I. A Dama da Luz

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Esta história poderia começar como qualquer outra.

De início, ela se assemelha a um típico conto que conta a trajetória do bem e do mal; Garen, o soldado do Bem, luta contra as forças das trevas que ameaçam sua nação e sua família há séculos. Sua batalha é recompensada com aclamação e aceitação de seu reino, e o dia mais uma vez é salvo com bravura e determinação.

Seria um belo conto, sem dúvida nenhuma. Até Garen começar a duvidar de seus próprios conceitos sobre o bem e o mal.

O sol brilhou forte na capital de Demacia naquela manhã. Não passava das seis e meia, mas o reino já estava mais vívido do que nunca - o odor do mercado de peixes importados invadia as janelas de algumas residências menos afortunadas, em contraste com a lufada hipnotizante de bolos e pães da padaria mais próxima de casa. Não havia pássaros, apenas vozes incessantes e apressadas para todos os lados, deixando mais claro que a cidade estava acordada, viva e alerta para mais um dia.

Não demorou muito até todas essas vozes serem interrompidas por uma em especial. Uma iluminada, animada e jovial voz.

- Esta minha pequena luz... - Cantarolou Luxanna, animadamente, enquanto penteava seus cabelos em seu quarto. - Eu irei deixar brilhar!

Estava ficando cada vez mais comum ouvir a pequena Stemmaguarda cantando no início da manhã. Ela estava animada, afinal, todos diriam que a voz de Lux não era das melhores e tinham quase certeza de que ela sabia disso.

Então, uma pequena centelha escapou de seus dedos enquanto ela se penteava e Garen teve que pressionar os olhos, num impulso.

Demacia existia desde o ano 292 após o nascimento de Noxus. No início, não passava de um assentamento de sobreviventes, cidadãos assustados com a pior guerra mágica de todos os tempos.

As Guerras Rúnicas.

Então, coroando seu primeiro rei, o pequeno assentamento cresceu. Rodeados pela floresta de Petricita que construiu o ideal do reino, Demacia prometeu ser um lugar seguro daqueles que quase causaram o fim do mundo que conheciam. Um reino sem magia. Aqueles que nasciam com aquele poder amaldiçoado sofreriam as consequências.

Mas infelizmente, aquilo era frequente. Para Garen, lhe doía pensar que sua própria irmã, sangue de seu sangue era... Era um deles. Por isso mesmo ele evitava pensar. Tentar confrontar o problema deixava tudo real, e no momento, Garen precisava se concentrar em protegê-la.

De Demacia e de si mesma.

— Acordou cedo, Lux. — Comentou ele. Sua porta estava entreaberta, por isso pôde se encostar no batente. Luxanna imediatamente soltou a escova e colocou suas luvas brancas num susto.

— Desaprendeu a bater, irmão? — Emburrada, Lux fez um beicinho gracioso.

— Só quando convém. — Garen mostrou a língua à ela. Tão sapeca quanto, Luxanna devolveu o gesto. — Vai se encontrar com os Iluminadores?

De repente, Lux pareceu tensa.

— Ah, sim. — Ela assentiu. — Vou ler para as crianças carentes!

— Pela terceira vez seguida na semana.

— Ler para crianças nunca é demais.

— Pelo quarto mês seguido, Luxanna.

— São muitas crianças! — Disse a loira.

Garen ergueu uma sobrancelha. Normalmente seria uma desculpa plausível para Lux, afinal, como cadete sênior da Ordem dos Iluminadores, era sua função espalhar o conhecimento demaciano para as comunidades carentes do Reino. E era algo que sua irmã fazia com gosto, claro, mas há meses diversos livros vêm sumindo do acervo dos Caçadores de Magos. Livros que definitivamente não devem ser lidos por crianças.

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⏰ Última atualização: Apr 01, 2021 ⏰

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Centelha • Sylas X LuxOnde histórias criam vida. Descubra agora