Surfando no Amor: Parte III (Binuel)

Memories - Pág 45

Bia

Guiadas com as mãos tampando os olhos de cada uma, nossos maridos levaram a gente até o local preparado para aquele momento.

— Chega de suspense. - Chiara resmungou, tentando afastar o braço de Pietro, e cruzou os seus quando percebeu que ele não lhe deu brecha para visualizar o que nos aguardava.

Já estávamos acostumados com os atos inquietantes da minha irmã adotiva, mas tudo se multiplicou quando ela ficou grávida. Como percebi que todos ficaram calados, apenas sorri pensando em como ela nunca muda, e eu amo isso.

Podia ouvir os murmúrios indicando que os convidados já se encontravam presentes. Na verdade, eram só alguns dos nossos amigos e os familiares de sempre.

Então, os homens nos colocaram na posição adequada, e retiraram as mãos que impediam nossas visões. Ansiosa, não tardei em abrir os olhos, instantaneamente cobrindo minha boca pela admiração.

À frente, uma tenda enorme estava armada. Havia uma grande mesa de chão com os vários pratos preparados por vocês sabem quem e almofadas nas cores verde e lilás ao redor. O teto eram tecidos brancos presos entre os coqueiros; e quando abaixei o olhar visualizei as luzinhas coloridas no curto caminho até lá, também em alguns pontos específicos, como em volta das árvores.

O clima bastante ventilado movimentavam as saias longas dos vestidos brancos de alça fina que fizeram a gente usar. O sol não fazia mais parte do céu, e a noite se instalava pouco a pouco, escurecido o mar ao fundo.

— Vocês fizeram tudo isso? - Celeste perguntou, surpresa e sorridente.

Realmente, nenhuma de nós três esperávamos que fossem tão longe quando eles disseram que cuidariam de organizar o nosso chá revelação triplo.

— Exageramos? - Quemola fez uma careta.

— Quase ficamos pobres isso sim. - Jhon o corrigiu. Porém, quando percebeu a esposa mudar sua expressão e pôr a mão na testa indignada com o que ouviu, ele a abraçou por trás, beijando os cabelos dela. - Mas vocês merecem. Você e o nosso pequeno merecem muito mais.

— Hum. Pela milésima vez, lembre-se que pode ser nossa pequena agora. - A argentina declarou, esticando o pescoço para olhá-lo.

— Não, porque vai ser outro menino. - O colombiano insistiu no seu palpite. A partir daí, os dois iniciaram uma discussãozinha. Outra coisa que já estávamos acostumados.

— Chiara? - Chamei-a, estranhando a mesma estar em silêncio. Foi quando a vi com o rosto colado na camisa do Benedetto, que a envolvia em seus braços. - Está chorando.

Como eu havia dito, ela não estava sabendo lidar com as emoções. Compreensível, já que seria o seu primeiro filho... ou filha.

Os minutos que se seguiram consistiu em "vamos deixar as gravidinhas terem um ataque cardíaco pela demora da revelação do sexo dos bebês."

Ana foi a guardiã do segredo como das minhas outras duas vezes, e sei que não é algo tão simples quanto pensam. Nos dias anteriores, somos subordinadas e interrogadas em vários instantes do dia para tentar nos fazer falar ou arrancar algumas pistas.

Posso afirmar isso porque passei pela experiência quando fui na vez da Celeste, onde nasceu o príncipe Austin - apelido dado por Manuel devido ao Jhon mimar o garoto mais que tudo no mundo. E quando fomos descobrir que seria Melissa, rendeu risadas, pois Benjamin usou o dinheiro do seu cofrinho para comprar a própria tia.

Voltando a festa, após uma sessão de fotos, ocupamos os assentos, ou melhor, sentamos nas almofadas, apreciando os petiscos e as bebidas. A Lua crescente já estava perdida nos céus, quando a bonita resolveu ativar o modo expectativa nível hard.