3 - Henry

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O lugar era exatamente como eu me lembrava. Mulheres que já eram lindas se esforçando para ficarem ainda mais bonitas. Em busca da perfeição. Quantas delas não escondiam por trás daqueles sorrisos iluminados, um mundo de privações? Eu sabia bem como funcionava. Mas apesar daquele lugar não me ser nem um pouco agradável, eu estava atento e por sorte não havia acontecido nada de suspeito.

— Está tudo bem, senhorita Sanders. Quando estiver pronta, por favor, me avise para podermos ir.

—Tudo bem, vou só tomar um banho, trocar de roupa e podemos ir.

Eu sabia que estava sendo ríspido demais, mas eu não conseguia ser diferente. Não com ela, e não naquele ambiente que me trazia tantas recordações ruins.

Aguardei ainda mais impaciente quando a modelo começou a demorar. Tomado por um pressentimento ruim, invadi o vestiário que ela havia entrado, sem me importar com o que aquilo pudesse parecer, puxando minha Glock.

O barulho do chuveiro ligado chamou minha atenção e foi então que eu a vi. Emily estava de costas passando a mão sobre o cabelo enquanto a água escorria pelo seu corpo. Imediatamente senti minha masculinidade despertar e pressionar contra a minha calça.

Puta que pariu!

Ela era diferente das outras modelos. Uma falsa magra, que apesar de usar seu corpo para as passarelas, era cheia de curvas, muitas curvas.

— Ai! — ela gritou quando me viu, me tirando do meu devaneio e eu me xinguei mentalmente.

— Desculpe senhorita. — desviei meu olhar e guardei a arma — Como você estava demorando eu entrei para averiguar, mas não imaginei... — ela arregalou os olhos, incrédula, e eu respirei fundo, recuperando meu controle — Desculpe mais uma vez, vou aguardar lá fora.

Me virei e saí do vestiário, ainda com a visão do seu corpo nu e molhado povoando meus pensamentos, me deixando duro como a porra de um adolescente.

Merda!

— Pronto! — a voz dela soou às minhas costas poucos minutos depois, e eu me virei antes de encará-la e assentir com a cabeça, indicando com a mão a direção para seguirmos.

Antes de passarmos pela porta que levava ao estacionamento, pedi que ela aguardasse e avaliei o perímetro. Dei alguns passos observando o estacionamento e depois fiz sinal para que ela viesse.

Enquanto caminhávamos na direção do carro, o único barulho do lugar era o som dos nossos passos. O local estava tão silencioso que o salto dela chegava a ecoar.

Assim que abri a porta para Emily, o som do clique de uma câmera fotográfica chamou minha atenção, alguns carros adiante.

— Fique dentro do carro. — disse rispidamente, batendo a porta antes de ir em direção onde o flash havia iluminado.

Caminhei cauteloso, arma em punho observando tudo ao meu redor, sem deixar de ficar completamente atento ao carro no qual a modelo estava. Alguns minutos depois, após me certificar que, quem quer que estivesse ali, já havia deixado o local, voltei até o veículo e quando me sentei atrás do volante, coloquei minha pistola entre as pernas.

— A senhorita está bem? — olhei pelo espelho retrovisor e aqueles incríveis olhos azuis me encararam de volta, antes de ela responder um trêmulo "sim".

Eu sabia que ela não estava, mas gostava da tentativa dela de demonstrar o contrário. Ela parecia ser forte... Diferente.

Assenti antes de dar partida no carro e nos tirar daquela armadilha de concreto que era o estacionamento.

Sob Minha ProteçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora