15 Cap: Faltava pouco para encontrá-la

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 Sofia Pov

Eu estava distraída quando ouvi a porta do meu quarto bater, me virei de frente para ela, era lauren  que me olhava com a cara fechada de reprovação. Indiferente, continuei arrumando minha mochila de viagem.

- Não acredito que você vai mesmo continuar com essa sacanagem – disse ela.

- Sacanagem é o que vamos fazer, e se eu der sorte, será a noite inteira – sorri debochada, passei por ela para pegar um desodorante dentro do banheiro.

- Sofia, mas e se a garota se apaixonar?

- “Sofia, mas e se a garota se apaixonar?” – repeti para deixa-la ainda mais chateada – Problema dela, não meu. Você se preocupa muito com as pessoas, Lauren ! Vai acabar encalhada, sabia?

- Não, não vou! Tenho um amor de verdade, muito melhor do que sair por ai iludindo as pessoas.

- Tá certo, a fulana de Maceió quem deve estar te iludindo. – coloquei um par de meias dentro da bolsa.

- Mamãe chega hoje de viagem, o que eu digo a ela?

- Que eu fui para São Paulo, oras! – fechei a mochila, coloquei-a nas costas – Voltarei logo, sã e salva, tá certo?

- Sua doida! – me abraçou – Me promete uma coisa?

- Se você me der um beijo na boca... – sorri, ela bateu no meu ombro.

- Tô falando sério, sua chata!

- Eu também estou falando sério.

- Sofia... – ergueu o meu queixo com as mãos delicadas – ... promete pra mim, que se essa tal de Taylor  mexer com você, não fugirá deste sentimento?

- Credo, Lauren ! – retirei as mãos dela, bati na madeira do armário – Não me rogue esta praga. - A garota mora longe pra burro, acha que daria certo um namoro desse? Eu gosto de sexo! Tenho que tá perto, sentir o calor da pessoa, a respiração, os beijos... – abracei-a – Um dia eu sossego, te prometo. – cruzei os dedos para validar a minha promessa.

- Vou embora para Maceió, sabia? Vou morrer de preocupação de te deixar sozinha, caso você não tome jeito.

Dei de ombros, ela estava falando uma tremenda besteira. Aquele namorico a distância não ia dar em nada. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde minha irmã iria ficar pelos cantos chorando por mais um amor perdido, era sempre assim. Perdi as contas de quantos namoros virtuais ela começou e terminou, isso sem nunca sequer ter encontrado a pessoa ao vivo e a cores.

Me despedi de Lauren , tomei um táxi até o aeroporto “Galeão”, na Ilha do Governador. Ansiosa, eu cheguei uma hora e vinte minutos antes. Fiz o check-in, fiquei aguardando o embarque. Tentei me concentrar e ler uma revista, mas eu só conseguia pensar em Taylor , no nosso encontro, nos beijos que eu queria dar nela, no desejo que me acometia de tremedeiras. Era demais aquela sensação de prazer, sem nunca antes ter sentido sequer o cheiro da pessoa.

O avião decolou pontualmente às 15h30, aterrissei em solo paulistano quarenta e cinco minutos depois. Com a mochila nas mãos eu desembarquei. “Que sorte só ter bagagem de mão ”, pensei, pois havia um tumulto impressionante próximo a esteira. Bom, era a parada Gay, não é? Natural que muita gente estivesse vindo fazer o mesmo que eu, curtir a festa e se divertir pra valer.

Caminhei lentamente para o desembarque, por incrível que pareça, eu estava nervosa. Como ela seria pessoalmente? As pessoas ficam diferentes nas fotos, na cam... Por dois segundos eu pensei: “e se ela não gostar de mim?!” Parei, respirei. Que merda era essa? Eu nunca fui insegura. “Claro que ela vai gostar, Sofia!” Me convenci rapidamente. Olhei sobre o ombro das pessoas a minha frente enquanto eu saia no desembarque.

Detive o olhar na imagem alegre a minha frente. Era Taylor  acenando para mim. Sorri, acho que o sorriso estava anestesiado na minha face. “PQP! Que gata!”, pensei enquanto caminhava até ela. Putz! Taylor  era realmente linda. Ela tinha os gestos delicados, percebi ao observá-la retirando os fios dos cabelos sedosos da face. A moça me encarava deliciosamente. Era provocador aquele olhar.

Não pude deixar de notar o seu jeans apertado marcando a sua bela forma, a blusa valorizando os seus seios, a leve maquiagem no rosto, na verdade, Taylor  não precisava de maquiagem, tinha a face delicada, de expressões suaves, a boca era bem delineada, o nariz arrebitado. Ela parecia dona do mundo, tinha o olhar seguro de mulher forte... O seu cheio era de puro desejo.

Parei de frente a ela, soltei a mochila no chão...

- Oi... – ela disse.

- Taylor ... Prazer em conhecê-la. – beijei-lhe a face, nos atrapalhamos um pouco, pois ela afastou o rosto na hora em que eu fui beijá-la na outra face, nós rimos.

- Prazer...

- Você é realmente maravilhosa. – não resisti. Ela riu exibindo uma falsa timidez.

- Fez boa viagem?

- Sim. – respondi sem conseguir parar de admirá-la.

- Assim você me deixa sem graça.

- Estou emocionada. – falei, logo segurei as mãos dela – Me dá um abraço? – pedi ansiosa para sentir os seios dela esmagados nos meus. Taylor  abraçou-me. Suas mãos macias acariciaram a minha nuca, eu apertei a sua cintura, afaguei as suas costas por cima da blusa e aspirei o cheiro bom que vinha do seu pescoço. – Sonhei com esse momento – sussurrei em seu ouvido. Notei que ela se esquivou um pouco, seus pêlos do braço se arrepiaram. Eu sorri, beijei-a no pescoço.

- Vem, Sofia! – falou saindo dos meus braços e me puxando pelas mãos.

- Está fugindo da polícia?

- Estou te levando para a maior festa gay do planeta!

Entramos num táxi...

- Preciso deixar a mochila no hotel – falei cheia de segundas intenções.

- Precisamos nos conhecer primeiro – piscou para mim, fiquei desesperada. “E se ela não quisesse mais dormir comigo?” – A gente reveza, eu levo a sua bolsa, ta?

Depois de pedir ao taxista para nos levar até a av. Paulista, furtivamente, any segurou minha mão. Era quente, fiquei pensando se tudo nela teria o mesmo calor. Aproximei-me do seu ouvido.

- Posso te beijar?

- Aqui? – surpresa, arregalou os olhos.

- Duvido que ele se incomode. – falei enquanto acariciava discretamente a sua nuca – Estou aguando pela sua boca.

- Eu também estou louca para te beijar, mas... Olha, Sofia! - apontou – Um monte de drag quens!

- São lindas, né? – falei sem conseguir desgrudar os olhos da janela também, eram muitas, acho que umas trinta.

- Aberrações! – resmungou o taxista. Taylor  olhou para mim com aquela cara de nojo, eu percebi que ela havia ficado brava com o comentário do homem, eu também tinha ficado. Foi então que eu abracei Taylor , a garota incentivou o meu gesto, passou as mãos pelos meus braços, aproximou seu corpo do meu, ele olhou assustado através do retrovisor, enquanto eu acariciava o pescoço dela. Nossos olhos se encontraram, era uma força irresistível que nos envolvia. A garota entreabriu os lábios, e eu não consegui resistir, de olhos fechados encostei os meus nos dela... Fora um beijo suave, nossas mãos ditavam o ritmo ao acariciar os cabelos, nuca, braços... uma da outra. As línguas se misturaram, e eu senti um suave gosto de café nos lábios dela. Sua boca era macia, seu hálito fresco, o beijo não dava sinais de fim. O ar nos faltou, o homem a nossa frente estava completamente desconcertado, Taylor  me olhava com uma ternura mesclada com desejo que me fez perder os sentidos por quase um minuto... Eu estava nas nuvens.



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Prévia do próximo capítulo

Como eu podia ter uma sorte tão grande de encontrar uma mulher como aquela, e ao mesmo tempo um pesar em meu coração por essa sorte? Os olhos de Sofia analisavam meu rosto e eu perscrutava o dela com a mente ligada em tudo e em nada. O beijo havia tirado toda a minha razão. Minha sorte era estar sentada, senão ela perceberia minhas pernas ....

ՏOTᗩY ✓   Kɴᴏᴡɴ SᴛʀᴀɴɢᴇʀsOnde histórias criam vida. Descubra agora