Aqueles dias cinzas não passavam nunca, era tudo escuro e sem graça. Não via as cores do jeito que eram, elas pareciam brincar consigo, todas pareciam iguais, mudavam apenas os tons de preto e branco. Totalmente sem graça. Pareciam combinar consigo na verdade, tristes e apagadas. O mundo estava mesmo contra si.
De longe via os amigos felizes se divertindo no grande campo florido. As flores eram cheirosas, mas não tinham cor alguma. Do que adiatava serem tão atrativas aos olhos alheios por suas cores vibrantes, e aos seus olhos serem tão sem vida? Jisung e Hyunjin pegavam alguns lírios azuis. Brancos aos olhos de Christopher, que não sabia a verdadeira cor daquelas flores. Os garotos faziam um pequeno buquê com os diferentes tipos de plantinhas que conseguiam encontrar.
– Vai ficar sentado sem fazer nada Chan hyung? - o loirinho perguntou ao moreno se aproximando dele.
– Jisung, não vou perder tempo pegando essas flores para depois assistir murcharem. Não faz sentindo.
O garoto disse sem ânimo algum recebendo olhares sérios dos jovens à sua frente.
– Pare de ser pessimista. Lhe trouxemos para o chalé da minha avó com esperança que você fosse aproveitar esse tempo descansando e apreciando a natureza, mas você só vê o lado ruim das coisas. – Hyunjin se aborreceu com o moreno sentado na grama verde e alta daquele campo.
– Não sou pessimista. Só não é interessante aproveitar os lugares como se estivesse em um filme antigo. Enxergar tudo preto e branco não é bonito Hyunjin, é triste e sem graça.
– Se continuar assim, você será preto e branco. Vamos hyung, cadê aquele Christopher que sempre estava positivo e feliz? Sempre nos dizia para ver o lado bom da vida e aproveitar cada segundo, o que aconteceu com ele?
Christopher não respondeu nada. Levantou voltando em direção à casa que estavam sendo acolhidos. Sendo seguido pelos mais novos. Os meninos estavam consideravelmente longe do chalé da senhora Hwang. O céu estava com seus tons alaranjados e rosados. O casal atrás do moreno entrelaçavam as mãos rindo de algo bobo que o baixinho havia dito. Enquato o Bang seguia olhando para o caminho marcado pelos pneus dos carros que os levaram até lá. Era possível escutar os sons que vinham do riacho próximo a eles, os sapinhos cantavam algo e a água corria suavemente. Um lugar realmente relaxante e bonito, apenas para quem conseguia ver todas as cores ali presentes.Era muita sorte. De todas as coisas raras que poderia ter e fazer, o Bang carregava consigo uma doença que não lhe permitia ver as cores, apenas preto e branco. Era uma taxa baixíssima de pessoas que tinham o mesmo problema que ele, e por algum motivo, os céus o escolheram para ser daltônico também.
Ao chegarem na pequena casinha, que parecia mais uma casa de contos de fadas, risadas eram escutadas do lado de fora, seja lá quem estivesse junto de sua avó, lhe fazia rir muito. Pensou Hyunjin. Quando o moreno mais alto abriu a porta, se deparou com sua vó e sua vizinha, junto de seu amigo de infância que há tempos não encontrava.
– Oh! Hyunjin querido, olhe quem veio nos vistar. – a senhora de cabelos grisalhos sorriu para o neto – Senhora Lee está aqui com Minho, lembra dele? Vocês costumavam brincar no riacho juntos quando mais novos.
Minho encarou Hyunjin e os amigos de forma tímida, acenando para os garotos rapidamente.
– Senhora Lee, Minmin como estão? – o Hwang perguntou logo indo dar um abraço na mais velha e no moreno, que tinha uma xícara de chá em mãos.
– Estamos ótimos, querido. Não sabe como Minho fez um drama sobre não querer vir aqui. – a Lee sorriu para o filho, recebendo um olhar indignado.
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Colors
Romance"Amarelo me traz conforto, me deixa alegre e quero sorrir quando vejo algo dessa cor" (capa tirada do pinterest)