Sua alegria era contagiante ao receber sua primeira bicicleta de rodinha, Angie subia nela e seu pai a empurrava segurando a menina para que ela não se desequilibra-se, Never entra em choque ao escrever aquilo, suas lembranças de' 'sua outra vida'' chegavam à tona, sua concentração se perdera no vaco do espaço. Never levanta e caminha, o escritor ao lado lhe gritava:
- Never aonde vai?
- Respirar...
Never percebe que nem se quer consegue conversar com alguém, Never caminha pelo corredor aparentemente sem fim, com sua cabeça baixa que ainda tentava lembrar à antiga Angie, ele caminha arrastando suas mãos nas paredes, parecia concentrado de mais para perceber que estava caminhando para o nada.
- Never?!... Never?!... Never?!
Never percebe que está sendo chamado e cutucado, era o velho que olhava para ele preocupado.
- Você está bem?
- Não é nada.
- Angie?
-...
Never fica calado e da tapas em suas bochechas e então para com as mãos em seu rosto.
- Never? ... Never? ...
- Quê?
- Estou te chamando. É melhor descansar você já está escrevendo a um longo tempo. Você por acaso já dormiu?
- Eu estou bem... Vou voltar pra minha mesa.
Never tropeça e bate seus joelhos no chão, seu corpo parecia pesado.
- Eu... Escrevi quando ela começa a andar de bicicleta... eu preciso continuar.
- Chega Never, você nem mesmo consegui se levantar.
O velho agacha e faz com que ele se apoie em seus ombros e o carrega para a sua sala e o deita em um sofá que ficava ao lado de sua mesa.
As horas de agonia eram percebidas pelo velho, que o olhava dormir. Never suava bastante, o velho aproximou-se e pôs uma das mãos em seu rosto Never estava quente, e gemia, sussurrava sempre o mesmo nome.
- Angie... Angie...
O velho coloca um pano molhado na testa de Never e segura sua mão, quente e trêmula.
O escritor que sempre senta ao lado de Never, entra na sala e fecha a porta silenciosamente.
- Como ele está?
- Para um humano? Ele está péssimo.
- Então é isso... Ele tem sentimentos e enfermidades.
- Sim. Mas é só uma febre passageira.
- Não acha melhor deixar que outra pessoa escreva o livro dele.
- Melhor que ele escreva, ele precisa saber quem ele é.
- Entendo.
- Depois que ele se tornou o melhor amigo de Angie, e vê-la morrer de tal maneira. Talvez essa seja a última história dele.
- Ele não vai suportar mais uma morte.
- O destino dele já está decidido.
- Entendo.
As estrelas iam embora e o sol tocava a terra no horizonte, Never olhava pela janela da sala e observava os pássaros beberem água direto das flores.
- Never... Sente-se melhor?
- Vou continuar minha história.
- Never, seja o melhor amigo dela.
Never ficou calado, e saiu da sala caminhou até sua mesa ignorando a todo que estavam passando pelo corredor. Sentou em sua cadeira e cochichou para si.
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Destinados e o Livro da Vida
RomanceDestinados e o Livro da Vida conta a história de Never, um anjo responsável por escrever a vida das pessoas e tento como responsabilidade escrever a morte do mesmo. Mas por uma façanha do destino Never passa a se questionar por estar fazendo aquilo...