Prólogo

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Nesse exato momento, eu me encontro em um hospital. Sentado em um banco da UTI, consigo sentir a frieza que esse lugar possui. E é nesse instante que você se pergunta o que eu estou fazendo aqui. Eu te respondo:  minha mãe sofre com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) em fase avançada. Sinceramente, eu não acho que tenho mais esperanças. Na verdade ninguém que está aqui nesse setor tem. A doença já está muito avançada, já é a quarta vez nessa semana em que me encontro aqui. Espere um minuto, alguém está se aproximando...

- Olá, você é o Bruno? - diz a enfermeira, com um sorriso qualificador.

- Sim, sou eu. - diz Bruno, com um sorriso de conformidade.

- Trago notícias sobre sua mãe, infelizmente seu estado não é bom. Sendo sincera com você... não sei por quanto tempo ela permanecerá viva.

Essas palavras me atingiram como uma faca entrando em meu coração. A realidade é que eu não estou pronto para perder alguém tão importante, eu tenho 17 anos e faltam poucos dias para o fim do ensino médio. Estou naquele momento onde eu preciso tomar uma decisão sobre o que vou fazer pelo resto da minha vida, talvez eu serei um médico, advogado, ou qualquer coisa do tipo. Isso me assusta um pouco. Como vou tomar uma decisão tão importante sem minha mãe por perto?

O amor é algo complicado, existem diversos tipos de amores. O amor de mãe, um compromisso eterno, um esforço que transcende a capacidade humana. É algo que você não consegue explicar o motivo, é incondicional. Também existe o amor romântico. Bem meu caro leitor, eu não conheço esse. Dizem que quando você encontra o amor da sua vida, uma pessoa em que você sente algo somente ao cruzar os olhares e seu coração palpita somente por estar próximo a ela, provavelmente é o amor da sua vida. Pois é, acho que devo parar de ler os livros do Nicholas Sparks.

Você quer saber sobre minha vida amorosa? Não tem nada demais. Vivemos em uma época onde o amor está morto, tudo se baseia apenas na atração física. Eu acho lindo a teoria em de que duas pessoas que não se conhecem um dia vão se encontrar, vão ser amar, viver uma vida de conquistas e sonhos em conjunto. Uma pena que os livros de romance não se encaixam nos dias de hoje. Voltando a falar da minha vida amorosa, algumas meninas vieram falar comigo na escola, eu nunca "dei bola" para nenhuma delas, a culpa não é minha se elas queriam apenas uma "ficada".

A falta da minha mãe que é minha melhor amiga vem me trazendo problemas em casa. Meu pai passa a maior parte do tempo no hospital com ela. O sentimento de solidão é horrível. Por isso, procurei refúgio em um daqueles aplicativos de conversa. Conheci muitas pessoas. Todos os dias eu converso com uma garota chamada Amira, confesso que ela é bem interessante. Uma garota inteligente, simpática e temos muitas coisas em comum... até mora em uma cidade ao lado, vem me ajudando muito nessas últimas semanas que estão sendo bem difíceis.

Mas isso não importa, tenho muitas outras coisas para me preocupar agora. Tenho as últimas provas da escola, preciso pensar sobre meu futuro,  minha mãe está no hospital com poucas chances de vida. Com certeza um romance agora não está na lista.

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