"Muito Prazer"

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Depois de um dia de cão no trabalho, resolvi aceitar o convite do pessoal pra um happy hour. Eu não estava afim no início, tudo que eu queria era chegar em casa e tomar um belo banho de banheira, acompanhada de um bom vinho e talvez um livro.

Mas, depois do estresse que passei com meu computador dando problema de cinco em cinco minutos no trabalho, tudo que eu queria era relaxar e nada melhor que um bom drinque.  

E por que não uma companhia?

Não que eu estivesse procurando, até porque Denni estaria presente, ele não se cansava de dar em cima de mim mesmo eu já tendo deixado claro que não estava interessada, ele era bonito, mas simplesmente não me atraía.

Mudança de planos, Carly. Não vamos mais ao Valkyrie. George disse que o Cimarron Bar vai ter uma apresentação da banda da prima dele, e ele gostaria muito que fossemos. Te espero lá, hein. Não vai dar pra trás.

Lizzie.

Rolei os olhos, achando irritante a mudança de lugar e o fato de ser bem mais longe. Mas não mudei de ideia, eu precisava relaxar e algo me dizia que aquela noite seria muito boa.

Me olhei no espelho, aprovando o vestido preto tomara que caia. A saia rodada e a transparência na cintura me deixava sexy, calcei a sandália preta de tiras e me perfumei, dando mais uma analisada nos cabelos soltos, levemente ondulados. Chamei um Uber porque a ideia era beber, e meia hora depois eu estava lá. Claro que fui a primeira a chegar então passei um tempo no bar antes de pegarmos a mesa que a prima de George havia reservado.

O ambiente era bem diferente do que eu estava acostumada, era mais aqueles bares de filme onde a mocinha vai para arrumar encrenca. Mas como os meus amigos iam chegar eu resolvi ficar. Dez minutos depois e três shots de tequila, uma pancada no balcão do bar me assustou.

- Vê uma cerveja pra mim.

A voz rouca e grave me fez olhar pro lado com cara de poucos amigos e meu queixo quase bateu no chão, eu reconheceria aquele homem em qualquer lugar do mundo.

Ele estava com uma cara de bravo, suado, de bigode, cabelo meio bagunçado, blusa preta com um decote em V que deixava pra imaginação a continuação daquele peitoral lisinho e jeans escuro, colado, marcando bem o corpo.

Por Deus.

Era hoje que eu reencarnava.

Respirei fundo e virei o corpo pra ele, percebendo meus amigos chegarem no mesmo instante, acenando de longe na minha direção.

- Nossa, quanto estresse.

É, eu tava querendo provocar.

Ele me deu uma olhada de canto, de cima pra baixo já que ainda estava de pé e colocou a carteira e o celular com força no balcão de madeira. Deu aquela famosa passada de mão nos cabelos pra terminar de me matar.

Óbvio que minhas pernas já tinham virado gelatina, a sorte era que eu estava sentada e me fingindo de plena.

- Acho melhor você não se meter na minha vida.

A cara de ódio me deixou irritada, mas era óbvio que eu não ia dar esse gostinho a ele.

- Nossa, e ainda por cima é grosso. Você se acha muito, Zac Hanson.

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