mais na história da Lynora e no enredo dos outros personagens. Espero que tenham gostado e até mais.
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Gloria Regali
FantasySinopse: Lynora Baratheon nasceu no sul como uma benção para o seu pai e uma maldição para sua mãe. Alguns diziam que a beleza era seu maior triunfo, e que seria apenas uma princesa criada para ser a esposa de algum lorde. Mas o destino não joga pel...