3. Quem nasce lobo não morre cordeiro

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Conforme o mês de julho passava, Lilith ficava cada vez mais animada para passar o último final de semana antes da volta às aulas, para o seu terceiro ano em Hogwarts, na casa de Gina. Ela se despediu de sua mãe que relutantemente a deixou ir. Para Cecília era um absurdo a filha passar mais tempo do que o necessário no mundo bruxo, com tantas pessoas perigosas e extremamente poderosas andando livremente, mas ela não poderia só prender a filha em casa e deixar a menina completamente no escuro.

Quando ela chegou no lugar onde marcaram de se encontrar, a amiga veio correndo em sua direção e a abraçou com toda a força que ela tinha. George e Arthur, seu pai, estavam juntos e logo eles se dirigiram para a casa.

— MÃE! — George gritou assim que eles aparataram na sala da toca. — Sua filha perdida chegou!

Molly veio da cozinha com o outro gêmeo, Fred, e Ron. A menina sorriu sem graça mas foi o mais simpática possível e depois de conversar um pouco com a "tia Molly" ela subiu para o quarto de Gina com a amiga, enquanto esperavam Hermione e Harry chegar. Mal perceberam já estava completamente escuro do lado de fora e elas saíram para jantar com os outros convidados.

— Então, querida, como foi o seu segundo ano? — Molly perguntou para Lili durante o jantar.

— Foi legal. Menos calmo do que achei que seria, na verdade, mas foi divertido. — Ela respondeu desviando o olhar rapidamente para Harry que riu baixinho enquanto comia mais uma colher de sopa para disfarçar.

— Isso é ótimo. — Arthur complementou a conversa. — Fico feliz da minha Gina ter encontrado uma amiga como você, Lilith.

— Verdade, querido. — Molly voltou a falar. Durante o jantar eles fizeram mais algumas perguntas sobre o ano passado para os mais jovens, o que foi tranquilo até que chegaram no assunto delicado para os grifinórios. O assunto era Draco Malfoy. — E quanto ao menino Malfoy? Ele parou de implicar com você?

— E desde quando Malfoy sabe fazer algo que não seja ser um completo babaca, mãe? — comentou Ron com desdém, o que arrancou risadas dos outros meninos. — Bom mesmo foi quando a Mione deu um soco nele... quebrou até o nariz. — Os meninos voltaram a rir e, dessa vez, Hermione se juntou às risadas mesmo quando Molly e Arthur os repreenderam por resolver os problemas com violência ao invés de dialogar. Mal sabiam eles que com Draco Malfoy não existe diálogo.

— Na verdade, ele ficou bem melhor depois do recesso de natal. — Todos na mesa pararam para olhar a pequena Lilith que nem se ligou no que tinha comentado. — Ele chegou a cuidar de Misty por um tempo quando ela apareceu com a patinha machucada na comunal deles. Foi surpreendente.

— Por Merlin, Lilith, parece até que você simpatiza com o Malfoy. — George comentou entre risadas enquanto cutucava Fred que completou a piadinha do irmão. — Talvez ela até goste dele.

— Não! — gritou Lilith. Se explicando um pouco apreensiva o que só fez os gêmeos rirem mais com o desespero da mais nova. — Eu só não quero ser injusta com ninguém. Mamãe sempre me diz: "Dê a César o que é de César", é só o que eu estou fazendo.

— Que bom. Porque o amigo do meu inimigo é meu inimigo também — comentou Gina rindo enquanto jogava um pedaço de pão na amiga que ainda estava um pouco nervosa.

— Ditado interessante, Lilith — comentou o Sr. Weasley, desviando o foco do assunto. — É do mundo trouxa?

Lilith concordou enquanto sentiu um chute por debaixo da mesa e quando olhou para frente viu Ron olhando fixamente para ela. Ele inclinou, de forma sutil, a cabeça para a porta enquanto sussurrava um — Depois — sem som, a ruiva concordou levemente e voltou a comer antes de rir de outra piada dos gêmeos.

autodestrutivo × draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora