As ruas de Londres continuavam escuras e imundas graças à repentina industrialização. Um garoto de uns onze anos corria por elas com a maestria que só cabe aos pequeninos. Desviando de pessoas pobres e carruagens ricas, ele segurava nas mãos um livreto, um mundo particular que estava prestes a descobrir.
Não esperou chegar em casa. Sabia como sua mãe não gostava daquelas histórias do penny bloods, sempre dizendo que elas causam violência e assassinatos e isso e aquilo. Naquela altura, o garoto já tinha aprendido a ignorar as palavras dela.
Escondendo-se num beco entre sua casa e a do vizinho, abriu o livro e se sentou no chão. E foi aí que a história começou...
ELVIRA SLAYER – A MATADORA DE HOMENS
"Oh, Elvira, você é a única que me entende" disse o homem ruivo, segurando a mulher nos braços.
"Claro que sim" respondeu ela. Seus cabelos negros caíam pelos ombros.
"Desde a partida de Sharon, me sinto muito solitário. Tenho medo de morrer, Elvira. E se eu for pro inferno?"
A mulher se afastou um pouco do abraço do ruivo, o olhando nos olhos. Ele era jovem, ainda. Os dois eram. Mas aquela preocupação no rosto do seu amante não combinava muito com ele. Sem pensar muito, Elvira sorriu: "Você não precisa morrer".
"Como?" perguntou ele.
"Eu e você podemos nos tornar vampiros."
Aquilo fez os olhos do homem se arregalarem. "V-vampiros?"
"Vampiros são reais, Henry, e nós podemos ser como eles... Imagine: Juventude e beleza eternas. Nunca mais vamos morrer. E seremos amantes para sempre."
Henry olhou para o chão, apreensivo. Elvira tocou o rosto dele, fazendo o homem olhar para ela, e diante daquela visão, tornar-se vampiro não parecia uma má ideia. Viver pra sempre com Elvira... não parecia tão ruim.
"Tudo bem... o que precisamos fazer?"
"Para sermos vampiros, nós precisamos fazer um sacrifício de sangue com uma faca. Não se preocupe, eu cuido de arrumar ela. E você... vai ter que matar alguém."
"Mas eu não tenho inimigos! E não poderia matar alguém da minha família..."
"Você não precisa matar sua família. Na verdade, tem alguém que seria muito bom que você matasse..."
Henry apertou os braços da mulher. "Quem?! Um bandido?! Um assassino?!"
"Meu marido" ela respondeu.
Aquilo só assustou ainda mais o ruivo. "Mas ele é da polícia! Eu nunca conseguiria matá-lo!"
Elvira acariciou os ombros de Henry. "Não se preocupe, meu querido. Nós vamos levá-lo para uma emboscada e mataremos ele. E depois disso, não vai ter problema se vierem atrás de nós, porque seremos vampiros e mataremos todos eles."
Ele ponderou sobre a proposta. Seu medo de ser pego pela polícia era grande, mas não era maior do que o de morrer. E com isso, respondeu. "Tudo bem. Vamos fazer isso."
***
Quando voltou para casa, Elvira tomou um longo banho, e se vestiu com simplicidade. Ao chegar na cozinha, uma serva preparou o desjejum. Enquanto comia, sua única filha se aproximou da mesa, com uma cara emburrada.
"O que foi, meu amor?" perguntou Elvira.
"Você foi ver aquele homem de novo, não foi?"
A mulher deu uma risadinha. "Que homem, minha querida?"
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Elvira Slayer: a matadora de homens
مصاص دماءDepois da ida pacífica de Sharon, Henry, seu viúvo, começa a se questionar se realmente quer bater as botas. Elvira, sua amante, oferece a ele uma proposta irrecusável: tornar-se vampiro e nunca envelhecer. Mas para isso, ele deve assassinar William...