A travessia: Lendas incontestáveis

Cap - 1 O depoimento (incompleto)

Woo woo woo, sons de sirene ressoavam em minha cabeça, lembro de sentir um ambiente pesado, abro meus olhos e chamas esverdeadas queimam ao meu redor. Não sinto meus braços... Ou minhas pernas... Não possuía poder algum sobre meu corpo, depois, meus olhos se tornam pesados, e volto a dormir novamente.

-Tem certeza que só se lembra disso? Lembra de algo antes da explosão? Pergunta o delegado
-Não senhor.
-Bom... tem alguma hipótese ou ideia de o que poderia ter acontecido? Perguntava o policial a encarando, já tirando seu chapéu e colocando sobre sua mesa, afim de dar um pouco de ar a sua careca brilhante
-Não senhor. Essas são as únicas informações que tenho sobre a tal explosão, além do o que eu me lembre, é claro.
Um pouco decepcionado com sua resposta, porém nada impressionado. Como esperar uma boa resposta de uma criança de 9 anos? principalmente de Lisa, que parecia uma menina bastante tímida e confusa no momento.

–Bom, já acabamos por hoje.
Fala o delegado colocando o seu chapéu na cabeça novamente, e dando um sorriso simpático de boca fechada.
O delegado se levanta, abre a porta do escritório, e sai. Logo a fora um dos policiais pergunta a ele:
–O que faremos com a garota? Ela não tem mais nenhum parente ou conhecido próximo com quem possamos deixa-lá?
–Infelizmente não. Nenhuma das pessoas da vizinhança era muito próximo dos pais. Eles eram um casal reservado segundo testemunhas.
–Acho que teremos que deixá-la em um orfanato próximo. Mas, continuaremos com as interrogações por este mês.

Roger olha pelo vidro da parte superior da porta do escritório, e lá vê Lisa. Não consegue explicar o sentimento que teve ao ver a garota sentada sozinha com sua mochila de frente a mesa vazia. Com uma expressão cabisbaixa de tristeza.

Lisa, era uma criança de boa aparência.
Uma garota magra de cabelos ondulados, pele parda, olhos azuis com uma tonalidade meio turva, e com o tamanho um pouco a cima da média de outras meninas de sua idade. Olhar uma criança assim, muito nova sofrer, era algo de partir o coração.