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John

[...]

Pensei que ela estivesse apenas flertando sobre nossa conversa hoje cedo.

Desde que Josephine declarou que já era uma mulher livre, meses atrás, me mantive fiel ao nosso compromisso até que o divórcio fosse assinado, então não tinha ideia se meus flertes baratos seriam o suficiente para atrair alguém.

Por isso fiquei surpreso quando Lana bateu a minha porta no fim do dia.
Eu tinha acabado de sair do banho e estava vestindo apenas uma bermuda. Pensando que pudesse ser Jeff, corri para atender, e então veio a surpresa.
Após o café da manhã, não nos vimos, pois Brenda a arrastou junto com outras mulheres do grupo para uma loja de roupas.

— Trouxe vinho e alguns cupcakes que comprei numa cafeteria aqui perto. - ela diz, não se incomodando ao entrar no quarto.

Observo-a colocando tudo sobre o frigobar e se virando na minha direção.

— O que foi? O gato comeu a sua língua? - pergunta enquanto ainda estou analisando-a.

Ontem a noite ela parecia um anjo com aquele vestido despojado, hoje de manhã havia adotado um vestido florido e estava encantadora, mas agora, ela trocou o vestido por um short jeans e uma camiseta justa, marcando suas curvas.

— Não. Só estava esperando você se instalar. - respondo, voltando a olhar em seus olhos.

Ela abre um sorriso contido e então desvia o olhar.

— Uau, temos um amante das tatuagens aqui. - observa, se aproximando.

Ela toca meu braço e meu peito sem nenhuma hesitação, e eu não entendo por que estou nervoso.

— Combinam com você. - declara.

— E quer saber o que mais combina comigo? - disparo, inalando seu perfume doce e ela me encara, desafiando-me a continuar - Você. - murmuro, puxando-a para mim.

— Ufa, pensei que você iria enrolar a noite toda pra isso. Que bom que não vou precisar abrir o vinho agora. - declara, sorrindo antes de encerrar o espaço entre nossas bocas.

Ela me puxa, arranhando minha nuca, me reivindicando.

Gosto do fato dela não ser insegura e apreciar manter-se no controle da situação.

— Tem camisinha? - ela pergunta, sem se afastar.

— O que? Não, não achei que fosse precisar. - murmuro.

Na verdade não achei que fosse usar uma tão cedo.

— Ainda bem que sou precavida e trouxe. - responde e volta a me beijar para que eu não possa retrucar.
Mas eu a afasto e vejo a sua impaciência em seus olhos azuis.

— Você veio na intenção de transar? - pergunto, chocado.

— Claro que não. Mas você não acha que com toda essa tensão rolando aqui, a gente vai ficar só se beijando né? - rebate - Além do mais, eu estou na seca. - confessa e eu sorrio.

— Vamos resolver isso então, minha querida. - murmuro, mas ela me impede e me empurra até que eu me sente na cama.

— Primeiramente, eu sei que você está preocupado. Assim como sei que está naquela fase de superar a ex e blá blá blá. Mas eu não ligo. Sabemos que isso aqui tem prazo de validade e devido a nossos passados nada atraentes não tem como passar de puro tesão, então me faça o favor de se desprender dessas amarras e se entregar, por favor? - ela pede, se acomodando sobre mim, como uma predadora faminta.

Seus lábios encontram os meus e eu a seguro com firmeza quando se move, me fazendo me render sem nenhuma dificuldade.

Nunca imaginei que pudesse ser possível que uma estranha pudesse me desarmar dessa forma. Talvez seja a seca, como ela mencionou.

Desconheço o sexo há um ano, desde a última vez que Jô me olhou como um homem e decidiu procurar outro.

Mas Lana não se importava com nada disso, ela queria uma noite de aventura e eu não sabia que também queria até senti-la em mim, me apertando como se eu fosse um brinquedo.

— Porra mulher. Isso não se faz. - digo e ela rir ao sair de cima de mim e se ajoelhar na minha frente.

— Você está retraído, precisa relaxar. Agora me deixe remover isso - pede e eu me levanto o suficiente para que ela tire a bermuda, já que não estou de cueca - Fique quieto. - ordena ao me tocar de novo, sem tirar os olhos dos meus.

Involuntariamente aperto as mãos no lençol da cama enquanto ela movimenta seus dedos na minha extensão, sorrindo para mim.

Summertime Sadness|Conto CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora