Perdido nos encantos de um semideus | Yoonmin

12. A deusa do amor abençoa os desafortunados

Às vezes eu tenho esses pensamentos estranhos sobre o quão bom eu sou em ser um fodido na vida, mas ironicamente não tenho pensado sobre isso desde que beijei Park Jimin.

E por que isso seria irônico? Bem, talvez pelo simples fato de que deveríamos ser inimigos mortais e estamos aqui nos agarrando um com o outro.

Não que eu esteja reclamando, longe de mim fazer uma coisa dessas, mas eu gostaria de ter ao menos um momento normal com ele.

Sabe aquelas coisas de casais brega? Então, exatamente isso.

Mas eu e Jimin nem somos um casal.

Ainda.

Meus olhos ardem com a claridade do lugar após as sombras de Jimin se desfazerem, chega a ser estranho sair agarrado com ele agora que todos do nosso pequeno grupo estão cientes desse nosso lance.

Na medida que meus olhos se acostumam com a iluminação do ambiente percebo que estamos longe e possivelmente em um lugar no qual eu nunca fui.

Estamos no final de uma floresta, alguns metros em diante está o mar azul de Poseidon.

Tudo bem, eu não gosto dos peixinhos, mas gosto muito do mar.

- Então, vamos entrar? -

Jimin finalmente fala algo, mas parece ser para me deixar ainda mais confuso com o seu pedido estranho de sairmos juntos.

Procuro algum lugar possível para entrar, mas não vejo nada além da floresta de um lado e o mar do outro.

- Entrar onde? -

Indago com uma certa curiosidade e isso o faz rir para então beijar minha bochecha.

- Tão fofo, hyung. Olha para cima. -

Sinto meu rosto corar levemente pelo elogio e não dou tempo de ficar constrangido, pois faço o que foi pedido, arregalando meus olhos ao ver uma perfeita casa na árvore, aquela na qual toda criança sonha em ir.

- A vista deve ser linda lá de cima. -

Acabo soltando meu pequeno encantamento e logo percebo meu erro.

Depois de nosso momento mais, hm, intimo, Jimin e eu combinamos de não falar sobre qualquer coisa que esteja relacionado aos nossos pais, afinal já é difícil de escutar dos outros e não precisamos ficar entrando nesses assuntos difíceis quando podemos fazer coisas melhores.

- Desculpe. -

Resmungo baixo, mas sinto seus dedos se entrelaçarem aos meus num gesto carinhoso.

- Tudo bem, eu imaginei que você gosta de altura e escolhi esse lugar propositalmente. -

O encaro a tempo de ver seu sorriso malicioso para que no segundo seguinte as sombras nos cobrirem e num piscar de olhos aparecermos já no alto da árvore.

- Puta merda, eu podia ter subido como uma pessoa normal sem nenhum problema! -

Falo com um pouco de raiva, afinal eu tomei um puta susto e posso assegurar que isso não é algo que nenhum semideus gostaria vindo de um filho de Hades.

- Assim é mais legal, além de ser obviamente mais rápido. -

Reviro meus olhos com sua fala exibida, mas volto minha atenção para o local que estranhamente parece de certa forma acolhedor.

Empurro a porta com cuidado sobre o olhar atento do loiro e a simplicidade do lugar parece transmitir até um pouco de ternura.

- Que é esse lugar? -