Destinados e o Livro da Vida

Outro

Angie estava na aula de música, cantando doce e meiga, sua voz angelical hipnotizada Never que estava sentado na plateia.

O sinal para a próxima aula toca, Angie corre em direção de Never.

- Como foi?

- Foi ótimo.

Ao saírem Never se depara com um cartaz no mural, nesse cartaz anunciava o baile de formatura.

- Baile de formatura... -cochicha Never.

- Ainda ninguém me convidou, o Peter conseguiu um par com uma garota que o convidou antes, e como ele não é do tipo que recusa convite ele acabou aceitando.

- Angie... Er...

- Sim.

Never estava vermelho, Angie esperava suas palavras saírem de sua boca.

- Angie... err, você quer ir... Ao baile comigo?

- S... Sim. Disse Angie empolgada.

Never avista um anjo que parou no meio do corredor e depois caminhou.

- Angie, eu vou ao banheiro.

- Tudo b....

Never correu e virou no corredor.

- Quem é você?

- Never você precisa voltar agora!

- O que aconteceu?

- É o velho.

- O que aconteceu?

- Vamos.

Os dois desaparecem como vento.

Never corre em direção da sala do velho, e ouve as pessoas cochichando algo do tipo: '' Quem é ele?'', '' Ele me dá medo. '', '' Será que é um novo escritor? ''. Never chega à sala gritando.

- Velho!

- Então você é Never, é um prazer conhecer um humano. - era um homem com olhar frio e aterrorizante, suas roupas negras diziam que ele era a nova morte. Quando ele disse aquilo Never ficou parado, surpreso, seu olhar era indescritível.

-Hu... Humano? -gagueja Never.

- Ora... Pensei que ele havia te contado.

- Contado o quê velho?

- Você é humano, Never.

- Não sou! Eu sou um anjo, eu sou um escritor!

- A antiga dona do seu livro impediu que você morresse lhe entregando esse livro. Quando você o tocou, você perdeu família, vida, amigos... Memórias...

- Mas...

- Chega de papo! Agora quem dá as ordens sou eu! -disse o homem misterioso.

- Então você é a nova morte?

- Exato, e esse velhote será um novo escritor qualquer. Ele escolherá a história que quiser.

O velho saiu da sala carregando um objeto que estava na mesa, um livro e um pincel, Never se virou para acompanhar o velho.

- Ah! Never? Nunca mais vá ao mundo humano para vê-la!

- O quê?

- Eu falei baixo?

- Não, eu nunca vou abandona-la, nunca mais vou deixá-la, eu nunca mais vou esquecer!

- Quer ir contra mim? Never?

- Eu irei contra qualquer um que me impedir!

- Então eu irei matá-la!

Never descontrolou-se e socou a cara daquele homem, que limpou o sangue que saiu de sua boca. Aquele homem levantou e em uma questão de segundos agarrou com uma das mãos o pescoço de Never e o chocou contra a parede, o vento ao redor agitou, as folhas de papel da mesa espalhavam por toda a sala.

- Nunca mais vá ao mundo humano! - gritou aquele homem.

Never tentava se desprender das mãos daquele homem, o velho volta na sala.

- Já chega Sailan!

- Cala a boca velho! Never me obedeça! Nunca mais vá ao mundo humano!

Never cospe no rosto de Sailan, talvez por ser uma das coisas a fazer, a outra era obedecer aquela decisão desprezível. Sailan furioso quebra a parede com o corpo de Never e o empurra quebrando várias mesas de outros escritores. Never tenta se levantar, seu corpo estava muito ferido, Never tentava se apoiar com um dos joelhos para levantar, o velho corre para ajudá-lo a levantar, a visão de Never embasada vê Sailan em pé com as mãos fechadas entrando na sala através da porta que ainda estava inteira.

O velho deita Never desacordado em outra sala, que serve muitas vezes de dormitório.

- Velho como ele está? -desesperado e ofegante como uma pessoa que correu muito gritava o escritor que sempre fica ao lado de Never.

- Eu não sei, parece que ele fraturou muitos ossos. Mesmo sendo um imortal ele ainda tem o corpo humano.

- Ele vai ficar bem?

- O importante agora é proteger a garota.

- O que quer dizer?

- Sailan não é do tipo que engole desaforo, ele vai mudar a história com certeza, traga o livro de Never, vamos ver quanto ele já escreveu.

O escritor correu para a mesa de Never tropeçou batendo a mão na mesa derrubando o livro de Never, ele pegou o livro e correu para a sala.

- Está aqui! - falou quase sem ar.

- Vamos ver. - disse o Velho virando as folhas até a última página escrita. Ele escreveu três meses, mas nesses três meses ele está com ela, como ele não vai estar tudo vai acontecer sem a presença dele, vou mudar um pouco sem que alterar a história. - o velho pega o pincel e começa a escrever por cima das palavras de Never, normalmente escritores escrevem inconscientemente mas o velho escrevia sem perder a noção como se ele soubesse burlar o caderno.

Daqui a três meses Sailan vai matá-la, não sabemos quanto tempo Never ficará assim. Droga ele não vai ao baile com ela.

- Podemos cancelar o baile?

- Não nessa amplitude, podemos acabar perturbando o destino. A única coisa a fazer é esperar que ele acorde. - o velho começou a cuidar do corpo de Never que estava muito ferido.

- Então é isso, Sailan será a nova morte.

- Eu sabia que um dia eu seria substituído, mas não dessa maneira.

- Deus é quem está fazendo isso.

- Não, Never foi trazido aqui graças a Ele. Deus quer provar alguma coisa, mas ainda não sei.

Angie estava na janela de seu quarto, olhando para fora onde a neve escondia sua tristeza, Angie via os dias passarem as noites frias que não iam embora e a tristeza e decepção em seu olhar.

- Never por que você me esqueceu de novo?

Angie chorou, e ajoelhou de tristeza.

O dia da formatura chega e Angie esperava por Never do lado de fora da escola, olhava para o céu estrelado com os olhos cheios de lágrimas. Peter chega andando pela neve com a cabeça abaixada.

- Parece que você também levou um bolo.

- Peter...

Peter estica sua mão e fala envergonhado.

- Angie... Você quer ir ao baile comigo?

Angie limpa suas lágrimas e é levantada, os dois caminham para o salão, uma música romântica começa a tocar. Angie põe as mãos envoltas do pescoço de Peter que a envolve em seus braços, seus olhares se cruzam ela apoia a cabeça no peito de Peter.

- Angie, valeu a pena minha parceira não ter vindo.

- Peter... Obrigada.

Os dois dançaram aquela música lenta, esquecendo todos que estavam ao redor, o vestido branco de Angie brilhava refletindo as luzes do salão, Peter a olhava com carinho, a noite perfeita para nunca esquecer para uma garota, mas uma tristeza que para sempre ficaria marcada.