1 - Capitulo

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Sentia algo ou alguém me suspendendo do lugar onde eu estava , queria gemer pelas dores em todo meu corpo , mas nem para isso eu tinha voz , meu corpo nem meus olhos me obedeciam parecia que eu estava ali , mas ao mesmo tempo não estava só restava as dores e a escuridão que me levava ...

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A primeira coisa que fiz quando abri os olhos foi ver um local com pouca iluminação parecido com uma casa só que com palhas e madeira aparentemente eu estava sozinha e quase nua , minhas roupas ou o  que sobrou delas estavam aos farrapos literalmente e meu corpo estava com várias cicatrizes e hematomas sarando aos poucos .

Mexi minha perna e ela doía pra caramba , droga ! Não conseguiria andar pelos uns dias  , tentei me levantar e explorar onde estava , mas falhei miseravelmente meu corpo parecia pesado demais para realizar tal ato . Então fiz o que podia fazer melhor no momento ficar quieta e aguardar alguém para me dizer onde estava e o que aconteçeu comigo já que eu não me lembro de nada que tivesse me feito parar aqui .

  
    Passaram algumas horas é nada de ninguém meu estômago já dava sinais de fome .
 
  ---- Melhor se calar amiguinho pelo visto nosso protetor (a) tem horário de visita ---  Falei comigo mesma massageando o estômago .
  Meu Deus como eu vim parar aqui ? O Que aconteçeu comigo ? Perguntas que estavam rondando minha mente , massageava minhas têmporas na tentativa falha de reverter alguma coisa e eu me lembrar de algo , tentativa tola , mas quando se está em uma situação de total escuro tudo vale .

  ---- Com o tempo tudo se encaixará , cada memória , voltará junto com a vontade de voltar .

Me despertei com a voz feminina e gasta com um toque de delicadeza , direcionei o olhar para a dona da voz e me deparei com uma ÍNDIA ? era isso mesmo uma índia mais idosa seus cabelos eram totalmente brancos bem lisos e usava  cipós com folhas e couro amarrado no corpo era a sua roupa , meu Deus eu estava em uma aldeia agora tudo vazia sentindo a oca e a senhora a minha frente .

  ----- Eu ... Eu não me lembro de nada a senhora sabe o que aconteçeu comigo ?  Perguntei o mais delicada possível .

Ela olhou pra mim enquanto mexia um caldeirão que só agora eu havia percebido o fogo ali presente . Pensei que ela não ia me responder quando ela começou :

  ---- Suas verdadeiras lembranças só você pode saber , mas você veio parar aqui porque um dos nossos ... Guerreiros te achou na praia quase com o coração parado então compadecido ele trouxe para que eu cuidasse de você .

Fiz cara de espanto e confusão ela percebeu .

----- Sei que tem muintas perguntas nessa cabeça , e tudo se encaixará com o tempo só espere , antes que pergunte eu sou a curandeira dessa aldeia e consigo falar sua língua por que os espíritos ancestrais me dizem como fazer.

  Ela disse me olhando fixamente , acho que arregalei os olhos com tanta informação .

----- Certo eu acho que entendi , provavelmente depois vou me lembrar o que aconteceu comigo e...

Ela me cortou dizendo :

----- Enquanto não se lembrar é melhorar fisicamente ficará aqui aos meus cuidados . Eu me chamo Luar .

----- Certo Dona Luar não estou em condições de negar nada , só tenho a agradeçer a vocês pela hospitalidade e todos os cuidados comigo , sou eternamente grata e desculpe , mas desconheço meu nome . 

Disse com um sorriso sincero eu seria eternamente grata a eles por terem cuidado de mim tão bem .

------ A gratidão é toda nossa criança , não se preocupe enquanto não se lembra pode se chamar Lírio .

Sorri pra ela em concordância eu havia gostado do nome , bastante na verdade .

Senti um cheiro gostoso vindo do caldeirão onde ela mexia fervorosamente , mais uma vez meu estômago roncou e dessa vez alto fazendo eu ficar rubra de vergonha .

----- Vejo que preparei o ensopado bem na hora certa.

Disse colocando um pouco de um caldo amarelo com folhas  num casco de coco e vindo colocar na minha boca , pois ainda estava deitada  o cheiro estava maravilhoso , a primeira golada desceu queimando por recém tirado do fogo , mas assim que esfriou eu havia deliciado uma das maravilhas do mundo.  Era simplismente maravilhoso aquilo .

----- Nossa ! Está Muinto bom .
Eu disse sorrindo já com o caldo pela metade.

----- Que bom que gostou criança .

Sorri era reconfortante está com dona Luar ela lembrava uma avó e trazia consigo uma paz .
Mas essa paz não durou muinto entraram vários homens com lanças e falando ao mesmo tempo em uma língua indígena que eu não entendia , a julgar pelas suas expressões pareciam irritados olhares mortíferos direcionados a mim fiquei vermelha ao lembrar da minha roupa eu estava quase nua me tapei ao máximo mesmo eles parecerem não ligarem com nudez eles usavam apenas um pequeno pedaço de couro nas partes íntimas com inúmeras tatuagens pelo corpo e longos cabelos negros escorridos em contraste com suas peles escuras do sol.

Dona Luar parecia brava e tentava os empurrar para fora , quase sem sucesso .

Uma voz grave e rouca pareçeu parar aqueles homens não dava pra ver quem era por conta da minha posição , mas parecia ter chegado agora . Tudo ficou silêncio e os homens sairam.

---- O que houve mama Luar ?

Ouvi aquela voz pergunta a dona Luar . Estranho eu o havia entendido .

------ Eles Disseram que viram uma embarcação de brancos e acabaram culpando  Lírio dizendo estarmos sendo amaldiçoados por uma branca estar na aldeia e queriam mata - lá .

Dona Luar disse , gelei. Então era isso que queriam me matar . Ah Meu Deus !

---- Lírio ? O nome dela é esse ?

Perguntou ele .

----- Ela não lembra o nome então a chamo de Lírio.

Dona Luar respondeu delicadamente.

----- Gostaria que falasse com eles é toda tribo ela ficará conosco até se lembrar de tudo e melhorar fisicamente .

Disse decidida .

----- Mama... Por respeito a senhora eu vou conceder seu pedido , apenas enquanto ela melhora.

Ele disse um pouco desgostoso .

Ouvi passos e então fechei os olhos eles estavam chegando . Senti olhares em mim e logo depois uma respiração perto do meu rosto não resisti e acabei abrindo os olhos .

Quase tive um desmaio sua mão estava parada no ar quase tocando o meu rosto , mas parou assim que me viu abrir os olhos , nossos olhares não se desgrudaram eu senti uma coisa diferente ao olhar para um misterioso olhar negro como a noite sem estrelas , seus cabelos eram negros até os ombros com uma pena amarrada a um laço vermelho sobre a testa sua boca carnuda e um nariz perfeito o deixavam perfeito , lindo . Era alto com um porte atlético músculos na medida e ele parecia usar uma calça de couro . Meu Deus que beleza era essa . Perdemos a fala durante um longo tempo.

----- Eu ... Eu preciso ir mama .

Disse se levantando como se estivesse fugindo ... E no fundo algo dizia que era de mim . 

  

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    Atenciosamente : Juliana S. Cahe ou Ju ❤
  
 

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