- 𝐷𝑒𝑠𝑐𝑢𝑙𝑝𝑎...

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Cá estou eu, em plenas 3:42 da madrugada, com o dazai, em um armazém de vinhos, e o pior, sem poder tomar bem um gole.
Depois que dazai voltou para a máfia, temos feito muitas missões juntos, o que eu odeio.
Dazai me fez mal, e é egocêntrico.
Se ele não tivesse saído da máfia ou tivesse me chamado para ir com ele, talvez eu não tivesse os problemas que tenho hoje.
Suspirei.
- Silêncio chuuya! - dazai exclamou em baixo tom.
- cala a boca dazai! - rosnei.
Os homens a nossa frente não prestavam atenção em nada, não era a toa que estávamos "esperando o momento perfeito" a duas horas.
Dazai estava atrás de uma caixa grande, e eu ao seu lado.
Quando dazai estalasse os dedos nós agiríamos.
Quando os homens se viraram de costa e os guardas largaram suas armas, ouvi um estalo baixo e vi dazai se levantar já atirando em três deles.
Um homem tentou se apoderar de dazai mas sua natureza não o permitiu, dazai logo desferiu 3 tiros nele.
Eu fui atrás, fazendo o mesmo que dazai.
Alguns minutos depois, fizemos o que devíamos fazer, deixando a "marca da máfia". Quebramos as mandíbulas de todos aqueles que matamos e os jogamos no canto do armazém.
Coloquei a arma na borda da minha bota e fui até uma das enormes caixas no lugar, tirando uma garrafa de vinho tinto, e arrancando a rolha com as mãos mesmo.
Dei alguns goles e logo dazai tomou a garrafa de mim.
- se você voltar bebado eles irão te punir! - jogou a garrafa no chão, a quebrando em vários cacos. - você já não é muito bem visto. -
Meu sangue ferveu, eu queria bater nele. - por que será não é mesmo, dazai? - eu disse irônico.
- ah, isso porque eu saí da máfia sem te dizer, não? - ele disse no mesmo tom.
Rosnei na sua direção. - você quem deveria ser punido, não sei porquê não te mataram, tsc! -
Resmunguei tirando outra garrafa de vinho. - eu não vou ficar bebado com uma só garrafa. - sussurrei para mim mesmo.
Dazai tirou essa da minha mão de novo e me empurrou contra a caixa de madeira. - PARE DE SER IMATURO, VOCÊ QUER MORRER? - gritou.
- talvez eu queira, e quem é você para me perguntar uma coisa dessas? - desferi um soco contra si, o mesmo soltou a garrafa no chão, logo revidando.
Esperei uma brecha então chutei a boca de seu estômago e a lateral das suas coxas, mobilizando ele, o derrubando no chão.
Prendi suas mãos acima a sua cabeça e me sentei em cima dele, prendendo suas pernas com as minhas.
- se você se preocupa tanto comigo por que me deixou? - eu disse alto, provocando um eco naquele lugar enorme e, agora, vazio.
- eu não te deixei por minha completa vontade - desviou o olhar.
- me diz. -
-...-
- dazai me diga o porquê! -
- eu fiz isso por um amigo. -
- eu era seu amigo também. -
- por que se importa tanto? - me encarou franzindo os músculos do rosto.
-....- desviei o olhar de seu rosto sentindo meus olhos esquentarem e a visão embaçar.
- se me odeia tanto por que isso é tão importante pra você? Já passou, eu já voltei, somos colegas de novo!- ele gritou.
Soltei seus braços tampando o rosto com as mãos e deixando as lágrimas caírem. - você não sabe.... -
- uh? -
- você não sabe de nada, você não sabe o quão ruim foi depois que você saiu! -
Um silêncio se instalou.
- Dazai.... -
Ele se apoiou nos cotovelos com certa dificuldade, e me encarou quando tirei as mãos do rosto já ver.
- eles me batiam, me torturavam e pediam informações sobre você. E eu não sabia nada, eu não sabia o que falar. - desferi um tapa em seu rosto. - já não bastava você ter me deixado sozinho naquele lugar horrível. Eles fizeram coisas comigo que você nunca vai entender, eles me pressionaram psicologicamente e fisicamente, eu não tinha pra onde correr.... eu só queria ver seu rosto, ouvir sua voz, entender o porque de tudo isso.... -
- por que eu? - ele sussurrou enquanto acariciava o local onde eu o bati.
- PORQUE EU TE AMO SEU BABACA. - as lágrimas escorreram pelas minhas bochechas.
Dazai parecia paralisado, eu chorava cada vez mais, enquanto mentalmente eu pedia um abraço dele.
Ele me puxou rapidamente, e me beijou.
Um beijo lento, suas mãos acariciavam meus cabelos e rosto, fazendo um caminho lento até minha cintura.
Eu ainda processava o que estava acontecendo, quando senti sua língua pedir passagem.
Retribuo o beijo concedendo passagem e abraçando seu pescoço enquanto as lágrimas continuavam a cair.
Ele acariciava todo meu corpo, então entendi o que aquilo significava.
Ele interrompeu o beijo me olhando nos olhos, enquanto limpava as lágrimas das minhas bochechas. -Chuuya, me desculpa...  eu te amo.- ele me abraçou, me acolhendo da melhor forma possível.
Apoiei minha cabeça em seu ombro, e o abracei de volta.
- me desculpa por tudo, por te deixar sozinho, por te pressionar, por te fazer reprimir seus sentimentos por tanto tempo.... -
- me desculpa por esconder isso de você. -
Me afastei deixando mais um selinho em dazai.
- saiba que agora você é meu namorado, agora vamos voltar, vou bater em alguns caras. - se levantou comigo no colo.
Voltamos para a máfia e dazai me acomodou em seu colo por todo o caminho.
Depois disso, dazai insistiu em querer saber quem tinha me torturado, mas pelo bem dele eu não contei.
Não oficializamos nada mas usamos alianças com os nomes um do outro por dentro, e dazai vive me presenteando e pedindo suicidios duplos.

ごめんえ ~ soukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora