Um por um

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Foram dois estalos e um grito. Um veio da minha aparatação no jardim Malfoy, seguido do segundo estalo, o da porta principal se abrindo com tudo e Draco saindo de lá de dentro nervoso. O grito veio da garganta da sua mãe, Narcisa.

- DRACO, NÃO – ela gritou e o garoto ignorou.

Ele estava furioso, seu cabelo loiro despenteado – creio de tanto passar a mão ansioso pela minha volta- suas bochechas estavam vermelhas de nervoso.

- Você é louca, Eleanor? – ele disse quase em um grito quando chegou perto o bastante de mim – Você poderia ter morrido!

Outros estalos começaram a surgir, outros comensais aparatando de volta a mansão.

- Eu estou bem-disse tentando me desvencilhar de Draco – Não aconteceu nada!

- Mas poderia ter acontecido, que porra é essa Eleanor? Ele grita e você vai atrás? – ele estava indignado

- Eu não vou discutir isso com você novamente, Draco.

Algumas semanas atrás, quando Malfoy descobriu que Ethan ainda passeava nos meus pensamentos nós brigamos. Ele achava que eu deveria controlar meus pensamentos para que não fossem uma porta aberta para Ethan, como se fosse fácil assim. Draco não entendia que eu tentava a todo segundo fechar a minha mente, mas era exaustivo e muitas vezes inutil.

Eu tinha aprendido a lidar com isso a meses. Ethan sabia anos.

- Deve ser porque você o ama ainda, não é isso Eleanor? – ele disse em um tom severo – É por isso que você o deixa entrar, é por isso que você foi atrás dele e por tudo isso. Ele pode ter te enfeitiçado, mas você sabe que isso é muito maior do que um simples feitiço.

- Draco, eu... – antes de conseguir terminar de falar Voldemort surgiu no meio dos comensais que se aglomeravam tentando curar seus ferimentos e curar os danos.

Sua roupa tinha vários buracos, creio que do enrosque que Lorde das Trevas teve com os fios a minutos atrás.

Naguini saiu de dentro da casa e juntou-se ao seu mestre.

- Milorde – Bellatrix disse saindo do meio dos comensais – O senhor está...

Ele estendeu a mão para a bruxa, que automaticamente se encolheu como um gato.

- Sua varinha – ele disse nervoso – Sua bruxa infeliz.

Ainda encolhida, Bellatrix se aproximou e estendeu a varinha. Voldemort girou a varinha nos dedos e disse:

- As vezes acho que eu falo em runa com alguns – ele andava pelo mar de comensais que se abria para a passagem do bruxo – Qual parte da frase o Potter é meu, vocês não entenderam? Harry Potter saiu ileso hoje por culpa de alguem, alguem que está aqui! Um feitiço lançado em Potter o preveniu de morrer hoje.

Gelei.

Ele sabia que minha perseguição a Ethan atrapalhava o plano triunfal para matar Potter.

- Não é mesmo, Windsor? – Lorde das Trevas parou na frente de meu pai

- Mi. Milorde? – meu pai disse com a voz tremula

- Mi,Mi,Milorde? – ele debochou – Acho que suas férias em Askaban não o ajudaram a mostrar quem é a sua real lealdade, não é mesmo?

- Perdão Milorde, eu não entendo oqu..

- Pois além de traidor é sonso – Voldemort disse com uma risada pelo nariz e um bruxo o imitou, mas logo foi calado quando o olhar severo de Voldemort o encontrou – Queridos presentes, vou explicar oque aconteceu. Esse bruxo aqui lançou um feitiço de proteção em direção a Potter e creio que não seja eu quem ele queira proteger, do mesmo jeito que foi ele que não concordou com nosso plano. Acho que temos aqui um traídor.

- Milorde, eu não sou um traídor. Estava tentando proteger a minha garota, ali ela – ele apontou para mim – Ellie. Elleanor. Ela não deveria estar lá, eu tentei alcança-la com o feitiço e não Potter. Eu juro Milorde.

Voldemort seguiu o olhar para onde o dedo do meu pai que apontava diretamente a minha cabeça, eu continuava ali, imóvel

- Então você está querendo me dizer que não confia sua filha ao movimento? Que mesmo tendo entregue ela para nós você acha que a vida dela vale tanto para que Potter seja protegido?

- Eleanor é só uma criança – ele tentou argumentar – Assim como Draco, do mesmo jeito que Narcisa tentou proteger seu filho eu tentei proteger a minha.

Pela primeira vez, meu pai, usava palavras e atitudes que colocariam a segurança dele em segundo plano, pela primeira vez ele tentava me proteger.

- Narcisa? – Voldemort se virou para bruxa – Você poderia me explicar oque esse homem está querendo dizer? Você fez algo que pudesse atrapalhar meu plano para a queda do velhote? – ele disse se referindo a Dumbledore.

- Não, Milorde. Eu não fiz nada – a bruxa mentira, no verão passado fizera um voto perpetuo com Snape para proteger Draco a todo custo, isso resultará porque Snape matará o diretor e não Draco.

- Previsível. Draco não matou Dumbledore por incompetência, não por falha ou impertinência de sua mãe. Ela não atrapalhou o plano, diferente de você Robert – Lorde das Trevas disse girando a varinha de Bellatriz nos dedos – Como sou soberano, o condeno como traídor. Qual penas damos aos traidores? Zaciol? – o bruxo disse se referindo a um homem alto demais com várias manchas em seu rosto.

- Expulsão? – ele disse inseguro.

- Certo, expulsão – Voldermort concordará com a cabeça – Mas como eu sou a lei aqui eu o expulso desse mundo, Windsor. Suas chances de provar sua lealdade já acabaram

Meu coração parou. Eu sabia o que ia acontecer.

-AVADA KEDRAVA – o jato verde saiu da varinha saiu junto com o grito do Lorde.

- Sinto muito, Ellie – meu pai sibilou antes de ser atingido pelo raio verde e cair no chão duro. E morto.

Como se tivesse se dado por satisfeito, o Lorde olhou o corpo no chão e passou por cima junto de Naguini. Foi como se ali não fosse ninguem.

- Agora você, Eleanor – ele disse tão próximo que conseguia sentir seu hálito gelado bater em minha bochecha – Você é traidora como seu pai ou fraca como sua mãe?

- Ela estava sob meus cuidados, Mi Lorde – Narcisa disse – Tenho certeza que a garota não o traiu e não o trairá. Desde a queda de Dumbledore ela está aqui comigo, em minha casa.

- Vivendo no mesmo teto que Malfoy? Hm – ele disse como se por trás disso tivesse algo obvio – Creio que tenha famílias que não concordem com isso – sua mão foi no meu rosto, segurou com tanta força que sua unha quase cravou em minha bochecha – Espero que a senhorita honre a marca que carrega em seu braço, eu não dou segunda chance a ninguem. Pense bem antes de qualquer ação, ao menos se quiser acabar como ele – ele disse olhando por cima do ombro para meu pai.

- Minha lealdade é sua, Milorde – disse com dificuldade já que meu rosto estava sendo segurado.

Se ele tivesse sobrancelhas, juraria que ele tinha as arqueado satisfeito.

- Nossa nova era é assim – ele disse soltando meu rosto e se virando – Um por um irá cair que estiver contra mim.

Os comensais estavam parados, no mesmo lugar, imóveis de medo e pavor.

- Andem, o show acabou – ele disse com um gesto e foi substituito por uma névoa preta, os bruxos que se aglomeravam no jardim começaram a desaparatar para longe.

Todos foram ou saíram dali até que só sobrará eu, Draco e sua mãe.

- Não ouse sair da linha, Eleanor – Narcisa disse severa – Arrisquei minha família para te proteger. Fiz isso por amor a meu filho, que sei que te ama. E como um favor a sua mãe, que um dia foi uma grande amiga minha. Espero que você não os traia e acabe com tudo.

Concordei com a cabeça.

- Vá tomar um banho e jogue essa roupa no lixo. Amanhã vamos no beco diagonal comprar os livros para o ano que vem. Não vou deixar vocês dois conviverem com o pessoal que anda frequentando essa casa. 

Fine Line - O outro lado de Hogwarts || DRACO MALFOY ||Onde histórias criam vida. Descubra agora