16 Cap: mudança de planos.

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Taylor Pov

Como eu podia ter uma sorte tão grande de encontrar uma mulher como aquela, e ao mesmo tempo um pesar em meu coração por essa sorte? Os olhos de Sofia analisavam meu rosto e eu perscrutava o dela com a mente ligada em tudo e em nada. O beijo havia tirado toda a minha razão. Minha sorte era estar sentada, senão ela perceberia minhas pernas tremendo. Minha vontade era de ir para o hotel naquele momento, mas não podia e devia agir com impulso. Não queria parecer desesperada ou ansiosa. Não podia ser a pessoa que a Dul esperava que eu fosse, afinal não podia dar nenhuma esperança a ela que não fosse apenas uma noite. Pedi para o motorista parar em frente a um café assim que o táxi alcançou a Paulista.

- Já não era pra isso aqui tá fechado? – me perguntou Sofia .

- Isso aqui o que?

- Essa é a Paulista não é? A parada não é aqui?

- Amanhã fecha. Hoje ainda é sábado. Aquelas drags estão se aquecendo. São Paulo está em clima de Parada Gay desde quinta feira.

- Então temos uma noite para nos conhecermos melhor? – me perguntou com um risinho nos lábios.

- Temos. Vamos beber um suco ou um café enquanto conversamos. – respondi com uma pitada de ironia retribuindo o riso.

- Você não alivia mesmo não é?

- Não. Hoje tem uma mega festa na The Week e é uma ótima oportunidade de você conhecer a noite gls paulistana.

- Pensei que fossemos nos ocupar desse tempo para nos conhecermos... – sua voz soou quase decepcionada – Você me disse que...

- Que queria sua presença na maior festa Gay do mundo. Não disse que ia pra cama com você – respondi tentando ocultar meus verdadeiros sentimentos – Espero que você não tenha vindo do Rio pensando que vai ter uma noite de sexo gratuito.

- Não foi o que pensei... – respondeu me dando um sorriso maroto.

Mantenha a linha Taylor ... Mantenha a linha. Pensava repetidamente. A verdade é que eu fiz um esforço sobre-humano para me concentrar no seu rosto, já que meus olhos teimavam em descer para o decote que ela descaradamente insinuava ultrapassando o limite da mesinha que nos separavam. Eu havia decidido chutar o balde quando soube da doença, mas naquele momento eu estava com medo do que viria a seguir. Como era maravilhoso ouvir os “esses” puxados que ela dizia. Ela era maravilhosa. Linda, inteligente, ousada. Eu me sentia como uma criança que olhava o doce através de uma vitrine: Ele estava ali, na minha frente, mas eu não podia enfiar a mão porque ia sofrer consequencias. Eu estava me sentindo como uma criança. Sofia era um brinquedo com a qual eu não poderia me divertir pelo resto da minha vida.

O nosso pedido chegou e eu quis voar no pescoço do garçom pelo olhar que ele lançou para o decote da Sofia Tadinho. Ele não tinha culpa. Não tinha como não olhar para uma mulher daquela. Balancei a cabeça e tomei um gole do meu suco de maracujá, que era a única coisa que poderia acalmar meus ânimos naquele momento, e tentei desviar os olhos daquele maldito-divino decote.

- Você já namorou alguém serio? – perguntei desviando minha atenção.

- Já. Namorei uma garota durante quatro anos. Não deu certo.

- Quanto tempo faz que terminaram?

- Sei lá... Seis, sete meses... Isso não tem importância agora Taylor . Me fala de você.

- Não tem muito pra falar de mim.

- Por que você gosta de ler aqueles contos da Internet?

- Sei lá... Me faz fugir da realidade.

ՏOTᗩY ✓   Kɴᴏᴡɴ SᴛʀᴀɴɢᴇʀsOnde histórias criam vida. Descubra agora