Capítulo 12

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Marion estava sentada no sofá, enquanto tomava um bom vinho e assistia alguns vídeos antigos que gravara com seus pais anos atrás. Talvez, para qualquer um, poderia parecer bobeira, mas os pais realmente foram os melhores amigos que a mulher já teve. Tudo bem que ela tinha Stacy e Adam, mas Marion não passava um dia se quer, sem pensar nos pais.

Como estariam se ainda estivessem vivos? A mulher só tinha certeza de uma coisa: Anaya, sua mãe - que deixara de morar em seu país natal, que fica na África quando se casou com Joshua - e seu pai não se orgulhariam do trabalho que a filha escolhera para si. Tudo bem que Marion tinha a empresa para se sustentar, mas a mulher não gostava nada de ter que se esconder atrás de uma mesa de escritório.

A assassina assistia aos vídeos e sorria de uma forma saudosa, enquanto lembrava da história de como os pais se conheceram, na terra natal da mãe. Joshua ainda era um quando foi em uma viagem de negócio com o pai. Ao contrário de seu pai, o avô de Marion não tinha condições de abrir sua própria empresa e fora enviado para lá, em representação à seu chefe.

Nesta viagem, durante uma das reuniões, aparecera no salão uma mulher tão jovem quanto Joshua. Era tão linda e esbelta que o rapaz mal conseguia tirar os olhos dela. Talvez, apenas talvez, Marion teve a quem puxar, pois a linda Anaya também não se apaixonara pelo futuro marido de primeira. Alguns anos mais tarde, se reencontraram e passaram a trocar cartas.

Marion se despertou de seus pensamentos e lembranças, assim que ouviu o telefone - um que Adam e ela usavam exclusivamente para atender a pedidos e decidir se aceitariam, ou não, tal missão - tocar. A mulher olha o visor do aparelho e leva sua mão até o objeto que piscava a tela, então, apenas o silencia e levanta logo em seguida.

Desde o dia que voltara da casa dos sogros, Marion não havia falado com ninguém, nem mesmo com sua nova vizinha. Na verdade, a mulher mal tinha saído na rua. Não era bem o problema que tivera alguns dias atrás com Adam que a estava incomodando. Nem mesmo ela sabia o motivo para estar tão introspectiva nos últimos dias.

Depois de tomar um bom banho de baheira, a mulher deita em sua cama quente e confortável. Não demora muito quando pega no sono.

***

Marion estava em seu antigo quarto. Posteres de suas bandas favoritas estavam espalhados pelas paredes. Em frente ao espelho, havia uma Marion de aproximadamente quatorze anos. De longe, a mulher se observava ainda adolescente. A jaqueta de couro preta e a calça jeans da mesma cor, a fazia se lembrar de sua fase gótica e tudo se confirma, quando a jovem passa um batom roxo que comprara casualmente.

De repente, a mulher viu a porta se abrindo e fechando lentamente. Sentiu sua espinha gelar, pois na hora que viu a face do que entrara, memórias, memórias dolorosas passavam como um filme em sua cabeça. Tentava se mexer, sair do lugar para avisar a jovem que estava ali, mas estava presa no lugar. Não conseguia se mexer.

O homem tranca a porta atrás de si e caminha vagarosamente até a adolescente. Ao notá-lo, a menina toma unm susto e cambaleia para trás. Em seu rosto, uma expressão de pavor havia se formado e o batom que estava em sua mão segundos antes, agora estava caído no chão.

- O que está fazendo aqui? - Ela engole em seco. - Meus pais não estão em casa, por favor, vá embora.

As palavras da menina fez o homem sorrir. Enquanto via aquele sorriso, Marion que assistia tudo sem poder se mexer, sentiu seu estomago revirar. Ela tentava gritar para que a menina pedisse por ajuda, que gritasse, ou saísse correndo, mas também não era ouvida.

- É muito bom saber disso, minha bonequinha! Assim podemos aproveitar com mais privacidade. - Disse o homem com um sorriso nojento no rosto.

- Vai embora! Vai embora, ou eu chamo a polícia! - Esbravejou a adolescente, mas a atitude só fez com que o homem, de idade um tanto elevada - mais ou menos a idade do pai da menina - , gargalhasse.

Assassina de Luxo [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora