A garota que queria contar histórias

O Fim da história

Nota do autor: Olá meus caros amigos! Acho que já posso chama-los de amigos se vocês chegaram até aqui. Não sabem o quanto foi importante essa história para a minha vida. Cada vez mais eu sonho com poder escrever minhas histórias, e dado ao capítulo que temos hoje, essa frase é bem condizente. Chegamos finalmente ao último capítulo, eu estou alguns meses atrasado, é verdade, mas é realizador finalmente acabar isso. Nos encontramos no fim, com meus últimos comentários, por agora, aproveitem o capítulo.

"Três anos se passaram desde o dia que mundo parou por causa de Rachel Grace. Contudo, antes de factualmente começar minha análise, como sei que alguns de vocês que leem vivem amarrados em uma caverna sem nenhum tipo de contato mínimo com o mundo exterior, e talvez não saibam do que eu estou falando, aqui vai o contexto de tudo que aconteceu, no que provavelmente foi o evento mais caótico no mundo da quinta arte:

Tudo começou com a polêmica envolvendo uma das maiores corporações do ramo literário, a até então famosa L.D.M Magazine, e um de seus na época Editores, Carlos David Valdez. Segundo as fontes da época, a L.D.M recebera uma carta de Rachel Grace, solicitando uma entrevista para anunciar seu último livro. Dada a quantidade absurda de pessoas com tempo livre em demasia que tentaram assumir a alcunha de Rachel ao longo de quinze anos, era de se esperar que tal carta não seria verídica, e por tanto, não houve muita atenção dedicada ao caso, exceto pelo editor Carlos, que resolveu se arriscar nessa duvidosa aventura.

E qual não foi a surpresa da L.D.M quando Carlos, três dias mais tarde, chegaria com uma das mais fantasiosas e incríveis histórias envolvendo a escritora mais enigmática do mundo. A história de uma garota que morreu com cinco anos e passara toda a sua vida como espírito, passando por todas as mais fascinantes e inimagináveis situações, na qual está inclusa uma pandemia que destruiu toda a vida na terra, parecia por si só nada crível, o que de maneira alguma melhorou ao colocar o maior temor humano e efetivamente a única certeza que teremos, a morte, como personagem.

Desejo expor claramente, que apesar de minhas ferrenhas críticas ao trabalho da L.D.M ao longo desses anos, não ouso culpa-la. Tudo parecia não ter saído da cabeça de uma jovem sonhadora de quinze anos, o que não se mostrou o caso, já que supostamente uma das mentes mais inventivas e maravilhosas de nosso século, possuía a idade de quinze anos de carreira, e teria na realidade, pasmem, apenas vinte anos.

Oh, o mundo e suas loucuras, não é mesmo? Carlos Valdez jurou, no entanto, que aquele material era verdadeiro, e que tudo aquilo precisava ser publicado. A L.D.M obviamente recusou-se, e Carlos, num ato de bravura ou insanidade, se demitiu da empresa. Alguns meses depois, Carlos Valdez abriria sua própria revista literária, intitulada "Fabula", e publicaria, de modo próprio, o artigo intitulado "A garota que queria contar história", uma análise sobre a vida e obra de Rachel Grace, que ficou rapidamente conhecida como uma das mais malucas e brilhantes histórias de fantasia, apesar de inicialmente se propor a ser algo real.

Contudo, foi nesse momento que a história começou a ficar interessante. O artigo de Valdez ganhou alta repercussão quando a editora Black Star, responsável pelos livros de Rachel Grace, confirmou que a autora realmente tinha apenas vinte anos, e que sim começara a escrever com cinco anos de fato. A confirmação oficial da editora, após longos quinze anos sem nenhuma menção sobre a vida pessoal de Rachel Grace, trouxe visibilidade mundial ao artigo inaugural de "Fabula", com certeza confirmando como um dos acertos mais maravilhosos do ramo. Tal sucesso pareceu incomodar a L.D.M, que num dos atos mais risíveis da história, processou Valdez por ter conseguido a entrevista em nome da L.D.M, virando motivo, com irônica razão, de piada em todo meio.

Após isso, foi plantada no coração de todos as dúvidas acerca do caso. Muitos alegam ainda hodiernamente que Carlos é apenas um louco, e que seu artigo deveria ser interpretado apenas como uma história. Outros porém, creem fielmente, alegando sentir em seus corações que todas as palavras de Carlos são verdade, que é possível alegar isso com toda certeza após ler apenas uma obra de Rachel.