Como diabos as pessoas se apaixonam?-10

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 Ele não se lembra quando se apaixonou por Norman especificamente, talvez foi os comentários inteligentes e o raciocínio que acompanhava o seu, ou talvez fosse os olhos azuis que brilhavam quando ele ajudava alguém ou aprendia algo novo, ou talvez os sorrisos sinceros e gentis que ele lhe direcionava quando Ray era teimoso. Ou talvez... Ah, deuses, se ele ficar aqui listando todos os possíveis motivos vai acabar ficando velho.

 Ele estava em seu escritório, o vendo ficar mexendo e escrevendo em papéis na sua mesa enquanto o moreno lia ou apenas roubava algo da mesa para brincar com o albino.

 - Ei, floco de neve. Você vai mesmo superar o genocídio? - Ray falou, tinham conversado junto com a Emma sobre o plano de ir até o mundo humano. Eles discutiram bastante mas conseguiram convencer, aparentemente, Norman de que era melhor o jeito para todos. Mas, ele não tinha certeza.

 - Mio angelo, eu falei que ia então eu vou ajudar. - Ele respirou fundo e olhou para os olhos de Ray, ele se sentiu arrepiar com o brilho gentil nos olhos azuis. - Você pensa demais... deveria descansar...

 - Que hipocrisia, olha quem fala. - Apontei para ele que soltou um riso nervoso.

 - Não sou eu que tem olheiras, muito menos que está pálido. - Ri nervosamente concordando com a cabeça, ele se levantou e segurou minha mão, me levantando. - Vamos, deve ter algum lugar aqui perto com comida para o almoço. 

 Sorri minimamente e deixei ele me guiar para fora do lugar. Trocávamos provocações bobas de vez em quando, enquanto nos direcionávamos até uma padaria pequena. Norman me explicou que Minerva fez o máximo possível para que essa base se parecesse com uma cidade pequena do mundo dos humanos, para caso fossemos para lá já estivéssemos mais ou menos acostumados com as coisas.

 Uma garota de cabelos longos castanhos soltos e olhos castanhos mais claros, um pouco menor do que eu. Ela nos olhou com curiosidade antes de estender uma cesta com pães e outros salgados. Peguei apenas um pão e Norman pegou também, a garota nos estendeu duas xícaras com chocolate quente da qual pegamos.

 Agradecemos e continuamos andando e conversando, voltando para seu escritório. Abrimos a porta e eu percebi as figuras lá dentro, logo me colocando atrás de Norman que estranhou e me olhou por cima do ombro. Rosnei para eles me lembrando do estresse que me deram, Norman olhou para dentro e pareceu notar o por que de eu estar tão nervoso.

 - O que os traz aqui? - Ele falou calmo, tentando desfazer a tensão deixada no ar.

 - Nós só viemos discutir os motivos da troca de plano senhor. - Vincent disse sério, me olhando brevemente como se botasse a culpa da mudança de planos nele. - Acredito que você tenha, bons motivos, por trás disso.

 Norman suspirou, parecendo já saber que eles iriam ir atrás dele para saber mais sobre suas escolhas. Coloquei o resto do pão na boca e passei a mão, agora, livre nas costas dele. Ele me olhou e eu lhe dei um sorriso pequeno, para tranquilizá-lo, Norman sorri de volta e olha os visitantes. 

 - Realmente eu tenho. - Ele sorriu calmamente e eu quase ri da cara de bobos que eles estavam fazendo, como se esperassem que ele dissesse que só estava fazendo por conta dos novos chegados. - Eu peço que se sentem e por favor me ouçam até o fim, não quero que se exaltem.

 - Sim senhor. - Eles três falaram juntos de mal gosto.

 Eles se sentaram no mesmo sofá, deixando o sofá a frente livre para o Norman, Ray decidiu sair. Norman até pediu para ficar mas essa era uma conversa entre eles.

 Sem nada para fazer ele decidiu voltar até a casa que eles compartilhavam, já sendo recebido por um Yuugo preocupado.

 - Onde você estava mocinho? - Ele falou logo que eu pisei no piso da sala, Nigel e Paula que estavam conversando sobre alguma coisa que ele não prestou atenção.

 - Fui passear com o Norman. - Falei sem muito medo, sinceramente eu achava fofo a preocupação deles dois por mim. - Já almocei, não precisa se preocupar.

 E sai, indo procurar a Emma e dizer para ela que Norman já tinha aceitado o novo plano.

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