único

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No Sunny havia um cômodo controlado pelo cozinheiro do bando. Era o cômodo em que ficavam os mantimentos e que ele trancava a sete chaves para seu capitão idiota não roubar alguma comida. No entanto, Sanji permitia uma outra figura frequentar esse lugar esquecido por todos do bando.

No início, Zoro costumava entrar lá depois que os dois passeavam numa cidade de uma ilha em que estavam atracados. Esse passeio era sempre para ajudar o cozinheiro com as compras de alimentos. Seguia como burro de carga até chegar no navio e passar por trás da cozinha, onde ficava o quarto secreto, para ajudá-lo também a guardar todos os mantimentos e as especiarias.

Porém, isso mudou um pouco.

Quer dizer... bastante.

A cada dia que passava os dois rapazes sentiam a tentação de se roçarem em outro corpo cada vez mais. Zoro costumava descontar tudo isso nos seus exercícios diários, enquanto Sanji simplesmente não tinha vergonha nenhuma de bater uma.

Zoro até mesmo já vira em algumas noites aquele tarado nojento se aliviando em sua cama. E tal visão ficava em sua mente no outro dia, que insistia em perturbá-lo através do maldito calor. Sempre terminava em horas se exercitando.

Conseguia até mesmo ouvir os gemidos que o loiro não fazia questão de conter, como também conseguia ver o seu corpo banhado pela luz da lua que escapava pela escotilha.

Aquilo lhe excitava.

Mas o marimo demorou muito pra se convencer de que estava a fim. Tinha aquele orgulho idiota e bem, Sanji gostava de mulheres. Mas, calma. Não era bem assim...

Sanji já não se lembrava mais da última vez em que transara, estava cada vez mais difícil convencer uma mulher de transar consigo, que não sabia mais o que fazer. Não entendia por quê, mas as mulheres do Novo Mundo não caiam muito na sua conversa. Deveria ser o ar, naquela parte do oceano deveria ter algum outro tipo de oxigênio.

Ficava possesso por estar cada vez mais parecendo com o seu "eu" adolescente, que não parava nunca e que ficava com o rosto marcado de espinhas.

Pro inferno essa vida de celibatário!

Até que um dia se perguntou em como o marimo conseguia ficar tanto tempo sem pegar uma mulher. Sabe, ele tinha a mesma idade que a sua... mesma disposição e tals... naturalmente pensaria nele. Porém, se tocou que nunca o vira com uma mulher (ou até mesmo com um homem) desde que entrara pro bando como cozinheiro. E concluiu que ele descontava tudo nos seus exercícios rotineiros. Definitivamente, era um idiota.

Com o tempo e com todos esses pensamentos, ambos notavam que estavam ligados. As trocas de olhares eram mais frequentes. Zoro na cozinha observando Sanji cozinhando era mais frequente, assim como o cozinheiro no ninho do corvo fazendo companhia ao marimo se exercitando era mais frequente. Ambos concluiram que tinha caroço nesse angu.

Um dia os dois haviam terminado de guardar as compras no quarto secreto. Sanji acendeu o cigarro e se sentou no chão. Era de costume Zoro ir embora logo que terminavam, mas o espadachim resolveu ficar mais algum tempo por ali... no seu interior pedia para que aquele cozinheiro dissesse algo que gostaria de ouvir.

Apesar de Zoro estar todo enrijecido e com um certo rubor na sua pele morena, Sanji estava tranquilo no chão. Os ombros estavam relaxados e aquele parecia ser o cigarro mais gostoso que já fumara na vida.

— Não tem o que fazer? - Perguntou mais pra afrontar aquele marimo visivelmente tímido.

Zoro engoliu em seco e direcionou seus olhos castanhos para Sanji, até aquele momento fitava qualquer ponto e evitava contato visual com o loiro o máximo possível. - Você sabe o que eu quero?

Sanji riu com a voz vacilante daquele guerreiro temido por todo o mundo. - Ah... imagino.

Revirou os olhos, não era uma boa hora o cozinheiro dar uma de sarcástico. - E o que seria?

— Eu sei que malha todos os dias por outro motivo, além do querer de ficar mais forte. E bem, eu acho que esse motivo é o que quer agora. - Sanji notou o olho bom do esverdeado se abrir, portanto, resolveu se levantar do chão. Apagou o cigarro no assoalho com um pisão e se aproximou, o outro deu um passo para trás ainda assustado. Sanji bufou com essa reação. - Ninguém vai ficar sabendo, marimo idiota.

Zoro ainda deu mais um desvio no olhar, a fim de ponderar melhor suas ideias e depois de menear a cabeça com um "tudo bem", Sanji se permitiu de puxá-lo pela nuca para que pudesse selar seus lábios nos deles. Já Zoro se permitiu em respondê-lo.

Quarto secretoOnde histórias criam vida. Descubra agora