Prólogo

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Não. Não. Não. O escuro, não. A escuridão sufocante, não. O saco plástico, não.
O pânico toma conta dela, tirando o ar de seus pulmões. Não consigo respirar.
Não consigo respirar. O gosto metálico do medo surge em sua garganta. Preciso
fazer isso. Eo único jeito. Fique parada. Fique quieta. Respire devagar. Respire
de leve. Como ele disse. Vai acabar logo. Vai acabar e então eu estarei livre.
Livre. Livre.

Vá. Agora. Corra. Corra. Corra. Vá. Ela corre depressa e com estorço, mas não
olha para trás. O medo a faz avançar enquanto ela desvia de alguns clientes
noturnos durante a tuga. A sorte está a seu lado: as portas automáticas estão
abertas. Ela passa voando por baixo das decorações natalinas espalhatatosas e
pela entrada do estacionamento. Corre sem parar. Entre os carros estacionados
e pela floresta. Corre por sua vida, seguindo um caminhozinho de terra entre
espinheiros, pequenos galhos atingindo seu rosto. Ela corre até seus pulmões
doerem. Vá. Vá. Vá. Não pare.

Frio. Frio. Muito frio. O cansaço turva sua mente. O cansaço e o frio. O vento
uiva por entre as árvores, por suas roupas, dentro de seus ossos. Ela se encolhe
sob um arbusto e com as mãos dormentes junta as folhas caídas, para criar um
ninho. Sono. Ela precisa dormir. Deita no chão duro e frio, cansada demais
para ter medo e cansada demais para chorar. As outras. Será que conseguiram
fugir? Ela fecha os olhos. Será que conseguiram escapar? Tomara que estejam
livres. Que estejam aquecidas.. Como é que tudo acabou assim?

Ela acorda. Está deitada entre latas de lixo, envolta em jornais e papelão.
Tremendo. Sente muito frio. Mas precisa seguir adiante. Tem um endereço.

Agradece ao Deus de sua avó pelo endereço. Com os dedos trêmulos, ela
desdobra o papel. E para onde precisa ir. Agora. Agora. Agora.

Um pé na frente do outro. Andar. E só o que pode fazer. Andar. Andar. Andar.
Dormir na soleira de uma porta. Acordar e andar. Andar. Ela bebe água da pia
do McDonald's. O cheiro da comida é tentado.

Está com frio. A fome corrói seu estômago. Ela anda e anda, seguindo o mapa.
Um mapa roubado. Roubado de uma loja. Uma loja com pisca-piscas e música
natalina. Ela segura o pedaço de papel com o pouco de força que Ihe resta. Está
gasto e rasgado por causa do tempo que passou escondido em sua bota.

Cansada. Tão cansada. Suja. "Tão suja, com frio e assustada. Aquele lugar é sua
única esperança. Ela ergue a māo trêmula e toca a campainha.

Magda estava esperando por ela. Sua mäe lhe escreveu explicando. Ela a recebe
de braços abertos. E então dá um passo apressado para trás, Minha noSsa. menina. O que aconteceu? Achei que vocé vinha na semana passada!

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Isso é apenas uma adaptação todos os direitos desse livro estão reservados autora original, EL james.

Mister | SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora