Perdido em uma bolha de pensamentos em seu subconsciente, encontrou memórias que jamais poderia esquecer. Não são ao certo memórias, mas sim traumas que o marcaram e que assim o fez crescer.
Tarde fria de uma sexta-feira, comum pensamento frequente naquilo que não se deve pensar. E é assim que encontramos Alex, deitado em sua cama que tem uma visão periférica do céu, com seu telhado e uma pequena parte de vidro que o entrega essa vista.Alex sempre sofreu com diversos tipos de transtornos psicológicos, todos eles foram causados por problemas familiares e no colégio. Dar um fim em isso tudo sempre foi uma opção, mas a falta de coragem sempre foi frequente para o garoto. Por essa mesma razão, o que se passava pela cabeça do jovem agora, não era nada mais, nada menos, do que uma crise de ansiedade. Turbilhão de pensamentos que vieram à tona, mas o que prevalece agora é a imensa vontade de chorar, o sentimento de solidão agora presente o faz se desmanchar aos poucos.
O garoto congela ao ouvir passos pelo corredor, as lagrimas foram secadas no exato momento em que sua mãe bate na porta;
-Filho, o que você quer para o jantar hoje? - perguntou a mãe o encarando com uma feição preocupada- o que houve, Lex?
- Não é nada – respondeu o garoto com o rosto vermelho e os olhos inchados – estava apenas tirando um cochilo, não há com o que se preocupar. Eu não estou com muita fome, pode fazer o que quiser. Pergunte a Darcy, ela sabe do que eu gosto.
Darcy é sua irmã, uma jovem de quase 18 anos que ainda não saiu da casa de seus pais, o que é surpreendente, pois noventa por cento dos jovens dessa idade planejam sumir o mais rápido o possível. Ela é meiga e uma ótima companheira, o que espanta seu irmão pelo fato de ela ser diferente de seus pais, mesmo que seus traços físicos sejam semelhantes ao de sua mãe. Longos cabelos loiros com as pontas enroladas, belos olhos verdes e um rosto fino com traços delicados. A única característica forte de seu pai ali presente, era o seu nariz, que se parecia com o de seu irmão.
Seu quarto razoavelmente grande e aconchegante, apesar da falta de consideração de seus familiares, eles sempre deram a ele tudo o que o garoto quis. Se levantou de sua cama que ficava no canto esquerdo do quarto e foi em direção ao seu banheiro, tropeçando em algumas peças de roupas ali jogadas por ele.
A água fria da torneira escorrendo de seu rosto e indo em direção as suas costas, fazem com que se arrepie e busque da toalha de rosto ali ao seu lado pendurada. Seu banheiro é grande, o cheiro de seu perfume de baunilha favorito está sempre no ar. Em sua frente um espelho enorme, e ali começa a buscar suas imperfeições.
Alex é um belo garoto, seu rosto perfeitamente desenhado. Lábios finos e mandíbula marcada. Passa as mãos em seus cabelos negros fazendo com que eles se voltem para trás, para assim buscar por espinhas em sua testa, e isso realmente o incomoda. Ele não tem um defeito.O cheiro do jantar está no ar, e pensar que novamente terá que demonstrar algo que não está sentindo para seus pais, é frustrante.
Todos os dias as batalhas são constantes contra seus pensamentos, mas para todos ele é apenas mais um garoto como qualquer outro. Isso não significa que ele não seja, ele apenas perdeu a sua essência.
Alex desce as escadas encaracoladas rapidamente, dando de cara com toda a sua família sentada e pronta para o jantar. Seu pai não tem boa feição, com certeza deve ter tido outro dia estressante. Ele puxa sua cadeira se sentando em frente ao seu pai e ao lado de sua irmã, Darcy.
- Oi – disse Alex com um tom quase inaudível.
- Finalmente saiu do quarto, achei que fosse mofar lá dentro- disse seu pai com a boca cheia de ervilhas.
- É que ele sentiu fome, se não precisássemos comer, ele nunca sairia de lá – disse Darcy o encarando com face engraçada.
O silencio foi estabelecido. Por mais que Alex houvesse avisado a sua mãe para que perguntasse a sua irmã sobre o que ele gostava, parece que ela não o fez. Em seu prato purê de batatas sem sal, com ervilhas e arroz com linguiça. Alex detesta linguiça. Brincando com as ervilhas, recebe um mal olhado de seu pai, o que faz com que ele erga sua postura, assim, encarando o seu pai.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A luz da minha escuridão
RomancePode até ser conhecido por aquilo que chamam de clichê, mas não se trata apenas sobre um romance qualquer da adolescência, e sim sobre verdadeiramente aprender a Amar. Fatos que te levam a querer ficar cada vez mais próximo dessa história de amor, q...