04: A levada de um samba dos anos 90

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Assim que Subin retornou da casa dos pais e descobriu que Sejun estava sobrevivendo de congelados durante os dias em que esteve distante, estabeleceu que no sábado seguinte estariam indo juntos a feira semanal que se acomodava em uma praça do bairro para reabastecer a geladeira com comidas saudáveis.

Mesmo quando Sejun tentou fugir da bronca, abraçando com força enquanto explicava que estava comprando apenas congelados dentro do prazo de validade com legumes - lê-se ervilhas e batatas com gosto de massa de trigo e água -, ou tortas de queijo com quinoa e espinafre, o Jung não deixou de usar o discurso que sempre ouvia da mãe.

Então, quando o dia em questão chegou Subin levantou no primeiro toque do despertador e ameaçou o Lim até que ele estivesse no banho, acordado e disposto a caminhar carregando sacolas de verduras.

No início das compras, Sejun caminhava lentamente mantendo-se alguns passos atrás de Subin para evitar que caminhando ao seu lado esbarrasse nas pessoas que transitavam para lá e para cá no corredor estreito entre as barracas. Mas, isso não o impediu de ser usado por Subin para carregar duas sacolas reutilizáveis cheias de alimentos com longas folhas de alface e talos de cebolinhas verdes pendendo para fora.

- Subinnie! - Sejun choramingou enquanto o mais novo se inclinava sobre os peixes frescos buscando um em específico.

Mantendo as mãos apoiadas no tampo onde estavam os peixes, Subin virou para que o namorado pudesse ver que estava ouvindo.

- Meus braços estão cansados. - Reclamou balançando as sacolas nas mãos. - Não acha que já temos o suficiente?

- Não. - Negou voltando-se para os pescados, apontando um de tamanho médio que o vendedor agarrou para embalar. - Pensei que a academia servia para deixar seus braços mais resistentes, e não apenas para deixá-los inchados.

- Ya! - Bradou ofendido. - Meus braços não estão inchados, eu trabalhei duro para eles ficarem assim.

Subin sorriu para o vendedor após pagá-lo, aproximando-se de Sejun para largar o peixe na sacola.

- Então eles deveriam ao menos servir para carregar algumas sacolas, não? - Indagou sorrindo ultrajante no mesmo momento em que arqueava as sobrancelhas em divertimento.

Antes mesmo que Sejun pudesse, mais uma vez, reclamar do tratamento cítrico que vinha recebendo apenas por ser um pouco descuidado, Subin seguiu abrindo caminho facilmente com os olhos afiados varrendo as barracas em busca de algo que pudesse interessá-lo.

A visão de Subin saltitando sobre os tênis brancos para enxergar acima das cabeças que estavam pelo caminho o conteúdo de certos pontos, com a bolsa transversal preta balançando na altura do quadril e o moletom amarelo folgado no tronco magro engolindo-o da ponta dos dedos das mãos até o meio das coxas era, no mínimo, fofa, e Sejun não resistia aos risos ternos que escapavam junto aos suspiros do coração palpitante já cansado de vê-lo se derreter por cada detalhezinho do Jung.

Subin não costumava usar muitos acessórios além dos inseparáveis pares brincos em formato de animais que Seungwoo - um amigo-quase-irmão - havia lhe dado em seu último aniversário. Normalmente, pulseiras escorrendo em seu pulso causavam certo desconforto e o colar gélido roçando ao redor do pescoço deixava-o agoniado, então evitava ao máximo qualquer acessório. No entanto, ver todas aquelas peças brilhantes e coloridas sobre um tecido escuro e aparentemente macio fez com que ele se aproximasse da barraca, curioso diante da grande variedade de brincos, pulseiras e colares.

Diferente de Sejun que mantinha o queixo erguido e o cenho franzido enquanto apertava os olhos para enxergar o que acontecia mais a frente, especificamente em um canto da praça em que uma quantidade considerável de pessoas se aglomeravam rapidamente.

Você é mais bonito que... - VICTON | SEBINOnde histórias criam vida. Descubra agora