Vinte Um

1.6K 177 212
                                    

Eu precisei de alguns minutos para processar tudo o que Sasuke havia me dito, eram muitas informações, tudo de uma vez e minhas lembranças a cada segundo surgindo não ajudava em nada. Minha cabeça doía muito, parecia que ficaria louca com tudo aquilo, mas eu tinha que saber de tudo, fechar as lacunas abertas e amarrar as pontas soltas que ficaram nesse meu relacionamento com Sasuke que era desde o começo algo conturbado. Ele era um vampiro, um ser da noite, e eu era uma humana que havia renascido novamente com um sacrifício de uma bruxa descendente de uma linhagem muito antiga e poderosa. Nossos mundos eram totalmente diferentes, mas o destino resolveu unirmos um com o outro para um propósito final, a nossa linda filha, a chave para acabar com os seres que nunca deveriam ter existido.

- Está tudo tão confuso – murmurei, fitando minhas mãos sobre o meu colo, sentindo o peso da morte de Tsunade em minhas costas. – Então só a Ino pode acabar com todos os vampiros? – Ergui meus olhos para ele. – Presumo que seja muito de vocês.

- Você não tem ideia – ele respondeu. – Mas só a aniquilação da minha família pode dar fim aos outros, por que somos os primeiros da geração.

- Como assim?

Sasuke inspirou fundo, cansado, antes de começar a contar a sua história:

- Eu nasci numa família de camponeses na área montanhosa da Transilvânia. Meu pai Fugaku era comerciante viajante e em tempos e tempos viajava até o centro comercial na costa do mar negro para trocar mercadorias. Numa dessas viagens ele conheceu uma mulher estrangeira que possuía sabedoria e dons duvidosos. – E depois deu uma pausa. - Ele havia conhecido Carlota Bragadini.

Prendi a respiração quando ouvi o sobrenome Bragadini, algo me dizia que aquilo era o começo. Ele continuou:

- Meu pai sempre teve fascínio sobre coisas diferentes, coisas paranormais e sobre a possibilidade de uma vida eterna, principalmente quando os rumores da peste solaram entre os vilarejos pequenos da Romênia. Ele não queria morrer e muito menos perder sua família. Eu e meu irmão Itachi trabalhávamos nas minerações de ouro, meu pai percebendo a ganancia por riquezas de Carlota, ofereceu uma certa quantidade de ouro pelo elixir da vida eterna que ela disse que existia.

- Elixir da vida eterna? – Perguntei, sentindo meu cenho franzir.

- Não tínhamos todo aquele ouro que ele oferecia, pois, noventa e cinco por cento do que conseguíamos iam para os cofres do senhor Feudal. Meu pai tinha em mente de nós desviarmos uma certa quantia de ouro para seus fins mesquinho.

- E... o que aconteceu?

- A peste chegou ao meu vilarejo. Era um vilarejo pobre, não tínhamos muitos recursos e muitas pessoas morreram. Não tenho tantas lembranças daquela época, pois sofria em agonia com meu corpo em chagas e uma febre alta. A única lembrança que tenho era de uma mulher e meu pai ao seu lado. Ela disse coisas que não compreendia, me fez tomar algo que não conhecia para depois enfiar uma estaca de madeira pontiaguda em meu coração.

Levei as mãos a minha boca, sentindo meus olhos arregalados, incrédulos pelo horror com tudo o que ele dizia.

- Para mim, eles estavam acabando com o meu sofrimento, mas quando acordei uma semana depois eu me senti diferente. Eu não sofria com os sintomas da peste e muito menos tinha as manchas negras pelo meu corpo. A minha pele estava pálida como um ser doente e gelada como um cadáver. Descobri que a luz do sol queimava a minha pele e ardia os meus olhos. A minha garganta seca e meu estômago roncando não aceitavam água ou comida normal e sim o sangue de uma pessoa viva. Eu, a minha mãe e meu irmão éramos para estarmos mortos, mas meu pai desafiou as leis da natureza e condenou toda a minha família a viver nas sombras e de se alimentar de sangue das pessoas por toda a eternidade.

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora