Capítulo 12

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Arabella

Segui em frente em relação ao acontecimento de ontem. Pansy recuperou pouco depois e não falou nem olhou para mim pelo resto do dia. Senti-me um pouco culpada e aborrecida comigo mesma por descer àquele nível, mas ela continuou a provocar-me e já devia esperar isto.

"Arabella, sábado de manhã encontra-me no pátio e levo-te a Hogsmeade.", Harry sussurrou na minha frente.

Eu assenti e continuei a escrever a minha carta para a Fawn. Ela escreveu-me a dizer que estava a ter problemas com as raparigas mais velhas e que queria ir embora. Eu não a podia deixar ir embora, ela precisava de ficar e manter a sua posição.

"Para a minha querida Fefe.

Eu sei que é difícil estar sozinha, deves saber que eu estou sempre contigo, mesmo que não seja físico. Tu és forte e melhor que elas, não as deixes meterem-se no teu caminho. Fica em Beauxbatons e falaremos disso durante o Natal. Adoro-te.

Da tua favorita/única irmã

Bell"

Assinei a minha carta e fechei-a, estava pronta para a coruja a levar.

"O que vais fazer no Natal, Arabella?", Ron perguntou-me.

"Vou voltar para casa, passar tempo com a minha irmã."

"Que bom, se quiseres podes passar o Ano Novo connosco, nós vamos fazer uma grande festa.", Ron riu enquanto dava cotovelados ao Harry.

"Parece-me bem."

Continuei com os meus estudos. Vi Draco entrar na biblioteca e olhar em volta. Harry e Ron tomaram isso como a dica para saírem assim que viram Draco abanar a cabeça. Disseram adeus e deixaram-me.

Draco revirou os olhos e sentou-se à minha frente. Olhámos um para o outro em silêncio até que ele tossiu.

"Estás bem Be-Arabella?"

"Estou bem, Draco. Porquê que perguntas?

"Foda-se, é assim tão difícil responder a uma pergunta sem teres de perguntar outra.", suspirou alto.

"Bem, talvez se não me tivesses humilhado em frente a todos, eu não questionaria a tua sinceridade."

Draco demorou uns segundos para responder.

"Se não estivesses com aqueles sangues-ruins talvez eu não tinha dito merda."

Ele não podia estar a falar a sério. "Draco, não vou discutir contigo, com quem ando não é do teu interesse."

Ele pensou por um segundo e sorriu, "Tens razão, não é.", ele levantou-se, "Para que conste, desculpa por ter dito o que se passava entre nós – mas não pelo resto."

Abanei a cabeça e ele saiu da biblioteca. Depois de mais algumas horas de estudo voltei para o meu quarto.

"Não Astoria, eu não gosto dele.", disse-lhe pela centésima vez.

Estávamos sentadas na sua cama, certificámo-nos de trancar a porta para que a Pansy não entrasse.

"Sim, tu gostas Arabella, e não faz mal nenhum."

"Depois de tudo o que ele me fez, como é que podia?"

"Eu percebo isso, mas não podes controlar o que sentes."

"Mesmo depois de ele ter estado com a Pansy depois de ter estado comigo?", disse-lhe com frustração na minha voz.

Ela abriu ainda mais os olhos e colocou as suas mãos sobre a sua boca, em choque.

"Não foi o Draco."

"A Pansy só quer o Draco, nunca ia deixar que outro rapaz lhe tocasse."

"Exato."

Ela mexeu as sobrancelhas, esperando que eu percebesse.

"Não pode, é impossível."

Astoria mexeu a cabeça, "Eu vi-a a sair do balneário das raparigas de Quidditch, atordoada. A Pansy não joga quidditch, Arabella."

"Porquê que ela é tão obcecada pelo Draco?", isto era demasiado confuso para mim.

"Por causa dos seus pais, claro, essa é a única razão possível." Astoria gargalhou, "Por isso é que ela fingiu que era o Draco, ela sabia que não ias falar com ele depois, é uma cabra."

"Concordo."

Comecei a perceber porquê que o Draco ficou confuso por o ter ignorado. Talvez eu deveria tê-lo confrontado sobre o que aconteceu e tinha sido tudo resolvido – sou tão estúpida.

"De qualquer das maneiras, já chega de falar dela, ajuda-me a escolher uma roupa para amanhã."

Astoria atirava a sua roupa para todo o lado à procura da roupa perfeita para o seu encontro de amanhã. Depois de uma hora a procurar, encontrou a perfeita. "Lindo", disse enquanto segurava a sweat preta.

"Gostas, Arabella?"

"Vai ficar perfeita em ti."

Fui destrancar a porta, não podíamos deixar a Pansy fora por muito tempo, infelizmente. Destranquei a porta e abri-a para ver se ela estava lá fora a ouvir a conversa, já que estava na sua natureza.

Ouvi um barulho forte, Astoria olhou-me como se a questionar, pegando na sua varinha. Fiz-lhe sinal para que ficasse calada e ficasse no quarto enquanto eu ia descobrir o que era o barulho.

Caminhei pelo corredor e ouvi outro barulho a vir do quarto do Draco. Respirei fundo e caminhei até lá. Bati duas vezes e pus a minha orelha contra a porta. Ouvi alguns barulhos, mas nenhuma resposta. Bati mais umas vezes e não ouvi nada então, ouvi o meu instinto e entrei no quarto.

"Estás bem?", sussurrei.

Draco estava sentado na ponta da sua cama, com a cabeça nas mãos e com o cabelo despenteado.

"Estou bem.", resmungou.

Fechei a porta atrás de mim e caminhei até ele. Engasguei-me quando vi os seus nós dos dedos cobertos em sangue, havia uma leve amolgadela na parede e, ao juntar dois e dois, percebi que ele tinha batido na parede.

"Sai daqui Arabella, estou bem."

"Tu não estás bem, Draco."

Ajoelhei-me na sua frente à procura de algum tipo de vida nos seus olhos, eles estavam escuros e ele estava zangado. Não me respondeu, mesmo depois de eu remover as suas mãos da sua cabeça e examinar os seus nós.

"O que aconteceu?", perguntei, olhando-o.

"Tu consegues ver as marcas de sangue na parede, porquê que estás a ser parva."

Ele estava a ser um bastardo. Ignorei o seu comentário e fui até à sua casa de banho, peguei numa toalha e molhei-a um pouco.

"Aqui, deixa-me ajudar-te."

"És tão estúpida, Arabella.", sussurrou. Onde é que já tinha ouvido isto? Tentei relembrar-me quando é que ele tinha dito esta mesma frase, mas não consegui. Agarrei a sua mão e, gentilmente, limpei o sangue. Ele resmungou, mas deixou-me continuar observando cada movimento meu.

"Não está partido."

"O quê?", respondeu-me.

Não sabia o que é que ele estava a pensar.

"A tua mão – a tua mão não está partida, Draco"

Limpei o resto do seu sangue, nenhuma palavra tinha sido dita depois disso.

"Aqui, já deve estar melhor.", olhei para ele e ele observou-me.

Olhei em volta para ver se encontrava alguma pista do que se tinha passado. Tudo o que vi foi uma carta embrulhada, no chão, ele notou que a olhava.

"Podes ir embora agora.", disse sem rodeios, olhando para as suas mãos.

"Dra-"

"Eu disse para ires, o que é que não consegues perceber?"

Abanei a cabeça, deixando cair a toalha ao lado da sua cama e saí.

Bare - Draco Malfoy (TRADUÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora