Capítulo 16

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Veronica

Entrei na casa, conscientemente sabendo os fatores a seguir. O repórter contratado, estava em pé, ao lado da poltrona, no meio do imóvel. Ele trajava camisa branca manga com botões cor azul marinho claro. Cabelos castanhos alinhados pro lado, e ar de formalidade.

Ando até ele. Agiríamos como dois desconhecidos, mesmo ambos sabendo que tudo não passava de performance. Teríamos que encenar, há uma câmera equipada, em sua mão, ele está trajado como entrevistador.

- Olá, Veronica Lodge. Me chamo Antônio Martins, sou repórter convocado para entrevistá-la.

- Prazer, Antônio. Quando iniciamos a entrevista?

Soei simpática, embora tendo em mente que o suspeito aparecerá a qualquer momento. Apesar disso agimos como se fosse um dia normal, Antônio me recepciona para sentar-me no sofá, reclinado na frente do lado esquerdo da poltrona.

Quando nos acomodamos. Antônio apoia a câmera no tripé, em nossa frente. Olho para o equipamento, ele não iniciou a gravação, e sinaliza um sinal discreto para mim.

- Você já sabe, agia naturalmente.

Assinto, e Antônio inicia a gravação. Ele se posiciona e foca-se fixamente em mim. Estou de pernas cruzadas, curvada para frente, e os braços suspendidos nos meus joelhos. Não estou com medo, nem apavorada com que acontecerá.

Estou satisfeita, e ansiosa para o suspeito entrar. E eu da cabo no serviço.

- Então, estamos aqui, com Veronica Lodge. A estrela pop, que foi vítima de tentativa de sequestro. E o assassinato da sua mãe Hermione Lodge. Veronica, conte-nos, como foi pra você ver sua mãe morta na sua frente?

Eu sabia que essa pergunta rolaria. Porém é impactante, delicado tocar no assunto.

- Tenso. Doloroso e surreal - respondo controlando minhas emoções afloradas - Horrível, você ver a pessoa que te colocou no mundo, morto na sua frente. Minha mãe, me ajudou tanto, ela foi minha inspiração, para lutar pelo meu sonho. Minha carreira realizada, eu dou graças a ela. E a forma que ela se foi, é inaceitável e cruel.

- Você desconfia de alguém?

- Não. Eu não sei quem pretenderia armar, uma atrocidade dessas. Não falo apenas pela minha perseguição, por matar minha mãe. E tentar sabotar para o meu pai. O suspeito está fazendo o possível e o impossível, para me atormentar. Eu não sei quem é, mas se eu descobri, ele terá muita explicação a dar-me.

- E se for um conhecido? Alguém próximo a você, essa pessoa que teve a frieza de assassinar sua mãe, e está aterrorizando seus familiares? E se for alguém que tem vínculos com você? Como você reagiria?

- Decepcionada, traída. E ferida, seria um grande golpe - falei vincando - Porque quero acreditar que seja um desconhecido. Não suportaria saber que seria alguém próximo, porque se for o caso. Essa pessoa é bem pior do que eu pensava, não tem sentimentos, é frívolo, ardiloso é monstro. Só um monstro cruel, capaz de fazer o que ele fez.

- Entendo. Veronica...

Antes que ele continue, ouvimos um barulho. Um alerta, Antônio olha atento para mim, ele sinaliza para que eu fique sentada onde estou. E Antônio, se levanta sorrateiramente. Movo-me, grudando em minha bolsa, onde está a arma. Só pode ser o suspeito, ele já está aqui.

Passos permeiam no andar de cima. Barulhos de algo se movendo, fico em alerta. Antônio, se afasta, subindo para o andar de cima, olho de esgueira para ver se ele irá retornar. Porém ele não volta, e eu aproveito para abrir minha bolsa, e retirar o revólver, que está embolado num pano velho.

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