Se Vis Pacem Para Bellum

Capítulo 1 - Prólogo

Avyanna não pôde acreditar em seus olhos, dentro da vasta construção, em uma sala que se encontrava no caminho para o "escritório" daquele que comandava toda a operação da milícia, situado no mais alto andar.

Aquele pequeno esquadrão de elite, que se infiltrando nas defesas de seu inimigo deveria desmantelar sua operação sem problemas, foram transformados em corpos surrados e sangrentos, se contorcendo de formas não naturais e com os mais horrendos ferimentos que já vira.

Não pode fazer nada além de emitir um grito desesperado.

[24 horas antes, no QG]

Uma das salas da instalação, basicamente um simples bloco de concreto com porta de metal, como quase todas as outras.

Avyanna, como sempre, prestando atenção na cadeira à frente dos demais, deixando seu longo cabelo loiro cair pelas suas costas, sua M4A1 suspensa em seu peito pela alça, sua faca presa na bainha em seu ombro, e sua 1911 personalizada em seu coldre na perna.

Ricker, de cabelo raspado e cavanhaque, o líder, estava sentado na mesa afiando sua faca, seu equipamento sempre a mostra, sua Scar em descanso ao seu lado, sua bainha no ombro, agora vazia, seu coldre com sua Magnum, e seu shemagh vermelho presente em seu pescoço, como era de costume.

Kelly, logo ao lado, sua MP5 deitada em seu colo, sua 1911 sempre no coldre em seu quadril e sua pequena adaga oculta em seu cordão, sempre com seu longo cabelo preso em um coque e sua luva apenas na mão direita.

E por fim, Noah, o mais jovem do grupo tendo 26 anos, deixando sempre seu cabelo em um moicano, a coronha de sua AK-47 tocando a chão, segurando-a pelo cano enquanto ouvia as instruções, sua Desert Eagle em seu coldre no peito e sua faca na cintura.

-A operação é simples.- começou seu superior a explicar. -ou ao menos deveria ser, o alvo é um ex Spec Ops* , comandante da milícia armada que anda aterrorizando a população, nossas suspeitas são que ele esteja trabalhando com armas químicas, neutralizem ele, impeçam a produção. Essa é a missão prioritária, a secundária é achar o esquadrão que não responde há mais 24 horas, temos sinal verde para chegar com pé na porta e força letal, será mobilizado junto com vocês uma pequena força de soldados, 150 deles.-

(*Spec Ops: Do inglês: "Special Operations" - "Operações Especiais)

Noah, levantando a mão livre, perguntou. -Olha, por que deveria ser simples?-

-Que pergunta idiota, garoto.- Zombou Ricker

-Cala boca, Ricker.-

O homem, então cravou a faca na mesa e se levantou irritadamente. -Vem calar, pivete!-

Avyanna, vendo o atrito crescendo, interveio. -Mocinhas, agora não é hora de discutir a relação, por favor, se comam depois!- Bradou fazendo ambos se sentarem.

-Idiotas.- Cochichou Kelly.

-Respondendo a pergunta do Sr. Connors, deveria ser simples pois vocês nem ao menos deveriam estar sendo enviados, e agora que finalmente temos a permissão para usar força, as coisas podem ficar um pouco mais complicadas. Todos entenderam?-

-Sim.- Todos levantaram e responderam em uníssono.

[Uma viagem depois]

Kelly estava do lado de fora do prédio, hackeando o sistema de alarme e câmeras.

-Tudo pronto, podem ir. Deixem um vivo se possível, queremos informações.-

Um som estrondoso foi feito devido ao forte chute na porta de Ricker, entrando pelo saguão do prédio, surpreendendo os guardas que estavam ali.

Os outros 3 foram rápidos em eliminar os poucos hostis e incapacitar o último.

Ricker foi o primeiro a ir até o homem no chão, agarrando-o pelo pescoço.

-Cadê seu chefe!?- Exigiu a informação desferindo-lhe um soco na face.

-Não vou te contar nada, filho da puta!- Mesmo com medo, o mercenário respondeu firme.

-Onde tão seus amigos!?!?- Perguntou novamente batendo no homem.

-30 segundos.- informou Kelly.

-Não vai tirar nada de mim!- Manteve o tom firme.

Noah disparou contra o crânio do homem, matando-o.

-Muita lealdade por uma arma contratada.-

-15 segundos, vamos sair daqui logo.- Exigiu indo na frente.

Avyanna, indo logo atrás de Kelly, pondera consigo mesma.

[...]

O homem de cabelos grisalhos e sobretudo preto observava as câmeras de segurança com um sorriso quase sádico em seu rosto.

-Lúcifer.- Chamou. - Temos visitas, devem estar procurando nós e os amigos, você sabe o que fazer.-

O homem saiu das sombras, um capacete metálico com visor opaco de vidro cobrindo toda sua cabeça, a jaqueta marrom escura, uma camisa revestida cinza, suas calças cargo escuras e a pesada bota preta.

-Sim.- Disse a grave voz robótica encarando a figura de Avyanna nas câmeras.

-Essa aqui.- Apontou. -A vida dela, é minha.-