Professora, eu?

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"Nem sempre a vida é fácil. As pessoas acham que ter dinheiro é um passe para felicidade eterna que nenhuma tristeza pode abalar, essa sociedade ignorante está totalmente errada, eu digo isso, pois nasci em berço de ouro e não aguento mais essa vida.

7 de agosto de 2015

Cassie Hamillton"

Fiquei sem escrever em meu diário por uma semana, também não acontecia nada de interessante, até aquela manhã de quarta-feira. Normalmente eu era uma boa garota; Estudiosa, quieta, praticamente exemplar, ou seja, não costumava ser chamada ate a sala do diretor. Fiquei confusa quando esse fato aconteceu pela primeira vez na minha vida.

- Licença diretor Hams. - Disse entrando na sala.

- Pode entrar querida.

Boatos rolavam por toda a escola dizendo que nosso "querido" diretor se relacionava com pessoas do mesmo sexo, ao ve-lo usando uma echarpe rosa bebê acreditei nos boatos logo.

-Sente-se querida - Fiz o que ele mandou e sorri, não sei o motivo , foi espontâneo - A chamei por um simples pedido... Preciso da sua ajuda.

- Minha ajuda?

- A quanto tempo nos conhecemos? Eu sei o quão bem você dança, sei também que você ensina com uma paciência absurda, tenho um aluno problemático que...digamos...

- Quer se livrar?

- Não! Não, queremos melhora-lo , com toda a certeza ele tem algo bom pronto para ser lapidado.

- Desculpe diretor, mas...

- Antes que não aceite minha proposta pense bem. O nome dele e Zayn, conhece? - Como se não pudesse melhorar o garoto que eu mais odiava seria meu aluno.

- Não minha resposta e não.

Levantei jogando a cadeira no chão e praticamente corri, parei ao ouvir a voz do diretor.

- O que disse? - Perguntei.

- Apenas comentei que você não tem opção, infelizmente você sofreu um pequeno deslize na matéria de matemática, seu pai sabe do seu zero no teste de ontem ou suas faltas não justificadas?

- Está me chantageando?

- Não, apenas estamos conversando. Eu posso dar uma mexidinha no sistema caso queira.

- Vou pensar. - Falei.

- A senhorita tem um dia.

- Obrigada. - Me levantei.

Assim que cheguei em casa corri para meu quarto, passei pela sala onde meu pai falava no celular, quase cai na escada, entretanto, continuei a minha corrida jogando meu corpo na cama.

Eu não podia aceitar, quebraria minha promessa.

Desde aos 7 anos não dançava, tudo começou em uma noite, chovia muito e minha mãe estava presa no trânsito, enquanto eu a esperava em um grande espetáculo, um dos melhores, o que poderia me coloca de dança bem nomeado.

A cada cinco segundos eu abria uma brecha da cortina do palco afim de encontra-la ao lado do meu pai. Mesmo não querendo fui obrigada a iniciar a apresentação sem minha mãe. Dancei como minha mãe dependesse daquilo, porém, o perigo não estava comigo.

Tentando não perder minha apresentação, ela pegou um atalho, a pista se encontrava vazia, mas com a pressa mamãe acelerou, sem saber o perigo pisou fundo no acelerador ate que aconteceu, com a velocidade que ela se encontrava mais a pista escorregadia qualquer objeto ou curva seria i fim.

Uma única folha fez o carro derrapar e logo bater a parte de trás em uma pedra e capotar, parou de cabeça para baixo, ainda estava viva....mas não era para estar, um caminhão surgiu do nada, foi seu ultimo grito.

Lembrar do acidente me deixou abalada novamente, as lágrimas rolavam por meu rosto rapidamente, tentei limpar, mas não parava. Ouvi três batidas na porta e corri para meu banheiro. Já lá dentro gritei para quem quer que seja entrar.

- Não sabia que voltaria a dançar.

- Oi pai - Sai do banheiro com meu cabelo preso, praguejei mentalmente xingamentos para aquele diretor- Eu ainda estou pensando

- Eu gosto da ideia de você voltar a dançar. Tenho certeza que sua mãe...

- Pai por favor.

- Eu sei que não sou muito presente...

- E que não liga a minima pra mim, que desde que a mamãe morreu você viaja e me deixa sozinha ou se tranca no escritório.

- Estou lutando pela nossa empresa.

- É melhor fazer outro filho, nem morta vou perder meu tempo com essa empresa.

- Ouça o que está dizendo.

- Já pode sair do meu quarto.

Assim que ele saiu sentei na frente para o espelho; Olhos inchados, olheiras profundas, cabelo detestável e embolado

- Se é para dar aula, pelo menos bonita eu vou...

Nobody's PerfectOnde histórias criam vida. Descubra agora