|Capítulo 12|

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Isabella Walker

Contei para a vovó no domingo de manhã sobre a minha mudança. Ela estranhou no inicio por ser tão de repente, mas depois de alguns minutos, quando contei que seria com duas amigas minhas, ela ficou tão feliz e fez tantas perguntas diferentes que até eu me animei com a ideia.

Claro que eu estava animada em me mudar. Mais do que animada. Era isso que eu queria desde o inicio quando me mudei para cá.

No entanto, a forma como tudo aconteceu me deixa um pouco incomodada. Eu gosto de morar com o meu irmão. Claro que gosto, ele é a única família que me sobrou além da vovó, e eu gosto do Thomas e de seus comentários quando jogamos videogame juntos.

Mas, o Cannon? Não. Nunca tinha que ter acontecido o que aconteceu. Não era nem mesmo para estarmos na mesma casa morando juntos. E esse era um dos principais motivos pelo qual eu iria me mudar.

Eu não podia deixar que isso me atrapalhasse. Que o acidente entre nós dois me confundisse ou que acontecesse novamente.

Por isso, concordei em mantermos as coisas amigáveis entre nós dois nesta ultima semana, por mais que eu não confiasse nada nele para guardar o nosso segredo, eu precisaria me controlar e pensar que tudo acabaria bem.

Uma semana e nada volta a acontecer. Uma semana e nós dois deixamos para traz tudo isso.

Passei o resto do domingo terminando um trabalho da faculdade, a chuva continuava do lado de fora, então os meninos também permaneceram em casa, no andar de baixo brincando e gritando alto.

Na segunda de manhã acordei mais tarde do que o normal, o que acabou atrasando todo mundo em casa que me esperou, Thomas resmungou tanto até que o Christopher puxou as chaves do seu carro do bolso e nos deu uma carona.

– É ate uma vergonha nós virmos de carro quando moramos tão perto do campus. – Christopher resmungou estacionando o Jipe no estacionamento da Universidade.

– Deixa de ser chato, por favor? – Thomas falou depois de pular para fora, arrumando a mochila no ombro – Ninguém merece te aguentar em plena segunda-feira de manhã gelada.

– Se a Isabella não tivesse dormido demais eu não estaria reclamando.

– Você estaria reclamando de qualquer forma. – Meu irmão se intrometeu, revirando os olhos antes de puxar o celular do bolso.

– Agora a culpa é minha? – coloquei as mãos na cintura quando ele concordou com a cabeça – Vá para o inferno, Cannon. Da próxima venha correndo então.

– Sabe o que é, Bella? – Thomas perguntou, se aproximando de mim como se fosse sussurrar algo, mesmo que os outros dois ainda nos ouvissem – Ele não gosta que sujem o carro dele. Na verdade, ele protege mais o carro do que qualquer coisa nesse mundo. As vezes fico em duvida se ele gosta mais do Lacrosse ou do carro.

– Vai se foder, Thomas. – Cannon falou alto o suficiente para que algumas pessoas ao nosso redor nos encarassem e em seguida cumprimentassem os meninos.

– Vai se foder, Chris. – Thomas resmungou de volta para o amigo, assim que a atenção havia passado.

– Depois eu que sou a chata. – resmunguei passando minhas mãos no cabelo que não paravam de voar por causa do vento.

– Na verdade, você não é chata. – Cannon começou, me encarando de canto de olho – É insuportável mesmo.

– Eu jurei que teríamos paz nesta semana. – Thomas choramingou.

Estava pronta para responder ao insulto quando avistei a Liliane sentada em um banco logo na nossa frente, junto da Alicia e mais um cara que eu não fazia ideia de quem fosse.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora