Quando o despertador tocou naquela manhã, eu já estava acordado. Sempre acordava antes dele. Não precisava de muitas horas de sono. Meu trabalho, do qual falarei mais tarde, não exigia que eu acordasse cedo, pelo menos não na maioria das vezes. Mas eu era um cara agitado, achava que dormir era perda de tempo. Gostava de praticar esportes radicais. Sentir a adrenalina percorrendo meu corpo, o medo misturado à excitação me cativava de forma intensa.
Levantei e olhei pela janela a natureza diante de mim, antes seguir para meu banheiro. Joguei rapidamente uma água no corpo para deixar o pouco da preguiça que ainda me acompanhava de lado e depois fui para a cozinha. Café da manhã era a única refeição que eu fazia de forma completa. Depois, por causa das minhas atividades, ou do trabalho, eu acabava comendo qualquer porcaria pela rua mesmo.
Fiz waffles, suco, bacon com ovos, um café bem forte, e peguei um iogurte na geladeira. Coloquei tudo sobre a bancada que dividia a cozinha da sala e comi enquanto ouvia a rádio local, informando sobre o clima, trânsito e outras coisas.
Depois de tomar café, coloquei uma camiseta e um short, peguei minha mochila de pano e fui para a academia do hotel.
Eu morava em um flat, na cobertura de um hotel em frente o Central Park. Eu não ligava para luxo, nem nenhuma dessas besteiras. Eu era um cara que gostava de natureza, de liberdade, e viver em uma ilha movimentada como Manhattan era estressante, mas eu não tinha muita opção, então escolhi aquele lugar por causa do parque. Acordar todas as manhãs e me deparar com aquela imagem linda era revigorante.
Quando cheguei na academia, poucas pessoas estavam malhando. Dentre elas a minha vizinha do andar de baixo. A gente sempre malhava no mesmo horário, e eu não ficava alheio aos olhares que ela me lançava. Sequer sabia seu nome, mas, definitivamente, ela era o tipo de mulher com quem eu não hesitaria em me envolver, se não fosse por um detalhe: ela era casada. A loira tinha um corpo escultural, cabelos longos e um olhar hipnotizador. Ainda assim, após cumprimentá-la com um breve aceno, segui para a esteira, só para me aquecer. Depois de meia hora de corrida, passei a malhar os braços e, durante o tempo que permaneci ali, não pude deixar de perceber o interesse da loira. A cada aparelho que eu trocava, ela me seguia com o olhar.
Quando me dei por satisfeito, segui para o chuveiro e logo em seguida voltei ao meu apartamento. Não eram nem oito da manhã ainda.
Depois de colocar um jeans, botas, camisa preta e um casaco, desci até meu carro e segui para o estande de tiro.
Eu trabalhava como guarda-costas, segurança particular, ou seja lá que nome queiram dar. Quando servi meu país – depois de desistir da faculdade – eu fui fuzileiro por dois anos, depois decidi que continuaria trabalhando com armas, e com minha experiência não foi difícil conseguir ingressar em uma empresa especializada em segurança pessoal. Já protegi figurões do cinema, cantores, políticos e outros tipos de celebridades e pessoas de alta classe. Sempre fui eficiente ao extremo, renomado e também muito solicitado. Eu era bom em proteger as pessoas, exceto uma única vez, mas esse é um assunto do qual eu não gosto de falar.
Assim que entrei no clube de tiros, fui cumprimentado pelos frequentadores, mas apesar de muitos ali me conhecerem do lugar, sabiam apenas que eu era um sócio. Poucos sabiam da minha profissão e que meu real motivo de ir lá, quase que diariamente, era para manter minha mira impecável.
Depois de colocar os óculos transparentes e me posicionar contra um alvo, peguei minha Glock e mirei. Diferente dos demais frequentadores, eu não usava os abafadores de ouvidos. O som dos tiros não me incomodava, na verdade, eles até me relaxavam.
Quando meu dedo apertou o gatilho a primeira vez, senti a pressão do disparo no meu braço e isso me fez quase sorrir. Ninguém entendia bem minha paixão por armas de fogo, mas a verdade era que eu desde pequeno me interessei por elas.
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Sob Minha Proteção
Romance~DEGUSTAÇÃO~ Emily Sanders é uma modelo renomada nas passarelas. O mundo a conhece. Mas quando ela começa a receber ameaças estranhas, se vê obrigada a contratar um guarda-costas. Ela não gosta nem um pouco da ideia, mas não há o que fazer. Henry Ma...