capítulo vinte e um, Viviane

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"A intensidade da decepção é proporcional a amizade, ao afeto, ao amor e ao carinho que você tem por quem lhe proporcionou tal dor"

Por Viviane Bellini

Um mês antes, Rússia.

Vou começar contando como me meti em um lamaçal sem fim, e de como passei a odiar e amar ao mesmo tempo meu Dom. Ser totalmente devota a uma pessoa da nisso, a
gente oferece a mão e quando se da conta já te levaram por inteira, pedacinho por pedacinho do seu corpo, é assim que acontece com o Heros, passo a minha vida inteira servindo a ele sendo leal, e na primeira oportunidade que ele tem, me manda para longe, sei que obedece-lo não passa apenas de
uma obrigação minha como filha da máfia, mas eu faço isso também por amor, e ele sempre soube disso, agora estou aqui a quilômetros de distância dele, sendo babá deste idiota.

Dominic é o tipo de irmão que não serve para nada só trás problemas, nunca gostei dele apenas o suporto para ficar perto do Heros. Era pra eu vigiar todos os passos do ser, e avisar ao Dom mas assim que cheguei aqui encontrei algumas conhecidas que logo me arrastaram para um bar, e assim colocarmos os papos em dia, o dia passou voando e eu não sei notícia alguma dele, me preocupo com o que Heros possa estar pensando com o nosso sumiço, já deve estar enlouquecendo por não ter notícias, vou a boate onde o idiota está, procuro por ele como se procura por uma agulha no palheiro, antes que consiga acha-lo sou achada primeiro e ai cai a ficha que o imbecil mal chegou e já nos colocou em merda, e olha nas mãos dos piores.


__Que ódio.
Dois caras cheios de músculos me agarram e me levam, eu me debato em vão, como sou tola, se Heros não der falta da gente o mais rápido possível, virá apenas buscar nossos corpos mortos. Por favor Heros, por favor. Peço e rogo para que venha.
Eles colocam um saco preto em minha cabeça e me jogam dentro de algum porta malas, como se eu fosse um monte de lixo, sem querer lágrimas
começam a escapar dos meus olhos, nem queria estar nessa merda de viajem e agora irei morrer.

Dois dias se passaram e nada do meu chefe aquele que eu tanto amo.
Ele não vem eu sei que não, mas por que? Será o que o Dominic fez de tão grave para que o próprio irmão não viesse o buscar? Ou será que já que
estamos separados Heros já veio buscá-lo e me deixou a própria sorte aqui. Não, não pode ser, ele não faria isso comigo.

Quatro dias se passaram pouco comi ou bebi, esse lugar é um verdadeiro inferno Esses caras me olham como se quisessem me devorar, mas parece que algo os impede por que os
conheço o suficiente para saber que se não fizeram ainda é por medo de alguém.

Eles vem me fazer perguntas mas como não os respondo me batem.
No quinto dia um homem misterioso apareceu e se aproximou o bastante da sela onde me colocaram, ele começa a dar gargalhadas zombando de mim.

O olho como se fosse matá-lo, e já teria conseguido se fosse mesmo possível.
- O que você quer. __Grito.
Ele não fala nada apenas ri.
- Você já parou para pensar em como a melhor amiga de um Dom tão poderoso como o Dom Heros é, está numa sela como essa sendo tratada como um cão, é hilário.
Mais gargalhadas.
- Do que está falando? Eu sei que ele não vai me deixar aqui.
Falo, mas sinceramente não tenho mas tanta fé assim.
- Fala serio, já foram cinco dias e onde ele está? Você sabe? Por que eu sei.
Fala com uma voz cheia de ódio.
- Onde?
Minha curiosidade fala mais alto mesmo achando ainda veemente que ele não me largaria aqui atoa.
- Ele esta mexendo no que não é dele, sabe. Eu vim aqui para fazermos um acordo.
- Acordo? Por que você acha que eu faria um acordo com você?
Ele rir mais e fala.
- Sabe, minha jovem, quando se é assim como você é por alguém, não que eu precisei falar e andar tanto por ai para saber do seu amor e devoção pelo seu Dom. A única coisa que faz a
gente deixar de amar uma pessoa é a decepção que ela mesma nos causa, e é por isso que você irá querer fazer um acordo comigo.

Será que ele está mentindo o que eu faço agora?
- Enquanto você está aqui neste lugar, Heros está com o meu mundo nas mãos, sabe e eu não gosto disso, ele matou meu filho e pegou uma coisinha minha, você deve presumir que essa coisa é mais importante para ele agora do que você não é.
- E o que eu tenho a ver com isto? Ou o que vou ganhar com isto.
- Se você garantir me ajudar a recuperar essa coisinha que falei, você pode conseguir aquilo que
sempre sonhou, ser a senhora dele, e olha vou te contar uma coisinha, ele é bem mas poderoso do que você, ao menos consegue imaginar quando eu
contar a você quem eu sou e quem ele é, você vai querer me ajudar sim, e claro irá sair daqui sem nenhum arranhão.

Ele passa as próximas horas me explicando tudo, e quando acaba não resta dúvidas eu fui deixada para
trás, e ele tinha razão a decepção era a única coisa capaz de me fazer odiá-lo, mas não tanto ao ponto de deixá-lo livre de mim, e de agora em diante ele
irá pagar por me deixar quando tudo que eu fiz foi ficar do seu lado.

Dias atuais.

Heros veio aqui me proibir de fazer meu trabalho, mas ao menos não me impediu de frequentar sua casa, quando cheguei e vi aquela aberração em sua casa, só ai a ficha caiu, só ai me dei conta de que realmente tinha sido trocada e a forma como tirou minhas unhas e me causou dor, só alimentou minha raiva mais e mais, e se ele acha que irá viver em
paz, ele não passa de um tolo.

Termino de me arrumar para ir em sua casa, aliás no que sobrou dela depois do ataque, bem que
aquela garota podia ter morrido no caminho mas infelizmente ainda está lá. Verifico se a carta está na bolsa, saio pego meu carro e dirijo até a sua casa, quando chego vejo que
realmente fizeram uma bagunça por aqui, tem homens trabalhando sem parar para reerguer a casa, passo por todos e vou direto para a sala onde
sei que eles ficam, mas não ha ninguém, olho pela janela e a vejo, o motivo de toda a minha desgraça
que vontade de matar eu mesma essa garota.

Eu sei que posso pagar caro muito caro pela traição, mas se eu conseguir fazer tudo direito posso passar
despercebida e enfim conseguir o que tanto almejo.

Vou andando pela casa até encontrar o quarto da filha de Felix, não a aberração que está lá fora, a
legítima, está na hora do bebê retornar para seu lar.
- Oi, você não me conhece mas eu conheço você, vou falar rápido pois não tenho muito tempo,__Seu pai disse que já está na hora de voltar para casa, pois sente saudades de seu bebê. __Ele mandou isso.
Pego a carta e a entrego.
- Caso não acredite em mim, ele está de olho em você, basta arrumar um jeito de escapar que ele irá pegá-la. E você precisa correr contra o tempo, se
quiser salvar a vida do seu pai, os D'Agostinos não brincam e por aquela garota irão fazer o que for
preciso. Corra contra o tempo, e volte para casa.

Não dou chance de ela falar para não pensar muito e duvidar de mim, deixo que leia e veja por si mesma que o velho a quer, garotinha inocente, não
vale nada para o velho, não passa de um fantoche e acha que com uma cartinha tem todo o amor do velho de volta, bom pelo menos ela também nutri os mesmos sentimentos que eu pela aberração lá fora.

Bom não tenho mas o que fazer neste covil, fiz o que tinha que fazer, agora é esperar e ver o que o "bebê" irá fazer, mal sabe ela que o velho que ela
tanto ama está colocando um alvo no meio de sua testa.

Entro no carro o ligo e vou aproveitar da melhor forma minhas tão adoradas férias.

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