🌊 Yuna 🌊
Dias depois
Iríamos eu e minha mãe a praia
Já havia me arrumado, estamos no carro a caminho do chalé, o céu estava nublado, há dias que o céu está assim, mas não tinha me preocupado tanto assim.Nosso chalé alugado ficava na margem sul, lá na ponta de Long Island. Era uma pequena cabana de cor clara com cortinas desbotadas, quase enterrada nas dunas. Havia sempre areia nos lençóis e aranhas nos armários, e na maior parte do tempo o mar estava gelado demais para nadar.
Eu adorava o lugar.
Íamos lá desde que eu era bebê. Minha mãe ia ainda havia mais tempo. Ela nunca disse exatamente, mas eu sabia por que a praia era especial. Era o lugar onde conhecera meu pai.Chegamos lá ao pôr do sol, abrimos todas as janelas do chalé e passamos por nossa rotina de limpeza. Caminhamos pela praia, demos salgadinhos de milho às gaivotas e mascamos jujubas azuis, caramelos azuis e todas as outras amostras grátis que minha mãe levara do trabalho.
Acho que eu deveria explicar a comida azul.Veja bem, Gean uma vez disse à minha mãe que isso não existia. Eles tiveram uma discussão, que pareceu uma coisinha de nada na época. Mas, desde então, minha mãe fez tudo o que era possível comer em azul. Ela assava bolos de aniversários azuis. Batia vitaminas com mirtilos azuis. Comprava tortilhas de milho azul e levava para casa balas azuis da loja. Isso - junto com o fato de conservar o nome de solteira, Shin, em vez de se chamar Sra. Costello - era prova de que ela não tinha sido totalmente domada por Gabe. Tinha uma inclinação para rebeldia, como eu.
Quando escureceu, acendemos uma fogueira. Assamos o cachorro-quente e marshmallows. Minha mãe contou histórias sobre quando ela era criança, antes de os pais morrerem no acidente de avião. Contou-me sobre os livros que queria escrever um dia, quando tivesse dinheiro suficiente para largar a doceria.
Finalmente, reuni coragem para perguntar sobre o que sempre me vinha à cabeça quando íamos a Montauk - meu pai. Os olhos dela ficaram cheios d'água. Imaginei que iria me contar as mesmas coisas de sempre, mas nunca me cansava de ouvi-las.- Ele era gentil, Yuna - disse ela, com os olhos brilhando. - Alto, bonito e forte. Mas gentil também. Vc puxou a personalidade dele.
Mamãe pegou uma jujuba azul do saco de doces.
- Gostaria que ele pudesse vê-la, Yuna. Ficaria muito orgulhoso.
Eu me perguntei como ela podia dizer aquilo. O que havia de tão bom a meu respeito? Uma menina disléxica, hiperativa, com um boletim D+, expulsa da escola pela décima terceira vez em 12 anos.
- Que idade eu tinha? - perguntei. - Quer dizer... quando ele se foi?
Ela olhou para as chamas.
- Ele só ficou comigo por um verão, querida. Bem aqui nesta praia. Neste chalé.
- Mas... ele me conheceu quando eu era bebê?
- Não, meu bem. Ele sabia que eu estava esperando um bebê, mas nunca a viu. Teve de partir antes de você nascer.
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Acampamento Meio-sangue
FantasyLeia e irá saber do que se trata Isso aqui é inspirado em Percy Jackson: O ladrão de raios, alguns capítulos são adaptados e outros são criados pela minha imaginação, créditos ao Rick Riordan por criar essa obra de arte.