Oneshot

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©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito de fã para fãs. Cópia parcial ou total, assim como o uso do enredo, está terminantemente proibido. Plágio é crime.

***

A noite estava fria e chuvosa, o que até era normal na Califórnia, nas mudanças de estação. E combinava com o estado de espírito de Derek Hale. O rapaz estava deprimido, desanimado.

Pelos últimos dias evitara todas as ligações da irmã mais velha, Laura, que insistia em reunir o que sobrara da família no domingo, para comemorar o feriado da Páscoa.

Os Hale não eram religiosos devotados, mas tinham tradições que comemoravam ano após ano, e a Páscoa era uma dessas. Comemorar a renovação, a vida nova, a libertação.

Como poderiam festejar isso depois do incêndio criminoso que dizimara a família dez anos atrás? Ele não conseguiria. Ainda não superara a dor da perda para sentar-se em uma mesa e comemorar vida nova. Derek odiava a Páscoa.

Derek estava preso à sua dor. Arrastava o passado como se carregasse uma âncora que o impedia de se libertar. Se punia pela tragédia, pois ele se envolvera romanticamente com a mulher que causara o incêndio. Não podia jamais negar sua parcela de culpa.

E ali estava ele, na noite de sábado, andando pela rua molhada da chuva recente, sentindo o ar frio castigar seu rosto com a barba por fazer, enquanto o resto do corpo estava protegido por roupas quentes. Era inicio de primavera, mas a recaída do tempo frio não parecia querer deixar as flores desabrocharem.

Balançou a cabeça pelos pensamentos bobos.

Só queria continuar assim: sozinho com sua dor.

Foi nesse momento que o celular vibrou dentro do bolso, fazendo Derek suspirar. Só podia ser Laura ou Cora, insistindo no almoço de domingo.

Puxou o aparelho telefônico e hesitou. Não reconheceu o número como sendo de suas irmãs. Abriu a mensagem com certa curiosidade.

"Cara, cadê vc? To congelando aqui :( ", dizia o SMS.

A frase não fez sentido algum. O rapaz apenas deu de ombros e deduziu que se tratava de um engano. Guardou o celular e caminhou até uma pequena ponte. Debruçou-se na muretinha, olhando para o córrego de águas turvas. Um reflexo semelhante a própria vida.

Porém o pensamento depressivo foi impedido de continuar quando um novo SMS fez o celular em seu bolso vibrar.

Só podia ser a mesma pessoa que enviara o anterior. Pensou em ignorar, mas a curiosidade foi mais forte. Sem que pudesse evitar se viu puxando o celular e lendo a mensagem.

"Porra, faz quarenta minutos q to aki, eu to com o cel do meu pai, senão ligava pra alguém, mas só lembro do seu numero. E isso é culpa sua! Vc deixou td pra ultima hora! ¬¬"

Continuou não fazendo sentido. Contudo, Derek sentiu pena de quem lhe enviava o SMS pensando ser outra pessoa. Com certeza trocara o número de telefone. Desse jeito teria que esperar muito mais naquele tempo frio.

Pensou em responder, explicando o engano. Não teve tempo, outro SMS chegou.

"PS: Se não estiver aki em 15min vou quebrar seus ovos! >("

Ao ler a ameaça foi impossível não baixar os olhos para os preciosos... "ovos". Um sorriso involuntário distorceu os lábios finos. Precisava desfazer o engano.

"Está falando com a pessoa errada. Sinto muito."

Digitou e enviou.

Um novo SMS iluminou a tela em questão de segundos.

Doce Engano (Sterek)Onde histórias criam vida. Descubra agora